Postos já estão sem combustíveis em Jundiaí

Postos já estão sem combustíveis em Jundiaí

Nesta quarta-feira (23) a noite, o Tribuna de Jundiaí havia noticiado o risco de faltar combustível em Jundiaí caso a greve continuasse. Ontem, alguns postos já apresentam falta nos estoques. Como a greve continuou, não teve jeito: nesta quinta-feira (24), a falta passou a ser geral.

A reportagem averiguou, ao circular pelos bairros centrais de Jundiaí e principais avenidas, que muitos dos estabelecimentos situados nestes locais já estão fechados e sem funcionar. Os que restam, contam com filas enormes de motoristas que, mesmo em meio à demora para abastecer, não hesitam em tentar garantir o tanque cheio para os próximos dias.

LEIA MAIS:

 Ônibus nas ruas são reduzidos em 40% em Jundiaí

Rafael Porcari, dono de um posto de gasolina no Medeiros, informou à reportagem que está sem receber combustível desde segunda-feira. “Nós recebemos por volta de 10 mil litros por dia, de todos os produtos. Tenho, então, 40 mil litros perdidos na distribuidora sem receber nesta semana”, disse.

Ele conta que, por conta do risco de acabar os combustíveis, o estabelecimento teve um grande pico de movimento na manhã de hoje. E, ao contrário do que acontece normalmente, os motoristas não queriam colocar apenas certa quantidade de combustível – eles queriam encher o tanque inteiro. 

“Houve um grande pico hoje de manhã e acabou a gasolina e o etanol. Agora a tarde estamos tendo outro pico, que é o de caminhões, ônibus e outros veículos que utilizam diesel. Muitos deles, que estão na estrada, procuram por meio de aplicativos postos de gasolina que possam ter diesel. Mesmo aqui sendo um estabelecimento de bairro, fora da estrada, eles entram para abastecer e continuar viagem. Mas também está acabando”, disse.

Preços abusivos

Nas redes sociais, internautas denunciam preços abusivos em alguns estabelecimentos da cidade. Uma imagem, divulgada no Facebook, mostra um posto de gasolina na Vila Rami cobrando o valor de 5,66 o litro, quando o preço na cidade, após o último aumento, varia entre 4,09 até 4,39.

Em nota, o Procon-SP emitiu uma nota orientando o consumidor sobre os preços exorbitantes. De acordo com o órgão, a prática é abusiva e prevista no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, em seção que trata da elevação de preços de produtos e serviços sem justa causa.

A orientação é de que os consumidores façam denúncias documentadas sobre a prática, com o máximo de informações possíveis sobre o posto, com nome, bandeira que trabalha, endereço, data da compra e preços. Fotos podem ser utilizadas, bem como a nota fiscal.

Greve  

A greve já está em seu quarto dia, porém os impactos passaram a ser mais sentidos nesta quarta-feira (23). Em nota divulgada nesta quinta-feira (24), a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) afirmou que a greve será suspensa se o governo retirar a PIS/Cofins e a Cide incidentes sobre os combustíveis e a medida entrar oficialmente em vigor.

Ontem, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou que a estatal fará uma redução de 10% no preço do óleo diesel - e que manterá este preço durante as próximas duas semanas, como forma de dar um tempo para o governo negociar com os caminhoneiros. A proposta não foi aceita pela categoria.

Antes da paralisação, o Governo foi alertado. A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) afirma que, no dia 16 de maio, apresentou um ofício ao governo federal pedindo o congelamento do preço do óleo diesel e a abertura de negociações, mas foi ignorada.

Já no dia 18 (última sexta-feira), a organização lançou um comunicado em que mencionava a possibilidade de paralisação a partir de segunda-feira, o que de fato ocorreu. Não há data para o fim do movimento, que, ontem a noite, mencionava 253 pontos de protestos, atingindo 23 Estados brasileiros e o Distrito Federal.

Recomendados para você