A recém-empossada nova composição do Comitê das Crianças de Jundiaí 2024 teve na noite de terça (3) a sua primeira reunião na Fábrica das Infâncias Japy. Logo no primeiro encontro, os novos integrantes participaram de uma série de dinâmicas com foco na escuta das crianças acerca do Centro de Jundiaí. A atividade é uma das etapas da construção do Plano de Bairro da Prefeitura para a região central do Município.

Além dos promotores de participação do Comitê, a mediação do encontro ficou por conta da arquiteta e urbanista Alissandra Bernardini, que integra o Departamento de Urbanismo da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA) e também faz parte do Grupo de Trabalho (GT) Criança na Cidade da Prefeitura.

“O Plano de Bairro é um instrumento de planejamento urbano – de médio a longo prazo – que abarca as ações intersetoriais do governo para uma determinada região. Em Jundiaí, Cidade das Crianças, ele deve envolver também o olhar prioritário para as Infâncias e por isso iniciamos a escuta delas. O primeiro Plano foi realizado no Novo Horizonte, onde também realizamos a escuta, mas de forma remota, por conta da pandemia à época. Agora, com formato presencial, começamos pelo Comitê, mas a escuta será realizada também nas escolas – municipais e estaduais -, além da Fatec e moradores do Centro expandido, contemplando a riqueza de diferentes percepções”, comentou Alissandra.

O encontro começou com uma dinâmica em que cada um dos integrantes tinha que se apresentar e, em seguida, passar de modo aleatório para os demais colegas um novelo colorido. Ao final, com a formação de um emaranhado, as crianças interpretaram a situação como a formação, às vezes desordenada, das cidades.

Em seguida, o grupo participou de uma atividade de observação de mapas de Jundiaí, com a identificação das áreas urbanas e rurais, e da Serra do Japi. Chegando ao Centro, cada uma das crianças escolheu uma peça com pontos, monumentos, atrações turísticas e edificações conhecidos da região.

Florença Carvalho pegou a peça com a Fábrica das Infâncias Japy. “Para mim, representa um lugar onde brinco, balanço nos elásticos, faço coisas diferentes e, claro, onde agora participo das reuniões do Comitê”, comentou uma das novas integrantes do grupo.

Já Daniel Lima encontrou a Ponte Torta. “Eu moro no Ivoturucaia e estudo na Roseira, mas sempre passo pela Ponte Torta, pois vou bastante para o Centro e ela está no caminho”. Em sua declaração, Daniel contou com a intervenção de dois veteranos do grupo – Laura Lange e Benício Lima – que explicaram que a ponte deixou de ser utilizada quando foi necessário alargar o leito do rio Guapeva.

A dinâmica da sequência envolveu o desafio e sugestão de cada criança para que o novo Plano levasse para o Centro as coisas boas que existem nos bairros.

Emanuel Gonçalves gostaria que desse para jogar futebol em pleno Centro. Ele contou com o apoio de Ian Amora, que sugeriu a construção de quadras para a prática de esportes e brincadeiras.

Já Luíza Azevedo e Valentina Bonatti frisaram a importância do contato com a natureza e presença de áreas verdes e de ar fresco. Luíza fez ainda um apelo: “E precisa ser um lugar fácil para que todos possam chegar e se deslocar, inclusive pessoas com deficiência.”

O pedido de Giovanna Franco foi para que o Centro favorecesse a convivência tranquila entre as pessoas: “Eu conheço os meus vizinhos, mas sei que tem gente que não conhece. Por isso é importante que as pessoas convivam.” E Isabelly Carvalho finalizou com um apelo: para que quaisquer intervenções realizadas também levem em conta e respeitem as pessoas em situação de rua.