Já imaginou participar da construção de um dos maiores experimentos sociais do mundo? Essa é a realidade da brasileira Sofia Chudzik Bauer, arquiteta e urbanista, que participou da construção do Burning Man 2024.
O evento, que acontece anualmente nos Estados Unidos, é guiado por 10 princípios, incluindo a participação ativa, a não comercialização, a descomodificação e o respeito pelo meio ambiente, com a regra de “leave no trace“ (não deixar rastros). Durante o período, são realizadas diversas instalações artísticas, performances, oficinas e a queima de uma grande escultura de madeira, o Burning Man, que simboliza renovação e desapego.
Sofia conta que participar do Burning Man era um desejo de 11 anos. Durante todo esse tempo ela queria visitar a cidade temporária, mas havia sempre alguns empecilhos relacionados à visto e toda parte burocrática que se tem para entrar nos Estados Unidos. Hoje, ela é moradora de San Dimas, na Califórnia.
“No meu TCC de arquitetura eu usei o Burning Man como referência porque eu fiz uma cidade intermitente e sempre usei como estudo em outras matérias, como sistemas estruturais”, recorda Sofia.
A arquiteta conta que é comum algumas pessoas doarem ingressos do evento e que, inclusive, algumas pessoas compram em grande número apenas para doar, mas não é algo fácil de se conseguir dias antes da cidade temporária estar ativa.
“No Burning Man de 2024, eu resolvi ir um mês antes dele começar o que é um desafio por si só, né? Porque demanda planejamento e o pessoal fala que é um esforço de pelo menos seis meses para você ir confortável”, explica.
E com esse objetivo de conseguir tudo de graça, ela publicou em um grupo contando que seria a primeira vez no evento e como seria importante. “O meu post passou por um idealizador responsável pela instalação de arte e esse pessoal estava dando ingressos de graça porque eles precisavam de pessoas para montar a estrutura. Contei que era arquiteta e poderia ajudar em qualquer projeto que precisasse”, afirma.
Quando questionada sobre o que motivou o envolvimento dela nesse projeto, ela brinca e diz que foi excesso de coragem, mas afirma que o estudo colaborou bastante para topar o convite.
“O erro de todo mundo é achar que é um festival, mas é literalmente uma cidade temporária que funciona como um experimento social urbanístico e arquitetônico de como seria ter sociedades temporárias e como isso se desenvolve”, detalha.
Sofia ainda afirma que o que mais chamou a atenção no Burning Man não são as atrações musicais, mas sim como as pessoas lá reagem e, principalmente, toda a estrutura montada no deserto.
De calor extremo a tempestade de areia: desafios do Burning Man
A arquiteta conta que um dos desafios foi entrar na mesma linha de pensamento referente ao projeto, porque muita coisa não estava somente na planta e precisa conversar com as pessoas que idealizaram para entender, mas o maior deles sem dúvida foi o ambiente com condição climática imprevisível.
“É tempestade de areia de noite, frio de manhã e calor, e os trabalhos estavam sendo feitos das 9h até as 2h, no máximo, 4h. É dormir pouco, acordar e trabalhar em um ambiente que está no meio do nada. Você não tem estrutura suficiente e energia elétrica para fazer as coisas, é preciso trazer seus geradores, combustível e as próprias comidas. Isso faz parte de um dos valores do Burning Man”.
Ela conta também que as filas eram longas, que nunca sabia o que estava acontecendo e que, muitas vezes, durante o trabalho você tem que esperar o maquinário chegar até você porque está em uso com outro grupo de pessoas. “Nada acontece quando você quer, acontece quando é para acontecer”, afirma.
Trabalho braçal e aprendizado
O processo da construção da estrutura já vem pronto e eles vem com uma arte para que grupos possam desenvolver, isso também tem uma aprovação prévia com o design e concepção da ideia.
“Eles fizeram a estrutura pré-moldada e cortaram todas as partes, levando até o Burning Man, daí a gente faz a primeira parte de cima, o nosso chão e paredes, a estrutura básica. Depois a gente colocou a estrutura de cima que segura as luzes e tecido. A parte dos amplificadores de speakers, transducers – dispositivos que fazem a vibração, vem depois. Enfim nisso, a gente chama o maquinário pesado para levantar”, conta.
“Usei todas as minhas habilidades de arquitetura para ter noção da planta e de sistemas estruturais, de segurança, de normas, para que tudo fosse o mais seguro possível”, diz Sofia.
Ela ainda revela que o maquinário precisou levantar os trabalhadores para eles encaixar e parafusar tudo de modo manual. Por fim, ela conseguiu montar a estrutura que seria como uma sala, explicando de modo simples.
Sobre a cultura, ela disse que não sentiu tanta diferença, pois mora nos Estados Unidos há um ano e meio e está com o marido dela há quatro, então ela está familiarizada com a forma de convivência dos americanos. “A maioria do pessoal ali era arquiteto ou engenheiro ou da área, fazendo com que a gente se entendesse”, destaca.
Sofia conta que, de início, ela ficou em choque e pensando que as pessoas eram “irresponsáveis”, mas depois de um tempo entrou na ideia e se acostumou com a vivência. “Você desapega desse sentimento de desespero e as coisas começam a fluir”.
Ao todo, tem 300 artes na cidade temporária e uma equipe para checar se tudo está certo e ocorrendo bem. “Foi uma coisa que por mais que fosse o meu objetivo, eu tive aquela sensação de dever cumprido, principalmente em ver as pessoas utilizando a arte como a gente queria que fosse utilizada. Isso é bonito”.
E para quem assim, como Sofia, deseja fazer parte de um projeto tão grandioso quanto o Burning Man, ela deixa um recado:
“Nós brasileiros temos muito potencial, mas às vezes usamos de forma errada, muito individualista, então tirar o egoísmo da mentalidade, ter mais ambição e pensar no coletivo”.
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