O Dia da Família, celebrado neste domingo (8), traz à tona reflexões sobre as múltiplas formas de constituição familiar. Em Jundiaí, a evolução dos lares homoafetivos é um exemplo claro de como os conceitos de família têm se ampliado, reforçando que amor, respeito e convivência são os pilares fundamentais.
Segundo os dados do IBGE, em 2010 a cidade registrava 102 pessoas vivendo em lares homoafetivos, o que correspondia a aproximadamente 51 casais. Desse total, 56 eram homens e 46 mulheres.
Já em 2022, o cenário mudou significativamente: o número de residentes em lares homoafetivos chegou a 1.072, sendo 461 homens e 611 mulheres, totalizando mais de 530 casais. Esse crescimento expressivo reflete não apenas o aumento de registros formais, mas também a maior aceitação social e a coragem das pessoas em viver suas vidas de forma autêntica.
Job e Otoniel construíram história de amor com planejamento e companheirismo
A história de Job dos Reis, 50 anos, e Otoniel Rabelo Silva Filho, 46 anos, ultrapassa barreiras. Juntos há quase 20 anos, o casal compartilha como foi construir sua vida em comum em Jundiaí, enfrentando desafios e celebrando conquistas ao longo do caminho.
Eles se conheceram em abril de 2005, em uma casa noturna da cidade. Otoniel, recém-chegado de Goiás após ser aprovado em um concurso, tomou a iniciativa que mudaria suas vidas. “Ele disse que havia ficado muito interessado e perguntou se poderíamos nos encontrar em outra ocasião. Ele me disse que, a partir do momento em que me beijasse, seria para a vida toda. E assim estamos juntos desde então”, conta Job.
No próximo ano, eles completam duas décadas de união, marcada por um início de relacionamento decidido e estruturado. “Eu já tinha muito claro para mim o que eu desejava minha vida, que tipo de relacionamento eu gostaria de ter e o Oto também. Ele já estava bem certo do que ele gostaria e o desejo dele era unir-se com uma outra pessoa e viver um relacionamento estável. Ambos morávamos em casa separadas e mas a gente praticamente vivia um na casa do outro, de segunda a segunda.”
A decisão de morar juntos veio de forma planejada em 2008, quando Otoniel comprou um apartamento. “Ao comprar esse apartamento, ele disse que não faria sentido ele morar sozinho e me convidou para fazer parte desse plano de comprar o apartamento e a gente morar juntos e assim nós fizemos. Isso aconteceu em 2008 e desde então nós estamos morando juntos e depois nós nos casamos em 2014”, explica Job.
O casamento foi também uma oportunidade de garantir a segurança jurídica do patrimônio construído em conjunto. “Nós fizemos um contrato pré-nupcial para formalizar que antes do casamento nós já tínhamos um imóvel juntos para a gente não ter nenhum problema futuro com relação à herança. Caso um de nós viéssemos a falecer, para que as pessoas soubessem, de forma documental, que aquele apartamento foi comprado em sociedade pelo casal.”
Adaptação e convivência
Apesar de grandes mudanças geralmente marcarem o início da vida a dois, Job e Oto enfrentaram esse momento com tranquilidade. “No apartamento, quando a gente mudou, a gente também fez questão de no condomínio de deixar muito claro que éramos um casal e num primeiro momento nós fomos bem recebidos. Foi tudo a princípio muito tranquilo, sem grandes problemas.”
Apesar da convivência harmoniosa no condomínio, Job destaca que a sociedade em Jundiaí ainda é marcada pelo conservadorismo. “Acho que é importante destacar que Jundiaí é uma cidade bastante conservadora em relação aos costumes. Hoje é muito desconfortável para mim estar em alguns espaços e não me sentir seguro e confortável para demonstrar afeto para o meu marido”, lamenta.
História de amor e construção de um lar em Jundiaí
Para ilustrar a vivência de quem compõe esses números, conversamos com Mayara Moretti, 31 anos, e Fabiana Pincinato, 36 anos. Juntas há quase 12 anos, elas compartilham como construíram sua história de amor e como é a experiência de viver em um lar que reflete o respeito e o apoio mútuo.
“Nos conhecemos em 2012 pelo Facebook e em 2013 nos encontramos pessoalmente. Desde então, não nos desgrudamos mais. Nosso amor é uma construção de respeito, carinho, companheirismo, crescimento ao longo dos anos com muita conversa. Conseguimos nesse quase 12 anos formar uma história de muito respeito e amor entre nós e com a base de nossas famílias que sempre estiveram ao nosso lado pra tudo.”, conta Fabiana.
Foto: Arquivo Pessoal
O momento de dividir o mesmo teto chegou após cinco anos de relacionamento, com um pedido de casamento e a decisão de alugar um apartamento juntas. Mesmo com preocupações financeiras iniciais, o planejamento foi rápido e o sonho se tornou realidade em poucos meses.
Foto: Arquivo Pessoal
“As adaptações foram de entender as manias uma da outra, as responsabilidades que existiam, nós evoluímos muito quando isso aconteceu, pois a maturidade veio de uma forma intensa também.”, compartilham.
Mayara e Fabiana relatam que, felizmente, não enfrentaram dificuldades no mercado imobiliário ou na aceitação pela comunidade. “Nós sempre fomos muito bem acolhidas, e nos dois lugares que moramos fomos muito bem aceitas e incluídas em tudo o que os vizinhos fazem em grupo.”
Foto: Arquivo PessoalFoto: Arquivo Pessoal
No entanto, como muitas pessoas que vivem em lares homoafetivos, elas acreditam que ainda há muito a avançar na sociedade. “Gostaríamos de ver mais respeito da sociedade, e que as pessoas se importassem menos com quem as pessoas se relacionam e se importassem mais com o que as pessoas são, muito além da orientação sexual”, destaca Fabiana.
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