Nascido no dia 9 de novembro de 1924, na cidade de Louveira (SP), Pedro Omissolo, conhecido pelos familiares e amigos como “Pedrão”, completa 100 anos em uma festa pra lá de especial. 

Giuliane Omissolo, sua neta, diz que o segredo da longevidade de Pedrão está no amor e na proatividade. “Manter-se ativo e estar ao lado das pessoas que ama. Sentir-se amado e querido. [E claro,] não pode faltar no dia a dia a fé inabalável [e] suas orações diárias”.

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Pedrão e seus 100 anos de muita história

Pedrão carrega em seus 100 anos muita história e, entre elas, que na fazenda onde morava com a família havia um Saci Pererê, que aprontava muito trançando as crinas dos cavalos e atirando pedras para assustá-lo e tiveram que contar com a ajuda de um padre para benzer o local e banir o traquina para sempre. 

E além de contos divertidos acumulados nesses 100 anos, Pedro também foi um verdadeiro galã com seu pé de valsa e, na adolescência, em um dos bailes na Fazenda Santa Cândida, onde arrematou um frasco de perfume, escolheu uma de suas músicas favoritas ‘Saudade do Matão’, de Tonico e Tinoco, e foi nomeado como “Maestro do baile” e dançou a noite toda com a garota escolhida. No entanto, foi durante uma reza na Igreja Sagrado Coração de Jesus, que encontrou sua amada esposa, Zaira Helena Madaschi.

Aos 20 anos, Omissolo serviu o Exército Brasileiro por um ano e meio no 6º Batalhão de Infantaria Leve do Exército de Caçapava (SP) com o número 615. Desta experiência, tomou agrado pelas aulas de tiro e marcha. E em 1944, foi escalado para lutar em uma guerra na Itália, mas na noite que estava aguardando o voo, a batalha foi cessada e ele pode retornar para casa.

E depois da ocasião, voltou para Louveira onde pediu Zaira em casamento e viajaram para Aparecida do Norte, em São Paulo, para aproveitar a lua de mel. Pedrão e Zaira tiveram quatro filhos: José, Conceição, José Paulo e Carmem. 

Omissolo que foi nesses 100 anos soldado, servente em escola, inspetor escolar e autônomo, ficou conhecido mesmo por vender verduras, doces, pães linguiças e ovos em sua kombi pelas ruas de Vinhedo (SP). Ele acordava todos os dias às 3h30 e seguia sua rotina até completar seus 92 anos de idade, quando precisou interromper as atividades devido a problemas de visão.

“Como neta e também falando pela família toda, temos muito orgulho do nosso “meninão” como dizemos carinhosamente. Quando éramos crianças ele já trabalhava na entrega de doces, pães, ovos, etc. na famosa kombi e quando chegavamos na casa dele, além de sermos recebidos com um belo sorriso e abraço, ele abria o “estoque” e falava: “Podem escolher e pegar o que quiserem”. Imagine você com seus 9 ou 12 anos tendo liberdade num palácio de guloseimas? Sonho de consumo de qualquer criança dos anos 90”, brinca Giuliane. 

Pedrão celebra 100 anos com muito amor e disposição

Pedrão gosta de “bater perna”, relembrar os bons momentos e celebrar a vida. “Nosso rapaz sempre gentil, adora bater um bom papo, tomar um vinhozinho e uma caipirinha de limão, mas nada como ver os olhinhos brilhando quando ele ouve a palavra “pescaria”, quase chega a saltitar de alegria, só não faz [mais] porque, como ele mesmo diz, “após os 95 a idade começa a pesar”. Ele é cheio de histórias e adora contar aos bisnetos”, diz Giuliane.

Hoje, o centenário mora no bairro do Corrupira, em Jundiaí (SP) e a família diz ser uma honra poder ver de perto a força e saúde dele. “Vê-lo com seus 100 anos passando seu perfuminho para passear, tomar banho sozinho, comer sozinho [e] usando seu creminho diário, é um verdadeiro presente de vida”, celebra a neta.