"É um trabalho longo", diz diretor da CSJ sobre despoluição do Rio Jundiaí
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“É um trabalho longo”, diz diretor da CSJ sobre despoluição do Rio Jundiaí

Hoje o Rio Jundiaí voltou a ter peixes, garças e outros animais, mas para chegar nisso foi um longo processo, iniciado lá em 1984.

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garça parada em pedra no Rio Jundiaí
Com menos poluição, aves voltaram a habitar o rio (Foto: Divulgação/PMJ)

Recentemente, o Rio Jundaí virou notícia em todo o Brasil: ele voltou a registrar peixes, garças e outros animais, resultado de um trabalho conjunto que foi iniciado lá em 1984, com o objetivo de despoluí-lo.

A cada ano, várias medidas foram tomadas para que este grande patrimônio ambiental do município fosse recuperado. Em 2017, houve o reenquadramento do Jundiaí – a mudança da classe 4 (quase morto) para a 3.

A partir do momento em que o esgoto parou de ser jogado no rio e começou a ser tratado nas estações, ele “passou a se limpar”, a se autodepurar.

E foi para falar sobre esse longo processo, iniciado por Jundiaí e posteriormente seguido pelas cidades por onde o rio passa, que o Tribuna de Jundiaí falou com Antônio Carlos dos Santos, diretor da Companhia de Saneamento de Jundiaí (CSJ), empresa responsável por tratar o esgoto que antes caia no rio sem tratamento.

Tribuna de Jundiaí: O trabalho de despoluição do Rio Jundiaí já vem de 1984, com a criação do então Comitê de Estudos e Recuperação do Rio Jundiaí (Cerju). Quem integrava esse comitê? E o que foi feito nesse primeiro momento?

Antônio Carlos dos Santos: O comitê integrava a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CESTESB), a DAE Jundiaí e alguns jornalistas. Foi feito um estudo para descobrir o que poderia ser feito para o tratamento de esgoto, com várias possibilidades.

TJ: Quais são as classes de classificação de um rio? E em qual se encontra o Rio Jundiaí atualmente?

ACS: Temos classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4. A  classe 4 é o pior que tem. Temos como exemplo o Rio Tietê e o Rio Pinheiros hoje. Era a classificação do Rio Jundiaí. A classe 3 é melhor, mas ainda tem índices de poluição. Classe 2 melhor ainda. Já a 1 é apenas para casos de nascentes. Hoje o Rio Jundiaí melhorou a bacia inteira para classe 3, reduzindo a poluição.

TJ: E quais foram os principais passos para o novo enquadramento, dado em 2017, de classe 4 (quase morto) para a 3? Como foi feita essa despoluição?

ACS: As cidades da bacia, que engloba Salto, Indaiatuba, Itupeva, Jundiaí, Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, fizeram estações de tratamento de esgoto. Esse foi o principal passo, que reduziu a carga de poluição lançada ao rio e deu chances a ele de melhorar sua qualidade.

TJ: E essa nova classificação abrange toda a extensão?

ACS: Agora abrange. No começo havia mudado um trecho, mas a última resolução, de abril de 2017, abrange o rio inteiro. Par ter esse trabalho, teve o esforço conjunto dos municípios. Mas não foi tudo na mesma época: Jundiaí começou, depois veio Indaiatuba, depois Salto, depois Itupeva, recentemente Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista. O resultado disso que favoreceu a mudança como um todo.

TJ: A Companhia de Saneamento de Jundiaí trata 98% de todo o esgoto gerado pelo município. Qual a importância desse número para o resultado alcançado no rio Jundiaí?

ACS: Jundiaí tem um impacto grande, porque é uma das maiores cidades da bacia. Esses 98% não são apenas domésticos, mas também industriais, ou seja, toda a carga gerada pelo município é tratada. Isso reduziu significadamente o esgoto que cai no rio. Hoje a gente trata tudo antes do lançamento.

TJ: Quais devem ser os futuros passos para uma recuperação ainda maior do Rio Jundiaí?

ACS: Cada cidade tem seus passos, todos estão preocupados com isso. Nós, da CSJ, estamos desde 2018 investido em estudos e projetos, pensando em soluções mais modernas para respeitar essa nova classe 3 e melhorar ainda mais. Estamos em fase de estudos de testes e avaliação de projetos, para poder adequar ainda mais o lançamento que fazemos. Esses passos vão continuar por mais algum tempo. Adequando todo o nosso trabalho de acordo com a classe 3, aí quem sabe o rio consiga melhorar ainda mais e buscar uma outra classe. É um trabalho longo.

TJ: Como a população pode ajudar para a manutenção da despoluição do rio?

ACS: Independente de tudo, a população pode sempre ajudar. O que é importante? Não lançar lixo no rio, nem no vaso sanitário. O vaso não é uma lata de lixo. O que você lança na sua pia também, tem influência. A reciclagem de óleo, por exemplo, tem várias maneiras de fazer. A reciclagem do lixo e a destinação correta do lixo também é um passo grande. É importante para a cidade e para o rio. A denúncia também é outra coisa importante. Uma coisa que também se mostra necessária é a construção correta dos encanamentos para água da chuva e esgoto. O esgoto deve ser lançado na rede de esgoto e a água da chuva na rede pluvial. Essa separação deve ser respeitada nas novas casas ou até modificada, no caso de construções antigas.

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