Representando Jundiaí e o Brasil no atletismo, o paratleta Thomaz Ruan, do Peama, falou ao Tribuna de Jundiaí sobre seu interesse pelo esporte e seus próximos objetivos.
Ele é destaque em competições internacionais. No ultimo domingo (9), ele foi o segundo colocado nos 400m do Mundial Paralímpico de Atletismo, em Dubai.
Tribuna de Jundiaí: Como surgiu o interesse pela prática do atletismo?
Thomaz Ruan: A vontade de praticar o atletismo veio com o tempo. Eu fui convidado a participar para analisar as atividades, pra eu ver se eu gostava, se eu iria me adaptar ou não. A minha treinadora me viu jogando ping pong na época e conversou com o meu pai, pediu pra ele me levar. E desde a primeira vez que eu entrei, eu nunca mais saí. Com o passar do tempo eu fui criando gosto e então eu quis ficar de uma vez.
TJ: Em que momento houve a oportunidade de treinar no Peama?
TR: Um amigo da minha mãe, um amigo da igreja, falou para ela sobre o Peama e disse para eu ir lá. Como era muito perto de casa, eu resolvi ir e já estou com o Peama há 8 anos. Amo demais aquele clube e desde que eu cheguei lá eu nunca saí. Pratiquei muitas atividades, mas o Peama me ajudou em tudo na minha vida e eu agradeço muito por tudo que eu tenho hoje, que é muito graças ao que eles fizeram por mim durante a minha infância.
TJ: Qual a sensação de representar o Brasil em eventos internacionais?
TR: Representar o Brasil internacionalmente é muito gratificante. Eu sou muito grato porque eu sei que muitos gostariam de estar no meu lugar, que poderiam estar no meu lugar porque também têm muita capacidade, então eu sei que eu estou representando toda uma nação. Eu fico muito feliz porque eu sei que se eu represento uma nação, eu sou um dos melhores para poder fazer isso, senão eu não estaria aqui, eu não teria sido chamado. Eu me sinto muito grato por estar representando o sonho de tanta gente.
TJ: Antes de representar o Brasil, você representa sua cidade em campeonatos regionais, nacionais. Como é treinar na Terra da Uva?
TR: Jundiaí é um polo muito importante mesmo, tem uma grande estrutura para o paradesporto. Eu tenho amigos de outras cidades que não têm a mesma estrutura, não têm a possibilidade de ter todos esses caminhos que a gente, que a Prefeitura nos dá.
Nos Jogos Regionais fica nítido que Jundiaí é uma das cidades mais fortes. Todas as vezes que participei, nós ficamos em primeiro. Nos Jogos Abertos estamos começando a crescer mais e o que eu fico mais feliz é que a turma de Jundiaí, a maioria é Peama, que estão no dia a dia, pessoas que estão juntas.
TJ: Você acha que o paradesporto é reconhecido no Brasil, para além de Jundiaí?
TR: Eu acredito que está sendo reconhecido agora porque alguns resultados estão dando muita visibilidade para o paradesporto brasileiro e acredito que agora, a partir disso, está abrindo um espaço importante. Eu não posso negar que ainda é muito pouco. Não é o ideal mas já é alguma coisa.
Eu fico muito feliz em ver não só a minha cidade, mas ver o paradesporto crescendo em todo o país. No Brasil, tem muitos atletas de alto nível mas eu acredito que com o tempo o paralímpico vai ser muito bem visado e vai ter o seu devido valor e merecimento.
TJ: Quais são seus principais objetivos daqui pra frente?
TR: A minha principal meta para os próximos anos é, principalmente, ir para as Paralimpíadas e medalhar também. Estou treinando demais para que isso aconteça e esse tem sido o foco.
TJ: Você é muito jovem. Como conciliar os treinos com a vida fora das pistas?
TR: O Thomaz fora das pistas é um cara muito brincalhão, uma pessoa descontraída, uma pessoa que gosta de estar perto de outras pessoas pra fazer atividades. Eu gosto de estar sempre ativo. Sou uma pessoa hiperativa, então eu gosto de estar em diversas atividades, gosto de participar sempre de alguma coisa.
Eu sempre busco poder ajudar alguém, fazer parte de um grupo porque eu acho que na minha vida, nunca gostei de fazer algo sozinho.
Paralelamente ao treino, eu sempre tento buscar conhecimento que possa me ajudar nas pistas.
Converso demais com o meu treinador, às vezes assuntos paralelos ao treino mas que indiretamente vão me beneficiar não só no treino, mas também na minha carreira, na hora de competir; por isso eu tento buscar o máximo de experiência nos detalhes de cada coisa, seja conversando com os meus amigos, com o treinador, lendo alguma coisa na internet, mas é assim: sempre tentando buscar um pouquinho a mais a cada dia.