Em Louveira, Estanislau Steck quer fazer muito mais pela população e pela cidade
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Entrevistão

Em Louveira, Estanislau Steck quer fazer muito mais pela população e pela cidade

Prefeito fala sobre o planejamento para o futuro, das ações contra Covid e do legado que quer deixar

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Estanislau Steck
Estanislau Steck foi vereador e presidente da Câmara Municipal antes de ocupar a cadeira de prefeito (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Um município que conta com um bom orçamento, abriga grandes empresas, tem acesso fácil para rodovias e um PIB (Produto Interno Bruto) per capita que já foi considerado terceiro maior do Brasil. Assim é Louveira, cidade com 50 mil habitantes e que, aparentemente, não tem problemas para serem resolvidos. Numa conversa com o prefeito Estanislau Steck (PSD), feita pelo Tribuna de Jundiaí para a série do Entrevistão com os chefes do Executivo da Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ), porém, percebe-se que a cidade pode estar numa condição ainda melhor.

Médico veterinário de 56 anos (29 deles dedicados à profissão), casado, pai de três filhos, Estanislau foi vereador por dois mandatos na cidade e presidente da Câmara. No ano passado, ele venceu a eleição com o dobro de votos em relação ao segundo colocado.

No bate-papo feito no gabinete do Paço Municipal, o prefeito falou sobre o planejamento para a Louveira do futuro, dos projetos em andamento, das ações contra a Covid19 e também do legado que quer deixar para o município. “A oportunidade no Legislativo, inclusive como presidente, me deu a experiência necessária para poder administrar a cidade e desenvolver rápido algumas ações assim que assumimos”, comentou.

Para este ano, ele tem que administrar um orçamento de R$ 425 milhões. “Louveira já foi o terceiro PIB per capta do Brasil e o primeiro do Estado de São Paulo. Hoje caímos para 10º lugar e considero que houve perda de arrecadação não só pela situação econômica, mas também pela falta do trato (da Prefeitura) com os empresários. Muitas empresas foram embora pela insegurança jurídica, porque o município não tem nem um Plano Diretor aprovado e também não tinha uma secretaria que acolhesse esses empresários. Já começamos a trabalhar para mudar isso”.

Confira:

Tribuna de Jundiaí – Como o senhor encontrou a Prefeitura ao assumir e o que foi possível fazer nesses primeiros meses de trabalho?

Estanislau Steck – Nós não tivemos problema financeiro, o que já é uma grande coisa. Mas o problema de Louveira é o que vimos nos oito anos como vereador na Câmara Municipal, que é poder fazer muito mais para a população do que vinha sendo oferecido. Agora estamos conseguindo impor algumas ações que foram prometidas na campanha. Tudo o que foi falado naquela época tinha embasamento, foi orçado.

A diferença de votos nas urnas também deu um crédito para a nossa administração, tanto em relação ao apoio da população quanto politicamente, com a base bem fortalecida. Isso nos dá condições de implantar essas mudanças, como na assistência social, por exemplo. Faltavam ações nesta área, que foi muito usada para dar emprego para políticos da região e as pessoas que precisavam não estavam tendo respaldo.

Hoje nós temos uma pasta técnica, inclusive com uma secretária que foi “eleita” pelos funcionários de carreira e estamos colhendo frutos disso. O Fundo Social praticamente não existia e a minha esposa (Magali Steck) assumiu essa causa. Hoje ele ocupa um espaço bem amplo, adequado e com campanhas sendo feitas. Arrecadamos alimentos em conjunto com a EPTV e agora estamos arrecadando agasalhos, além da doação de cestas básicas por parte do Governo do Estado. São ferramentas que estavam à disposição para servir aquelas famílias que mais precisam e não estavam sendo utilizadas.

Num momento de pandemia, onde o foco é saúde, nós fizemos uma remodelação na secretaria. Trouxemos um secretário técnico, doutor Eduardo (Gomes de Menezes, médico cardiologista), com experiência em outras cidades. Demos autonomia a ele, que montou uma equipe técnica e estamos colhendo frutos desta gestão. Em 15 dias fizemos um hospital de campanha, num espaço físico adequado e que não vai precisar ser desmontado.

A nossa UTI nem era reconhecida, nós dobramos a capacidade dela e hoje temos 10 leitos cadastrados na Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços). Por conta disso, recebemos repasse de quase R$ 1,7 milhão e tudo isso tem proporcionado recursos e estrutura para atender melhor a nossa população. Nós criamos mais seis leitos próximos da UTI, para quando houver necessidade. Com isso, chegamos a 16 leitos.

Estamos disponibilizando cateteres de alto fluxo, que são aqueles que fornecem oxigênio para o paciente sem precisar de intubação. Eles têm custo de quase R$ 50 mil cada um e compramos três. Estão chegando mais três e já autorizei termos um total de 10, para que (o paciente) só necessite de intubação em último caso. Em muitas situações, conseguimos resolver só com o cateter.

O nosso hospital de campanha começou com 12 leitos, aumentamos para 20 e vamos fazer mais 29, totalizando 49 leitos. Em pouco tempo, conseguimos fazer uma revolução na saúde e digo isso porque, em termos de tratamento da Covid, só os grandes hospitais de São Paulo têm a estrutura compatível com o que fizemos, aqui. São ações que percebemos ter respondido bem aos anseios da população.

No transporte coletivo, quanto pior se prestar o serviço, menos usuários terá. As pessoas vão preferir usar os aplicativos de transporte, obviamente. Eu sempre vislumbrei um transporte melhor, para que pudéssemos ter maior adesão, e nos inspiramos em Curitiba (PR) para isso, que é uma cidade exemplo de urbanização e do transporte coletivo. Fizemos um projeto de subsídio da passagem, que custa hoje R$ 2 e é gratuita aos finais de semana e feriados. Para idosos e pessoas com deficiência, a passagem é gratuita todos os dias.

Ainda existem algumas dúvidas dos usuários em relação ao cartão (do sistema de transporte), porque a pessoa quer pagar o valor de R$ 2 em dinheiro e isso não é possível. Nesses casos, o motorista vai cobrar a passagem nova, que foi reajustada para R$ 4,50 (era R$ 4,20). E por que isso? Ao passar o cartão na catraca, há o controle de acesso dos passageiros e muito mais transparência depois para que a empresa possa prestar contas disso.

No futuro, talvez, façamos a conexão do ônibus com o Cartão Cidadão, que também não terá mais o cartão físico. Será só um cadastro, porque será feito o reconhecimento facial: ao chegar no coletivo, o sistema faz a leitura da face e já libera o acesso. Isso nós queremos implantar também em prédios públicos que necessitem deste cartão, com toda a visão moderna que planejamos para a cidade.

Aliás, vamos começar a introduzir na gestão toda a ideia de utilizar o mínimo de papel. A “Louveira sem papel” é um projeto que tive conhecimento em cidades vizinhas e que agiliza os serviços utilizando a internet. A pandemia nos forçou a acelerar esse processo, por exemplo, como os protocolos que já são digitais.

Estanislau (à direita) vistoria obras no campo do Monterrey (Foto: Divulgação/PML)

Na questão do esporte, não é possível ter ações e eventos por conta da pandemia, mas estamos priorizando espaços públicos. Por exemplo, locais que não tinham calçada para fazer caminhada nós estamos abrindo e proporcionando mais segurança, para estimular a prática. Já liberamos, inclusive, em volta do lago para que as pessoas façam caminhadas.

Temos um parque público que está em processo de licitação, isso foi cancelado no passado e vamos retomar para ter o primeiro parque público de Louveira. A Fazenda Santo Antônio, que é um espaço de quase 300 anos e estava fechada há cinco anos, conseguimos liberá-la para que as pessoas possam usufruir disso. É o momento dos gestores públicos garantirem locais e condições para que a população tenha condições de uma melhor qualidade de vida.

Sou muito fã de esportes e sempre ouvi falarem nas campanhas, desde 2012, que Louveira só tem dois campos de futebol e que no passado eram 10. Estamos em 2021 e continuamos com os mesmos dois campos, não foi criado nenhum outro espaço desse na cidade.

No bairro Monterrey, por exemplo, o único campo que tinha lá era particular e fechou. Penso em fazer, ali, um centro de educação integral e também uma área com campo, piscina e quadra que servirá aos alunos e que fique independente para, aos finais de semana, a população poder utilizá-la.

O estádio municipal sempre foi uma vergonha. Assisto na tevê jogos em cidades muito pequenas, mas com estádios impecáveis, e penso que Louveira poderia ter algo melhor. Trouxemos até recursos federais como vereador para a reforma do estádio, mas por birra política os prefeitos acabaram não usando isso. Agora estamos licitando novamente a reforma e vamos ter um estádio municipal adequado, com campo em medida oficial, quatro vestiários – dois para os árbitros, um feminino e outro masculino – atendimento médico, cantina, cabine de imprensa, iluminação e estrutura moderna para um público de 2 mil pessoas sentadas.

“O nosso hospital de campanha começou com 12 leitos, aumentamos para 20 e vamos fazer mais 29, totalizando 49 leitos. Em pouco tempo, conseguimos fazer uma revolução na saúde e digo isso porque, em termos de tratamento da Covid, só os grandes hospitais de São Paulo têm a estrutura compatível com o que fizemos, aqui. São ações que percebemos ter respondido bem aos anseios da população”

Tribuna – A pandemia atrapalhou os projetos que o novo governo planejou?

Estanislau – Nosso projeto de governo é bem ousado, para fazer 20 anos em quatro, mas confesso que fomos atropelados pela situação da Covid. Na campanha, imaginava que já estaríamos vacinados e voltando ao normal neste período.

Na educação, por exemplo, tentamos voltar com as aulas presenciais mas tivemos de desistir porque veio a segunda onda da doença. Para você ter uma ideia, Louveira não tinha uma plataforma digital dedicada ao ensino das nossas crianças. As professoras tentaram dar aulas pelo WhatsApp, no ano passado, o que é algo totalmente inviável. Agora, estamos preparando a cidade para o futuro, já temos a plataforma digital mas 55% dos alunos não tinham acesso ao computador, celular ou tablet para assistir essas aulas.

Por isso, na sessão da Câmara, os vereadores aprovaram um remanejamento do orçamento para que possamos locar 4,1 mil tablets para essas crianças que não têm condições. Mesmo que as aulas voltem a ser presenciais, estes alunos continuarão com os equipamentos para poder repor as aulas perdidas. Estamos, inclusive, capacitando os professores para trabalhar com este método, que Louveira infelizmente estava muito atrasada pois o ensino à distância já existe há muito tempo.

Iniciamos também a troca dos testes para Covid, porque as pessoas tinham de esperar 14 dias para receber o resultado. Era um absurdo, nesse período alguém poderia morrer por complicações da doença. Foi uma exigência nossa e já foram substituídos. Agora fizemos uma compra de testes e vamos realizá-los em bairros com maior incidência de casos. Temos mapeado isso e focado neles com campanhas de distribuição de máscaras, álcool em gel, desinfecção de ruas e orientações com carro de som.

A testagem em massa é uma forma eficiente de prevenção, porque você dá atenção e tira de circulação aquelas pessoas que não têm os sintomas, mas que estão contaminadas e transmitindo a doença. São 50 mil testes PCR e mais 30 mil que apontam se (a pessoa) teve a doença há um tempo e se recuperou ou se está tendo contato agora (o agendamento dos testes foi iniciado esta semana, antes da realização da entrevista).

“Por isso, na sessão da Câmara, os vereadores aprovaram um remanejamento do orçamento para que possamos locar 4,1 mil tablets para essas crianças que não têm condições. Mesmo que as aulas voltem a ser presenciais, estes alunos continuarão com os equipamentos para poder repor as aulas perdidas. Estamos, inclusive, capacitando os professores para trabalhar com este método, que Louveira infelizmente estava muito atrasada pois o ensino à distância já existe há muito tempo”

Tribuna – Houve alguma surpresa no governo?

Estanislau – Na área do saneamento, me surpreendi com o que encontramos. Muitas obras foram feitas, novidades boas para a cidade. O sistema está praticamente todo informatizado, com controle central de todas as caixas d’água, bombas e válvulas. Com isso foi possível que pudéssemos implantar num conjunto habitacional a telemetria, que dispensa a utilização do antigo hidrômetro. Com esse sistema, o consumo de água de uma unidade habitacional é enviado de maneira on-line para a central. Com ela, conseguimos até prevenir perdas, porque será avisada pela telemetria quando houver um vazamento, por exemplo.

Em relação à represa, houve um barulho aí de que ela estava pronta, mas faltavam documentos e uma série de medidas para que pudesse operar e nós tivemos de concluir este processo. Até por conta disso, após ordem da Justiça, toda a água que estava armazenada teve de ser liberada. As barragens têm tido uma atenção muito maior depois do que aconteceu em Minas Gerais e a nossa licença de operação foi liberada recentemente, justamente no período em que não teve mais chuva em quantidade suficiente. Vamos passar um apuro neste inverno, mas esperamos que no próximo verão já seja possível trabalhar com o limite máximo da represa.

Tribuna – Quais são os maiores desafios que o senhor terá de enfrentar?

Estanislau – Na mobilidade urbana, esperávamos que nos últimos oito anos houvesse um avanço porque existem muitos projetos para essa área. Tem projeto em tudo quanto é gaveta, aqui, mas foi executado muito pouco. E isso, para Louveira, é questão de sobrevivência porque a cidade depende da logística, da circulação de produtos, serviços e mercadorias das empresas. Ter um trevo, uma rodovia que o trânsito não flui é um suicídio para a economia local. Eu considero como o nosso maior desafio.

Nós temos as rodovias que cortam a cidade, além do rio Capivari e a ferrovia. Tudo isso é entrave para que possamos fazer o trânsito fluir, mas não pensamos só no veículo. Ciclovias, locais para caminhada, calçadas largas e com segurança também fazem parte de uma cidade do futuro que estamos pensando, até porque as pessoas estão utilizando outros modais e nós temos de acompanhar isso.

A gestão passada fez o projeto de um anel viário, que é uma ação ousada e que consumiria mais do que um orçamento inteiro do município. O custo da obra gira em torno de R$ 500 milhões, até por isso não é possível fazê-lo num mandato só. Nestes quatro anos, queremos construir a primeira fase, que compreenderia um trevo próximo à indústria P&G e todas as demais que estão ali, para aliviar o trânsito naquela região do km 70 (da rodovia Anhanguera), na divisa com Jundiaí. A partir dele, será possível criar as alças do anel viário, pois já existe um traçado determinado por toda cidade.

Mas temos outras metas, como o prédio da Santa Casa de quase 3 mil m² que está abandonado há oito anos. Já foram usados ali R$ 10 milhões (nas outras administrações) e precisamos concluir.

Tem também o teatro municipal, que teve início a obra mas não foi concluída. Queremos transformar ali num projeto de escola para formação profissional, porque a cidade não comporta um teatro deste tamanho. Foi uma loucura do passado que queremos corrigir, investindo numa área que é essencial principalmente para as famílias, por gerar oportunidades de emprego e renda.

Outra iniciativa é a construção do hospital no bairro Santo Antônio, porque lá a maior demanda é por saúde. Vamos implantar, também, o programa Saúde da Família, investindo em atenção primária e levando o médico até as famílias.

São ações desafiadoras e que pretendemos implantar, mas tudo isso só foi possível graças ao secretariado técnico e comprometido com a cidade, que nós conseguimos montar sem influência de amarras políticas. Quando você tem que pagar compromisso político com secretarias, às vezes isso pode se transformar até numa tragédia. A gente sente deles que estão motivados e a população, de certa forma, tem reconhecido isso. Conseguimos comprovar isso, por exemplo, na Ouvidoria do município. Das demandas que chegam ali, 10% são de elogios por ações executadas, o que para nós é gratificante.

Tribuna – Houve problemas com o Plano Diretor da cidade, não é? Como está esse processo?

Estanislau – Louveira é uma cidade nova, vai fazer 56 anos em 2021, mas nunca foi pensada com planejamento. E faltou justamente isso no Plano Diretor, que nós temos a incumbência de refazê-lo conforme acordo judicial, porque o que foi feito anteriormente teve questionamentos na Justiça. Usaram o Plano, infelizmente, para favorecimentos imobiliários e até particular.

O Plano Diretor tem que demonstrar o interesse da maioria da população e para isso ele precisa ser plenamente discutido, amplamente divulgado, ter prazos pertinentes e nada disso foi feito. Não se pode fazer nada na correria, na calada da noite para poder aprová-lo. Existe o Estatuto das Cidades, que prevê participação popular no desenvolvimento do Plano Diretor e isso não foi respeitado na revisão, em 2019. Até por isso, houve o questionamento da Promotoria e uma ação judicial.

Agora, estamos contratando uma empresa especialista em urbanismo para estudar todo o nosso território, apontar o que é bom para a cidade e qual é o planejamento para os próximos 10 anos. Tudo discutido, votado pela Câmara Municipal, e que demonstre o interesse da população como um todo.

“O Plano Diretor tem que demonstrar o interesse da maioria da população e para isso ele precisa ser plenamente discutido, amplamente divulgado, ter prazos pertinentes e nada disso foi feito. Não se pode fazer nada na correria, na calada da noite para poder aprová-lo. Existe o Estatuto das Cidades, que prevê participação popular no desenvolvimento do Plano Diretor e isso não foi respeitado na revisão, em 2019. Até por isso, houve o questionamento da Promotoria e uma ação judicial”

Tribuna – Mudar do poder Legislativo para o Executivo alterou o modo como o senhor atua, hoje em dia?

Estanislau – O grande desafio é ser coerente, né? Fui vereador por oito anos, presidente da Câmara durante quatro anos e sempre procuro atender as pessoas, principalmente aquelas que mais precisam. Política tem muita bajulação e se você se iludir com isso, não sobra nada. O que é importante, para mim, é atender todo mundo da mesma maneira, seja um empresário ou aquela pessoa mais carente.

Aliás, fizemos algo inédito na cidade que foi o auxílio aos empresários com R$ 1 mil por mês para ajudar com as despesas, neste momento de pandemia. A nossa visão é essa: se o comércio, as empresas e a indústria não estiverem bem, funcionando, a cidade perde em geração de emprego e renda. Mas também não podemos esquecer da população carente, que é o grande ato do gestor público: trabalhar para quem mais precisa.

Minha rotina continua normal, sempre com toda segurança por conta da Covid19 e tomando as precauções. Mas estou na rua, faço caminhada, ando de bicicleta e a cavalo, vou à missa e aos eventos religiosos da cidade. Recebo as demandas pelo meu celular, como na época de vereador, e encaminho para os secretários.

Procuro fazer o que é o trabalho político, mas percebo que as pessoas se surpreendem, porque imaginavam que fosse aparecer só daqui quatro anos (risos). Confesso que também fiquei surpreso com essa reação, porque como vereador sempre fui assim e não tem por que mudar, não é? Para mim é uma recompensa esse retorno, as pessoas elogiando e isso tem nos dado força para fazer aquilo que Louveira precisa.

Outra coisa que ajuda muito é o vice. Conseguimos montar uma chapa em que o prefeito e o vice estão unidos e trabalhando. Além de vice, o Ricardo (Barbosa) é meu amigo, nos conhecemos em 2007 quando me candidatei a primeira vez (a prefeito), uma pessoa do bem, trabalhador e tem nos ajudado muito. Essa sintonia faz muita diferença e as pessoas gostam quando nos veem juntos, trabalhando.

Nossa campanha foi muito positiva, não ficamos batendo apesar de tudo de negativo que havia na cidade. Falamos de propostas para Louveira, mesmo assim tentaram nos atacar de todo jeito. Mas a cidade queria saber de coisa boa, daquilo que imaginamos para os próximos quatro anos e o resultado deixou isso bem claro.

Com a família, em registro feito após assumir o mandato: desejo de uma Louveira ainda melhor (Foto: Arquivo Pessoal)

Tribuna – O que o senhor quer deixar para Louveira como legado?

Estanislau – Estamos estimulando os vários grupos existentes na cidade para a criação dos conselhos municipais, para que os gestores passem mas o trabalho continue em benefício da cidade. Aqui em Louveira, os conselhos sempre foram vistos como pro forma. Por exemplo, no penúltimo Conselho de Saúde houve manipulação da eleição, que gerou até denúncias. Junto com o Conselho de Educação, esses são os obrigatórios que os municípios devem ter, mas precisam ser democráticos, estimulados à participação da população.

Daqui para a frente queremos estimular cidadania, por isso acredito que, além das obras e ações, esse seja o grande legado que podemos deixar. Além disso, queremos dar identidade à cidade, com portais nas entradas e saídas, no paisagismo com jardins bem cuidados e torná-la, além de bonita, eficiente. Temos projeto, inclusive, para economia de energia e criação de uma usina de energia foto voltaica. Vamos usar a iluminação de led, também, que é mais eficiente e mais barata.

Nosso desejo é de uma cidade mais democrática, mais cidadã, em que as pessoas se sintam orgulhosas e não tenham medo, porque sempre vimos isso, aqui. Uma pessoa começava a questionar e passava a ser perseguida, fiscalizada, multada… Sempre houve uma tendência ao ditador, ao “reizinho”, ao dono da cidade, quando na verdade o político tem de saber que ele está num cargo passageiro. Temos de fazer tudo bem feito para deixar o nome marcado na história por aquilo que ficou de bom, que ajudou a mudar a vida das pessoas. Quem usa esse poder para benefício próprio ou para o grupo do qual faz parte nunca vai deixar boas lembranças.

Vamos cumprir, também, uma promessa que vários governos fizeram: entregar mil unidades habitacionais em quatro anos. Temos obrigação de construir até 2024, entre lotes urbanizados, apartamentos, do jeito que for para atender o nosso cadastro de 5 mil famílias que não têm um imóvel em Louveira.

Assim, reduzimos essa demanda em 20% já neste mandato. E que os outros façam o mesmo, já que essa situação que chegamos é fruto da inoperância dos antigos governos. Todo mundo prometeu mil unidades, mas ninguém entregou.

“Nosso desejo é de uma cidade mais democrática, mais cidadã, em que as pessoas se sintam orgulhosas e não tenham medo, porque sempre vimos isso, aqui. Uma pessoa começava a questionar e passava a ser perseguida, fiscalizada, multada… Sempre houve uma tendência, aqui, ao ditador, ao “reizinho”, o dono da cidade, quando na verdade o político tem de saber que ele está num cargo passageiro. Temos de fazer tudo bem feito para deixar o nome marcado na história por tudo aquilo que foi feito de bom, que ajudou a mudar a vida das pessoas. Quem usa esse poder para benefício próprio ou para o grupo do qual faz parte nunca vai deixar boas lembranças”

Tribuna – A geração de emprego e renda em Louveira é algo que a Prefeitura vai trabalhar, prefeito?

Estanislau – Tem um programa que é de geração de renda. Enquanto não conseguimos atrair mais empresas por conta da pandemia, vamos usar uma parte do nosso orçamento para formação profissional. O louveirense, hoje, infelizmente tem pouca formação profissional e eu temo que, com a chegada dessas empresa, a gente não consiga vagas de emprego para a nossa população. Vamos receber em breve mais mil postos de trabalho do Mercado Livre na cidade e é possível que muitas delas não fiquem aqui por causa disso.

Com uma melhor formação, as pessoas vão poder disputar melhores empregos. Muitos têm a percepção de que Louveira é um município rico, mas 70% da população têm renda familiar abaixo de três salários mínimos. São pessoas que dependem do serviço público em várias áreas, pagam aluguel, as contas. Isso sem falar no custo de vida, que é alto. Por isso é nossa obrigação ajudar naquilo que for possível.

Temos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico uma parceria muito importante do Sebrae e queremos usar de todas essas ferramentas, porque o empreendedorismo é o emprego do futuro. Temos de ensinar as pessoas a serem donas do próprio negócio. Estamos reativando o Banco do Povo, também, para ajudar esses empreendedores.

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