Aos 58 anos, Roberto Itimura é exemplo para mais novos. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)
Há menos de uma semana para uma das maiores corridas que Roberto Itimura encara há quatro anos, ele tirou algumas horas para um bate-papo fora das pistas.
Sentado com a coluna ereta para evitar o desgaste dos quatro bicos de papagaio, essa não é, nem de longe, a primeira dor que sentiu na vida.
No ginásio do Bolão, acomodado em um dos degraus da arquibancada, ele faz uma viagem no tempo a uma época em que o tênis e roupas leves para caminhada não faziam parte do vestuário.
Aos 15 anos, sofreu um acidente e perdeu parte da mão direita brincando com bombinhas em uma Festa Junina. O ressentimento o isolou em casa e sofá e televisão se tornaram seus melhores amigos.
Aos 19 anos, pegou uma meningite. Com 42º C de febre, passou uma semana no hospital e, contrariando as expectativas da equipe hospitalar, recebeu alta dias depois.
Aos 22 anos, depois de uma década convivendo com o cigarro, parou de fumar. E em 2003, aos 43 anos de idade, decidiu que era hora de perder parte dos 117 kg que ganhou com o tempo.
No ano seguinte, pesando 70 kg, o diagnóstico: Itimura, como é chamado pelos colegas, tem uma doença degenerativa grave no coração. De 2004 para cá, cinco safenas precisaram ser feitas; duas delas foram condenadas pouco tempo depois e geraram dois infartos, um em 2007 e outro em 2008. O terceiro veio durante uma de suas primeiras provas, em 2009.
Nos primeiros dias de 2020, aos 58 anos, Roberto tem uma artéria em funcionamento e mesmo assim, com mais 90% de sua função comprometida por causa de placas de gordura – o que não é, para ele, motivo de tristeza. “Eu já tive medo da morte. Hoje não tenho mais”, disse certeiro.
As provações que o acompanharam durante a vida, embora dolorosas, foram o levando pouco a pouco, à realidade em que hoje, ele vive dia a dia. Buscando retardar o ritmo do entupimento dos vasos sanguíneos, seu médico cardiologista passou a ele a receita milagrosa: “faça exercício físico”.
Aquele médico, sem saber, plantou uma semente. Nascia o corredor que superou três infartos e ignorou safenas.
Agora, lá vai ele para mais uma ultramaratona. São 78 km divididos em quatro dias. O percurso corta um dos lugares mais mágicos do planeta, a Disney, em Orlando, na Flórida.
“É pura magia. A corrida da Disney é como mais uma atração do parque. Os visitantes nos motivam durante todo o percurso com palavras de apoio”, detalha.
Essa é a quarta vez que Roberto participa da competição e ele garante: “é uma das minhas preferidas”.
Itimura se prepara para Desafio do Dunga, corrida da Disney. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)
Vamos correr?
Se a corrida é considerada um esporte individual, Roberto Itimura – definitivamente – não corre.
“Eu troto”, brinca dele. “Quando você trota, você consegue ver o ambiente ao seu redor, conversar com as pessoas, fazer amizade”.
Mesmo beirando os 60 anos e com um dossiê de exames e diagnósticos de doenças guardados em casa, ele se sente jovem e não dispensa a oportunidade de fazer novos amigos.
“Eu falei para conversarmos aqui no ginásio porque se fossemos para a pista não conseguiria conversar. Quero parar para cumprimentar todo mundo”, fala com um sorriso.
Administrador do grupo Running Jundiaí, com mais de 3 mil participantes, ele também participa das competições levando pessoas com deficiência em triciclos adaptados.
“Superar meu recorde não é meu objetivo. Sou motivado pela experiência de compartilhar o momento com amigos”, diz ele.
E amizade é o que não falta para Roberto Itimura.
No dia 22 de março, ele une todos os companheiros em uma corrida, com saída da Fatec Jundiaí. A “Run 7K Roberto Itimura” é um momento de confraternização.
“Nos encontramos para trocar abraços, correr juntos e celebrar a saúde”.
Encontro com Vanderlei Cordeiro
Neste sábado (4), Roberto Itimura se junta ao ídolo Vanderlei Cordeiro em um bate-papo no Sesc Jundiaí, das 16h às 18h.
“Eu fiquei honrado com o convite do Sesc. Ainda não conheço o Vanderlei. Vou aproveitar para tietar um pouco, tirar algumas fotos”, confessa.
Se depender dele, a mensagem que pretende deixar aos visitantes é de motivação.
“Viver é bom. Faça amigos e faça o bem, celebre a vida, cuide da saúde e emane energia positiva”, enumera.
Pai de três filhas e avô de duas meninas e um menino, ele compartilha o segredo da superação. “Resolva os problemas que pode resolver, se não der, esqueça e siga em frente”.
Na vida ou em uma corrida, para ele, olhar para trás nunca foi uma opção.
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