Na última sexta-feira (11), Jundiaí deu mais um passo importante rumo ao desenvolvimento sustentável com a entrega oficial da horta urbana do Jardim Pacaembu, localizada na Rua Bragança Paulista. A novidade marca a expansão do programa Horta Urbana, que agora conta com 11 hortas distribuídas em bairros como Fazenda Grande, Novo Horizonte, Jardim do Lago, Anhangabaú, Jardim Guanabara e Cecap.

A iniciativa, que transforma espaços ociosos em áreas produtivas, é coordenada de forma interdisciplinar pelas unidades de Planejamento Urbano e Meio Ambiente; Agronegócio, Abastecimento e Turismo; Infraestrutura e Serviços Públicos; Assistência e Desenvolvimento Social; Saúde e Educação.

Benefícios para a cidade e para a saúde da população

O gestor de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, André Ferrazzo, destacou os impactos positivos do projeto. Segundo ele, “as hortas urbanas representam uma solução barata e eficiente, reunindo benefícios ambientais, econômicos e sociais”. Elas contribuem para minimizar os efeitos das mudanças climáticas, melhoram a qualidade do ar e do solo, reduzem a temperatura local, absorvem a água da chuva e ainda funcionam como refúgio verde em meio ao cenário urbano.

Além disso, as hortas facilitam o acesso a alimentos frescos, colhidos diretamente nos bairros, sem a necessidade de deslocamento até supermercados. Para a gestora de Agronegócio, Abastecimento e Turismo, Marcela Moro, as hortas são estratégicas na política de segurança alimentar da cidade. “Ampliam o acesso da população a alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos”, afirma.

Hortas e UBS: integração entre saúde e natureza

A nova horta também se conecta diretamente às ações das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Na UBS Tamoio, a equipe de enfermagem participou do plantio da espiral de ervas medicinais. As plantas serão utilizadas na preparação de chás e em tratamentos complementares.

“A gente já usa algumas plantas, por exemplo, para curativo. Na UBS a gente teve uma experiência com o tratamento de uma lesão com folha de goiaba e folha de pitanga”, contou a gerente Elizabete Carvalho Soares. Ela ainda destacou que o espaço favorece a promoção de hábitos mais saudáveis: “Hoje a gente vê muita alteração de colesterol e glicemia. Nem sempre isso exige um tratamento medicamentoso. A prática de atividade física junto com alimentação saudável vem de encontro a isso: reduzir medicamentos e promover saúde de outra forma”.

Educação ambiental e apoio da comunidade

As visitas de crianças ao espaço também são incentivadas. De acordo com a nutricionista Rita Stringari, da Unidade de Gestão de Saúde, esse contato direto com a horta estimula novos hábitos alimentares. “Quando as crianças têm oportunidade de plantar e colher os alimentos, elas ampliam o paladar e descobrem novos sabores, como as PANCs — azedinha, capuchinha, peixinho, taioba, entre outras. E levam isso para casa, beneficiando toda a família”.

O apoio da sociedade civil e da iniciativa privada também foi fundamental para a implantação da nova horta. A diretora de Urbanismo, Viviane Galiano, lembrou que o projeto contou com recursos de contrapartida das empresas FA Oliva e CDA Empreendimentos Imobiliários, que financiaram o cercamento e a construção da casa de apoio com sanitário, pia, depósito e bancada.

Horta como ponto de convivência

Vinicius Camillo, permissionário da horta recém-inaugurada, já planeja ampliar o uso do espaço. “Pretendo reunir na horta grupos para atividades de plantio, cursos sobre as ervas aromáticas e suas aplicações, ou simplesmente para desfrutar o maravilhoso pôr do sol que tem aqui. Estão todos convidados!”, convida.

Interessados em participar do programa Horta Urbana devem realizar um curso gratuito oferecido pela Prefeitura, com aulas em quatro sábados pela manhã. Após a conclusão, os participantes recebem a permissão de uso do espaço público, conforme determina o Decreto nº 30.050, de 2021.

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