Grupo de jovens bailarinos ensaiando movimento contemporâneo em estúdio, com apoio mútuo na execução da pose e um instrutor sentado ao fundo observando.
Integrantes da Cia. Jovem durante ensaio preparatório para as apresentações na Dinamarca (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A Companhia Jovem de Dança de Jundiaí vive um momento inédito: neste sábado (6), o grupo embarca para a Dinamarca para um intercâmbio artístico com o Koma Ballet, marcando a primeira viagem oficial da companhia ao exterior. A parceria, que chega ao terceiro ano consecutivo, reforça o perfil comum às duas instituições: formar jovens bailarinos para o mercado profissional, no Brasil e no exterior.

Desta vez, cinco dos sete integrantes participam da experiência — Camila Rotta, Mychael Oliveira, Maria Eduarda Castro, Letícia Ribeiro e Leandro Turatti — consolidando uma troca que vem se fortalecendo especialmente pela atuação da ex-bailarina jundiaiense Caroline Rodrigues, hoje assistente de direção do Koma.

Os bailarinos permanecem na Dinamarca até 18 de janeiro e terão uma rotina intensa de ensaios, aulas técnicas, integração com o elenco europeu e preparação para dois espetáculos: o tradicional Quebra-Nozes, em dezembro, e a estreia de Bridges, em janeiro — obra que simboliza a conexão artística entre os dois países. Eles também dividirão palco com a Orquestra de Odense e apresentarão o repertório contemporâneo do diretor artístico Alex Soares, que já está no país. Para a maior parte do elenco, trata-se da primeira viagem internacional e da primeira oportunidade de trabalhar profissionalmente no exterior, tornando o momento ainda mais emblemático.

“É a primeira vez que vou viajar para fora e já para dançar algo que faço aqui. Acho que vai ser muito interessante ver outros corpos dançando, outras culturas, outras formas de sentir a dança”, contou um dos integrantes. Outro bailarino reforçou o peso cultural da vivência: “Muita coisa vai agregar. Não só na dança, mas na cultura. Teremos uma apresentação muito brasileira lá, então a troca será muito rica. Não é um passeio, é fruto de muito trabalho. É uma realização enorme para qualquer bailarino”.

A responsabilidade de representar Jundiaí e o Brasil também emociona o grupo. “Estamos levando a dança que fazemos aqui. É muito importante para nós e para a cidade”, afirmam.

Para o diretor artístico da companhia, Alex Soares, o intercâmbio celebra a maturidade do trabalho desenvolvido em Jundiaí. “Esse tipo de intercâmbio é muito importante, especialmente por serem companhias jovens. A troca cultural é riquíssima”, afirma. Ele destaca ainda que o público europeu verá obras já conhecidas no Teatro Polytheama. “É muito significativo ver a arte produzida na cidade sendo celebrada fora do país.” Alex também ressalta que todos os custos da viagem e dos espetáculos serão custeados pelo Koma Ballet, fortalecendo a parceria institucional.

A assistente de direção da Cia., Andrea Thomioka, reforça que os bailarinos estão tecnicamente preparados para o desafio. “Esse elenco é muito bem preparado. A companhia tem esse formato de formar bailarinos para qualquer lugar do mundo”, explica. Ela acrescenta que a preparação inclui ensinar aos dinamarqueses partes do repertório brasileiro.

Andrea também destaca o impacto da viagem na cena local: “Jundiaí tem muitas escolas tradicionais. Ver jovens bailarinos daqui chegando tão longe é uma motivação enorme para quem sonha em seguir carreira. É a prova de que é possível”.