Jornalista que perdeu dois filhos trata bebês como 'anjinhos'
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Jundiaí

Jornalista que perdeu dois filhos trata bebês como ‘anjinhos’

Lívia Haddad tinha o sonho de ter o segundo filho, mas sofreu dois abortos

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Pequena Beatriz mostra tatuagem em que Lívia homenageou ela, seus irmãos 'anjinhos' e seus avós (Foto: Arquivo Pessoal)

A jornalista Lívia Haddad, 36 anos, é mãe da pequena Beatriz, de 5 anos. Com a única filha, ela passou a sonhar em dar um irmão ou irmã para a pequena Bia, mas acabou sofrendo dois abortos espontâneos, um em 2017 e outro em 2018.

“Não tem um dia que eu não pense como eles seriam”, conta ao Tribuna de Jundiaí.

Assim como Lívia, muitas mães passam pelo mesmo. Não há dados divulgados sobre os casos, mas uma reportagem do G1 aponta que especialistas (ginecologistas e obstetras) estimam que o aborto espontâneo atinja entre 15% e 20% das gestações até a 22ª semana.

“Mas o número pode ser ainda maior, visto que muitas vezes o aborto acontece sem que a pessoa perceba”, comenta Lívia.

Ela, que é engajada em assuntos sobre maternidade, é administradora e dona do grupo “Mães de Jundiaí” no Facebook, que conta com mais de 16 mil mães da região e, somente nos últimos 28 dias, teve mais de 41 mil interações. Lívia é também dona do portal Mães de Jundiaí, ao lado de sua amiga e também jornalista Kadija Rodrigues.

Foi nas conversas com essas mães que Lívia encontrou conforto e também representatividade para falar sobre o assunto, que muitas vezes acaba deixando de lado por se sentir sensível demais.

“As pessoas tentam amenizar com as piores frases, dizendo que ainda era pequeno, que ainda bem que não desenvolveu porque eu sentiria mais, mas senti mesmo tendo sido no terceiro mês. Para mim, a partir do momento que eu descobri a gestação, já era meu filho ali e eu já sentia todo o amor”.

A primeira vez

A primeira gestação resultante em aborto foi descoberta em março de 2017. Ela engravidou em janeiro e perdeu o bebê em março.

Passou pelo primeiro trimestre como da primeira vez, na gravidez da filha Bia: com muita expectativa e alegria.

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No entanto, no dia do primeiro ultrassom morfológico, ela sentiu um nervoso fora do normal. “Como se eu tivesse com uma sensação ruim”, lembra.

Neste dia ela levou sua filha junto, para conhecer o irmão ou irmã. No momento em que a médica começou a falar sobre as medidas do bebê, ela já soube que algo estava errado.

“Ela disse que não desenvolveu mais. Então ela colocou para ouvir o coração. Foi um vazio ensurdecedor, desesperador. Eu já havia escutado antes o coração e nesse dia não teve som algum. Eu chorei muito. Foi muito traumático”.

Sem saber como lidar com a situação, decidiu se abrir com as mães do grupo que administra e descobriu que a situação é muito comum – e também muito difícil para todas as mães.

“É um assunto que as pessoas não falam. Ou quem não passou por isso não quer ouvir ou quem passou e precisa falar, não se sente acolhido.

Eu senti que muitas mães precisavam daquilo: se abrir, falar sobre.

Quando você se sente representada é muito mais fácil de lidar, porque é a dor de todas as mães”, continua Lívia.

No final daquele ano, Lívia homenageou com tatuagens todos que eram mais importantes na sua vida: seus pais, sua filha Bia e o anjinho que ela perdeu.

“A Bia é uma flor, tem uma asinha de anjo e em breve vou fazer a segunda asa, do outro bebê. 2017 foi um ano muito duro, passei por muitos momentos, mas foi necessário para meu crescimento pessoal.

Eu quis homenagear o que é parte fundamental da minha história”, explica.

E, dentre o espaço da tatuagem, ela deixou um espaço para o terceiro filho, que sabia que viria. E veio, também como um anjinho, exatamente um ano depois.

A segunda vez

Em janeiro de 2018, ela descobriu uma nova gravidez. Dessa vez, Lívia diz que já estava mais consciente e sabia que teria que reviver muitas coisas.

“Dessa vez eu tive deslocamento de placenta e, também um ano depois, em março de 2018, descobri que o feto não desenvolveu”, relembra.

Mas ela conta que, dessa vez, foi menos difícil de lidar, por já ter amadurecido com a primeira história.

“Talvez eu precisasse passar pelo segundo para superar o primeiro. Eu entendi que essas crianças me escolheram para passar por isso com elas. Eu fui escolhida por duas vidas, que foram muito especiais. O luto vai existir eternamente, sim. Mas eu tenho que agradecer e não apenas lamentar”.

Hoje, dois anos após a primeira perda e um ano após a segunda, Lívia se sente à vontade para falar sobre o assunto, que é constantemente abordado no grupo e no portal em que administra.

Ela diz que, todas as vezes em que o tema aborto espontâneo é abordado nas publicações, há muita interação por parte das mães.

Questionada sobre o que diria para uma mãe que já passou ou está passando por isso, ela diz que o ideal é dar tempo ao tempo e viver o luto como deve ser vivido.

“Eu diria que ela não está sozinha, que ela tem o direito de viver o luto da maneira que ela sentir vontade, sem se preocupar com o que os outros vão pensar.

Se ela quer falar sobre ou se ela quer se isolar dentro de casa, que ela sinta liberdade de fazer o que for melhor para ela”, finaliza a jornalista.

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Foto: Divulgação/ Faculdade de Medicina de Jundiaí

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