No sistema de organização social capitalista a falência de empresas é um processo natural, as causas são diversas e os efeitos dependem da importância da companhia para a sociedade. As literaturas disponíveis têm fundamentos suficientes para embasar os planos estratégicos dos executivos na batalha pela sobrevivência. Phillipe Kotler um estudioso da administração de marketing demonstra nas suas abordagens o ciclo de vida dos produtos e serviço, enfatizando que o comportamento do consumidor é mutante e o reposicionamento se faz necessário para evitar a saturação do que está ofertando.
Outro estrategista da escola norte americana, o economista Michael Porter aponta os riscos para os negócios em seu pentágono as forças da competição. Já Kaplan e Norton em sua contribuição para a administração empresarial moderna entendem que todos os stakeholderes têm perspectivas divergentes, no entanto o mapa estratégico proposto é um alinhamento de interesses que convergem para o equilíbrio da corporação.
Nesse inicio de século estamos presenciando uma ebulição jamais vista no mundo corporativo, tanto com o surgimento de novas companhias, com enorme escala de vendas globalizadas que arrebentaram as barreiras de entradas, sem permitir oportunidades de reações aos já estabelecidos.
Esse fenômeno está mais evidente no setor de varejo, onde players locais estão perdendo o jogo, devido às fraquezas nas negociações junto às cadeias de suprimentos com operações internacionalizadas. As poderosas empresas asiáticas, europeias e americanas estão aproveitando as oportunidades geradas com o advento da internet e encantando os infiéis consumidores, que doentes por consumo encontram a cura nos streamings inseridos nos smartphones na palma da mão e recheados de novidades.
Outro segmento que está vivendo uma revolução é o de comunicação, antes comandando pelos monopólios de mídias que controlavam a televisão e os grandes jornais, por sua vez se acomodaram na zona de conforto da segregação da informação como produto exclusivo, com edições tendenciosas e uma manipulação dos fatos para confundir a opinião pública e ganhar poder de negociação.
A queda da barreira pode ser percebida em um fato relevante ocorrido no momento em que estou produzindo esse parágrafo, horas depois para boa parte da humanidade já é noticia velha. Essa velocidade da cibernética além de expor a verdade nua e crua, não existe mais a exclusividade da noticia e nem o furo de reportagem como diferencial. E qualquer cidadão pode ser o produtor da noticia, sem recortes e manipulações, algo comum na mídia profissional. E a televisão passou a serem meros repetidores de noticias, apesar da tentativa de impor uma narrativa impar.
A Rede Globo de comunicação passou décadas dando as cartas na comunicação nacional. A exclusividade de espaços e entrevistados era abusivo e a seleção de anunciantes era exclusiva para cada programa. Ter a marca anunciada na Rede Globo era sinônimo de sucesso empresarial e no horário nobre era o ápice. Uma parcela da sociedade ainda acredita que essa companhia tem superpoderes, pois utilizava os seus microfones poderosos para construir lideranças fajutas e perseguir os que estavam fora do alinhamento, isso servia para pessoas físicas e jurídicas.
O poder de convencimento era tão consistente que os apresentadores dos programas eram vistos como semideuses e tinham remunerações exorbitantes. Trabalhar na rede Globo era o sonho de todos os profissionais das comunicações e afins. Ultimamente quem ainda sintoniza os canais estão vendo novas caras e uma produção aquém do famoso padrão globo de comunicação e com propagandas regionalizadas de baixa produção. É o caos?
A crise da gigante brasileira de comunicação pode ser justificada nos diversos conceitos de administração de empresas, como queda na receita, custo fixo elevado, entrada de novos competidores, mudança no comportamento do consumidor, saturação e produtos substitutos que atendem com mais satisfação às necessidades dos consumidores, porem são apenas consequências. Essa matriz tem origem na desconfiança dos brasileiros com os produtos ofertados pela tal mídia profissional, e muitos fatos reportados como verdadeiros, com o passar do tempo passaram a ser duvidosos, quando divulgados pelas mídias independentes.
Em outros países as grandes empresas de comunicação de massa estão fazendo ajustes em suas estruturas sem solavancos na gestão e continuam competindo com os gigantes da web sem perder protagonismos e sem afetar a imagem dos ícones da TV.
Esse cenário é comum em sociedades que chegaram à era da pós-verdade, sustentada em uma conduta ética independente das finalidades. Atualmente é um caminho muito sinuoso para as instituições tentar se afirmar na era da pós-verdade, após perder a oportunidade de construir os pilares da confiança com a verdade absoluta. Infelizmente a sociedade brasileira passou a adotar o principio da desconfiança para sobreviver com menos dor. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – João 8:32.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.
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