Localizado no bairro que leva o mesmo nome, o Parque do Corrupira é muito mais que um ponto de lazer para os moradores de Jundiaí. Sua história está intrinsecamente ligada às origens da cidade, à ocupação rural, às tradições culturais e a uma das figuras mais emblemáticas do folclore brasileiro.
Raízes indígenas e o mito do protetor das florestas
O nome do bairro e do parque remete ao Curupira – figura lendária do folclore nacional, descrita como um ser de cabelos vermelhos e pés virados para trás, defensor das matas e dos animais. Na língua tupi, “Curupira” significa “corpo de menino”, e sua imagem está ligada à sabedoria ancestral e à proteção das florestas contra caçadores e exploradores. A versão “Corrupira” é a forma popular como a região é mais conhecida, embora o nome oficial, segundo a Lei Complementar 188/1996 que trata do abairramento de Jundiaí, seja “Currupira”.
A força simbólica do nome reflete a própria trajetória do local. Antes da chegada dos colonizadores, a região era um dos maiores aglomerados indígenas do interior paulista, de acordo com relatos históricos como os do escritor Julio Seabra Inglez de Souza. Era um território rico em biodiversidade e sabedoria nativa, o que justifica a forte associação com o Curupira, o guardião da floresta.
Foto: Acervo Mauricio Ferreira
Caminhos de ferro, imigrantes e agricultura
No início do século XX, imigrantes italianos passaram a ocupar as terras do Currupira, trazendo a prática da agricultura para a região. Ainda nesse período, o bairro se consolidou como um importante polo rural. Além disso, abrigou uma parada de trem da Companhia Paulista, que ajudava a escoar a produção agrícola local. Esse desenvolvimento se deu ao longo do traçado da Estrada Velha de Campinas, uma importante via do período colonial que ligava o interior ao litoral paulista.
Mesmo com o avanço da cidade ao longo das décadas, o bairro manteve sua essência rural, com predominância de áreas verdes e vegetação nativa. Isso contribuiu para a criação do Parque Corrupira voltado ao lazer familiar e à convivência com a natureza.
Parque do Corrupira foi batizado ‘Parque do Trabalhador’
Em 1979 que o espaço passou a se chamar Parque do Trabalhador – mas o nome popular “Parque do Corrupira” nunca saiu da boca dos jundiaienses. Desde sua fundação, o parque se tornou um dos principais destinos de lazer da cidade, reunindo famílias aos fins de semana, feriados e, principalmente, no Dia do Trabalhador.
Foto: José Macan/Acervo Mauricio Ferreira
O Parque do Corrupira é lembrado por gerações como um espaço de churrascos, piqueniques, jogos nas quadras, passeios no trenzinho e encontros ao ar livre. Além disso, entre suas atrações mais icônicas estavam o famoso foguete de concreto – símbolo da infância para muitos moradores.
Foto: José Macan/Acervo Mauricio Ferreira
Requalificação e futuro do Parque do Corrupira
Após um período de abandono e um ano fechado para reformas, o Parque do Corrupira será reinaugurado em 1º de maio de 2025. A revitalização contemplou a reforma de banheiros, modernização da iluminação, renovação das áreas esportivas e criação de novos quiosques com churrasqueira. Também foram realizadas melhorias na paisagem e inclusão de uma Praça Pet.
Foto: Prefeitura de Jundiaí
Assim, a segunda fase, prevista para o segundo semestre de 2025, incluirá a reconstrução do foguete, instalação de uma quadra de beach tennis e mais.
Mais do que um conjunto de equipamentos urbanos, o Parque do Corrupira continua sendo o que sempre foi: um território de memórias afetivas, raízes culturais e simbologia ancestral. Um lugar onde natureza, história e identidade se entrelaçam no cotidiano dos jundiaienses.
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