O Colégio Leonardo da Vinci, de Jundiaí, tem muito o que comemorar: dois alunos do Ensino Médio foram classificados para representar o Brasil nas Olimpíadas de Astronomia da América-Latina e Internacional. Tiago Mariotto Lúcio ficou em 3º lugar e Vítor Eduardo Costa Santos em 16º, na última etapa do processo de seleção que acontece desde março.
Processo de treinamento
A Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) acontece anualmente em escolas de todo o mundo. A primeira prova é dividida em quatro níveis, no nível 3 participam alunos do 6º ao 9º ano e no nível 4, alunos do Ensino Médio.
Os alunos do Colégio Leonardo começam o treinamento para a primeira prova da olimpíada no 6º ano. Atualmente as aulas estão sob comando do professor Virgílio Siqueira
Os alunos do nível 3 que tiverem a nota superior a 9, são automaticamente classificados para a segunda fase das Olimpíadas, uma seletiva online. O mesmo acontece com os alunos do nível 4 que obterem a nota superior a 7.
A seletiva online aplica três provas em três meses para os alunos finalistas da primeira fase. A partir daí é realizado o corte de 150 a 200 alunos de todo o Brasil, que irão para a terceira etapa, que é composta de provas presenciais em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
Em Barra do Piraí os classificados permanecem quatro dias participando de aulas e palestras. Depois desse processo, mais um corte é feito para as seletivas avançadas.
Mudança na pandemia
Nos anos anteriores, as eletivas avançadas aconteciam em Vinhedo (SP) em uma imersão de três semanas. Nas duas primeiras semana, os 30 a 40 alunos selecionados tinham mais aulas e provas para alcançar o último corte: a equipe Seleção Brasileira. Essa é a equipe final que participa da última semana de treinamento e das etapas internacionais da Olimpíada.
Neste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, a seleção avançada aconteceu de forma online, com aulas e provas online todos os sábados, de março a agosto.
“Tivemos dois processos de treinamento, como seria em Vinhedo. A partir desses dois processos foram selecionados os alunos para as equipes que vão compor a Seleção Brasileira na Olimpíada Latino-Americana e na Olimpíada Internacional”, explica o professor Virgílio Siqueira.
Foi nessa etapa que Tiago e Vitor se classificaram em 3º e 16º lugares do Brasil.
“Tivemos provas, listas de exercícios e aulas. As matérias principais são astrofísica (que estuda a física dos corpos celestes e do universo) e a astronomia observacional, na qual precisamos saber localizar no céu: estrelas, planetas e constelação”, relatou Tiago Mariotto.
Provas Internacionais
Em geral, os cinco primeiros colocados na última seletiva de Vinhedo são classificados para a IOAA (Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica). Outros cinco no ranking iam para a OLAA (Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica). Como por causa da pandemia nenhum dos eventos poderia acontecer presencialmente, a organização internacional criou a GeCCA, que é online e substitui a IOAA.
Os alunos ficaram sabendo das colocações finais no último sábado (29) e Tiago diz que ficou muito animado com o resultado. “Venho estudando para essa seletiva há muito tempo. Comecei a fazer a OBA no 9º ano e no ano passado também fui classificado para a fase final em Vinhedo, mas não passei para nenhuma internacional”.
Agora Tiago comemora que, com a terceira maior nota do Brasil, irá representar o país na Olimpíada Internacional no módulo individual. Vitor, que passou em 16º na classificação nacional, está na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia.
“É difícil e trabalhoso. Se contarmos logo do início, eles estão entre os 25 melhores de um universo com mais de meio milhão de alunos”, relatou o professor Virgílio, orgulhoso.
As Olimpíadas acontecem nas seguintes datas:
- Internacional Individual: 25, 26 e 27 de setembro, com 10 alunos classificados;
- Internacional por equipe: 28 de setembro a 12 de outubro, com 10 alunos classificados;
- Latino-americana: duas últimas semanas de novembro, com 5 alunos classificados.