Cientistas, ativistas e educadores se unem para salvar o IAC Jundiaí
Na próxima segunda-feira (19), a Câmara Municipal terá uma audiência pública com representantes de diversas entidades científicas, ambientais e educacionais.
A possível venda da área onde está instalado o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Jundiaí, volta ao centro do debate público. Na próxima segunda-feira (19), a partir das 18h, a Câmara Municipal será palco de uma audiência pública que reunirá representantes de diversas entidades científicas, ambientais e educacionais para discutir o destino do espaço, que pode ser leiloado pelo Governo do Estado de São Paulo.
Localizada às margens da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, a fazenda do IAC possui 1.103.000 m² e 60.044 m² de área construída. A unidade é uma das 35 fazendas experimentais estaduais que estão na mira do processo de alienação anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). “A gente vai vender aquilo que de fato for ocioso. Aquilo que está sendo usado em pesquisa, nós não vamos mexer”, afirmou o governador em recente pronunciamento.
A audiência pública em Jundiaí contará com a participação de representantes do IAC, da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), do deputado estadual Guilherme Cortez, do Coletivo Japy, da Associação Mata Ciliar, COMDEMA, CMPT, COMPAC, Associação Agrícola de Jundiaí (AAJ), ETEC Agrícola, FATEC, Fundação Serra do Japi e APRODAB (Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil).
Pesquisas de ponta e riscos ambientais
De acordo com o vereador Henrique Parra (Movimento Cardume), a possível venda do espaço representa risco para pesquisas fundamentais realizadas em Jundiaí. “Aqui temos estudos avançados em automação agrícola, conservação de solo, frutas e EPIs (equipamentos de proteção individual). Essas pesquisas fortalecem desde a agricultura familiar até a de exportação, impactando diretamente nossa economia, meio ambiente e segurança hídrica”, afirma o parlamentar.
Henrique também destaca que o terreno funciona como zona de amortecimento da Serra do Japi. “Se a gente perde aquela área, a Serra do Japi também estará mais em risco. É uma questão de proteção ambiental e estratégica para toda a região”, alerta.
Outro ponto levantado por Parra é o potencial educacional do local. “A ideia é juntar a fome com a vontade de comer. Jundiaí não quer perder o IAC. O IAC tem uma estrutura já montada, então a gente quer que o Governo do Estado traga uma universidade pública aqui para a região. Traga um campus da Unicamp para instalar lá dentro do IAC.”
Reação da sociedade civil
A mobilização em torno do tema ganhou força após a Justiça de São Paulo suspender, em abril, uma audiência pública organizada pelo Governo do Estado. A decisão atendeu ao pedido da APqC, que exigiu a apresentação de um plano de ação claro sobre as pesquisas em andamento nas 35 áreas experimentais.
Hamilton Humberto Ramos, pesquisador científico no Centro de Engenharia e Automação do IAC, afirma que a venda da unidade significaria perdas profundas para Jundiaí. “A venda do Centro de Engenharia e Automação do IAC Jundiaí seria uma perda não apenas à ciência e a agricultura de Jundiaí, mas também ao ambiente e ao patrimônio histórico e cultural do município. Esta audiência nos permitirá mostrar um pouco desta importância a vereadores, à população e a opinião pública, parceiros importantes na busca por soluções.”
Pressão aumenta em meio a incertezas sobre futuro do IAC Jundiaí
Desde 2017, existe uma lei estadual que autoriza o leilão da área do IAC Jundiaí. No entanto, a venda nunca foi concretizada devido à forte pressão de entidades e da sociedade civil. “Em alguns momentos isso fica mais forte, em outros momentos fica mais fraco. O Governo de SP fala que vai liquidar. A cidade reage, as pessoas se mobilizam, voltam atrás, mas o risco continua existindo”, enfatiza o vereador Henrique Parra.
Mesmo com a redução de estrutura desde 1995 — que resultou na perda de cerca de 70% do corpo de pesquisadores e técnicos —, o Instituto continua sendo referência nacional e internacional em pesquisa agrícola. Um dos destaques atuais é um laboratório recém-inaugurado, com investimento de R$ 4 milhões, que desenvolve EPIs de alta tecnologia, inclusive para países como o Quênia.
A audiência pública do dia 19 será decisiva para mostrar a importância estratégica do IAC para o futuro de Jundiaí — não apenas como centro de pesquisa, mas também como polo ambiental, agrícola e de educação pública superior.
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