As terras da família Tancredi, localizadas no bairro Traviú, estão cobertas por parreiras há gerações (Foto: Divulgação)
As terras da família Tancredi estão cobertas por parreiras há gerações. Patrícia Marcelino Tancredi aprendeu com os pais e os avós a como plantar, a cuidar e a colher a fruta que faz parte da história da humanidade, sendo citada na Bíblia com o consumo do vinho. Localizada na região do Traviú, em Jundiaí, a família é uma das que, a partir da tradição, inovou a produção da fruta e hoje colhe – além dos frutos rosados – a rentabilidade proporcionada pelo turismo agregado à uva e estimulado pela 37ª Festa da Uva de Jundiaí e 8ª Expo Vinhos.
“Aqui temos a fruta ‘in natura’ e o vinho. Com o passar do tempo observamos que o turismo trazido pela uva agregava rentabilidade à propriedade o ano inteiro. Investimos em melhorias no espaço, construção da loja e a valorização dos atrativos naturais que temos aqui”, detalha a agricultora, que carrega nos genes as tradições das famílias Tomasetto e Pompermeyer no cultivo das parreiras.
O investimento feito garante à propriedade a visitação de quase 1 mil pessoas por mês, que consumiram 12 mil litros dos vinhos produzidos de forma artesanal em 2019. “A partir de abril vamos iniciar a construção de novo galpão para a nossa produção de vinhos. A meta e alcançar os 20 mil litros, que é a nossa capacidade máxima de fabricação, já que tudo é feito pela família”, explica Jaquelini Tancredi, que é formada em veterinária, mas herdou o dom da família da mãe e tem o interesse em dar continuidade ao trabalho com a uva.
Propriedade da família Tancredi recebe visitação de quase 1 mil pessoas por mês, que consumiram 12 mil litros de vinhos artesanais em 2019 (Foto: Divulgação)
O investimento realizado nos últimos 10 anos – quando a propriedade deixou de ser apenas produtora de uva in natura para venda no Ceagesp para alçar ampliação da oferta dos produtos – foi de R$ 2 milhões, com previsão de retorno em cerca de 10 anos. O crescimento nas vendas e na necessidade de ampliar a capacidade produtiva aconteceu anualmente. “Das 150 garrafas de vinho que produzíamos para o consumo próprio e para evitar o desperdício das uvas, chegamos a 12 mil garrafas no último ano. Tudo é resultado, não somente do conhecimento que vem sendo agregado como do amor pela lavoura”, detalha Patrícia.
Festa
O crescimento da produção tem relação direta com a Festa da Uva de Jundiaí – que tem nestes dias 31 de janeiro, 1 e 2 de fevereiro o último final de semana de visitação. O evento potencializa o município como roteiro de turismo rural paulista e rendeu à cidade, no final do ano passado, a primeira colocação no ranking Top Destinos Turísticos – Categoria Turismo Rural. Segundo dados da diretora de Turismo da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), Marcela Moro, a movimentação de turistas em Jundiaí no período do evento é multiplicada por quatro. “Nos meses sem a Festa da Uva, a movimentação de turistas é de 40 a 50 mil pessoas. No período da festa, durante três semanas, alcançamos a marca de mais de 180 mil pessoas”, detalha.
De acordo com estudo da unidade, a vitrine proporcionada pela Festa da Uva e Expo Vinhos repercute ao longo do ano. Ainda segundo a diretora, dos visitantes que participam da festa, pelo menos 25% retornam ao longo do ano para conferir as rotas turísticas e fazer passeios pela cidade, alavancando a economia turística rural, estabelecida pelas Rotas Turísticas de Jundiaí.
Em dados
Dados da pesquisa Embrapa “Inteligência e o Mercado da Uva”, apresenta Jundiaí como a segunda cidade com maior produção de uva do Estado, com 19,5 mil toneladas em 2017. A estimativa da Associação dos Agricultores de Jundiaí (AAJ) é de que neste ano, a produção alcance 25 mil toneladas. “A produção de uvas está sujeita aos impactos do clima, e por isso, há variações de um ano para o outro. Em 2020, a expectativa é muito boa, com a produtividade em alta, a partir das tecnologias e métodos inovadores no trato da cultura, que tem garantido a produção crescente, com menos mão de obra e menores áreas”, explica o presidente da AAJ, Renê Tomasetto.
“Em Jundiaí, a agricultura é uma das bases da economia e conta com o empenho da administração municipal que investe em programas específicos para o setor”, destaca o Prefeito Luiz Fernando Machado. “As ações previstas no Plano de Governo para o agronegócio foram cumpridas em sua totalidade, como o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, implantação do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e do Selo de Qualidade para certificação dos feirantes, além da regulamentação do Circuito das Frutas nos Terminais”, pontua. Ainda de acordo com Luiz Fernando, a valorização da cultura rural em Jundiaí é um bom negócio para a família e para o meio ambiente. “Fixar o produtor rural na terra resulta em incentivo à agriculta sustentável e valorização da propriedade com geração de renda”.
E as notícias positivas para o setor continuam. Há espaço para a ampliação do mercado rural ‘inovador’. De acordo com estudo da Embrapa, o consumo per capita de vinhos, incluindo os espumantes (nacionais mais importados), foi de 1,72 litro, no ano de 2017. No desdobramento os vinhos espumantes representaram um consumo de 0,14 litros por habitante e os demais vinhos 1,58 litros per capita.
O consumo de suco de uvas foi de 1,23 litros por habitante. Cada habitante do país consumiu, em média, 4,11 kg de uvas de mesa (consumo in natura e doces) e 0,12 kg de uvas passas. Números inferiores aos registrados em outros países do mundo. De acordo com um relatório da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), referente ao ano de 2015, Portugal é o país com maior consumo de vinho per capita. Na média, cada um dos habitantes consome 54 litros por ano, seguido dos franceses, com 51,8 litros.
Jundiaí deve alcançar produção de 25 mil toneladas de uvas nesse ano, segundo a AAJ (Foto: Divulgação)
“São Paulo e especialmente a região de Jundiaí tem um potencial muito grande para competir inclusive no mercado internacional de vinhos pois as novas técnicas de poda verde privilegiam a produção de vinhos de inverno com uvas finas aqui. Está surgindo mais uma importante demanda produtiva na cadeia produtiva da Uva e vinho na nossa região. A produção de uvas finas para atender as adegas. Isto irá ampliar muito o consumo do vinho produzido aqui, incrementando a economia local”, explica o gestor da UGAAT, Eduardo Alvarez.
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