Carbono: o novo papel das cidades inteligentes
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Carbono: o novo papel das cidades inteligentes

Artigo por Miguel Haddad.

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Miguel Haddad
(Foto: Arquivo Pessoal/Miguel Haddad)

No futebol, quem chega atrasado na bola perde a chance de marcar o gol. E o carbono – a diminuição da emissão desse gás, conhecido como dióxido de carbono – hoje, no mundo, é a bola da vez, até porque trata-se de uma providência, de todas, a mais urgente: segundo o IPCC – o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU – não temos mais que três anos para começar a reverter o índice do dióxido na atmosfera, caso contrário o desequilíbrio do clima poderá ser irreversível. 

O engajamento das cidades nesse esforço é essencial. Embora ocupem apenas 3% do território do planeta, os municípios são responsáveis, segundo a consultoria Deloitte – uma das maiores empresas de auditoria do mundo – por nada menos do que 80% do consumo mundial de energia, e por volta de 75% das emissões de gás carbônico. E sua importância nessa tarefa tende a aumentar: até 2050 a população mundial urbana deve saltar dos atuais 55% para 68%. 

Ou seja: na linha de frente desse combate estão os municípios. Caso nossas cidades não se tornem inteligentes, será impossível atingir essa meta. 

Mas, afinal, o que seria uma cidade inteligente? De acordo com a União Europeia, são municípios que utilizam as tecnologias modernas para tornar mais eficientes – e, com isso, evitam o desperdício e, consequentemente, diminuem o uso de fontes de energia que emitem os gases poluidores – os seus serviços, como redes de transporte urbano, instalações de abastecimento de água, eliminação de resíduos, iluminação e aquecimento ou resfriamento de edifícios, procurando sempre utilizar fontes de energia não poluidoras. 

A boa notícia é que, em todo o mundo, cada vez mais cidades estão tomando providências efetivas para zerar a emissão do dióxido de carbono. Considerada modelo – suas práticas estão sendo seguidas pelas demais cidades empenhadas nesse esforço – Copenhague tem como meta tornar-se neutra em emissões do gás já em 2025.

No Brasil, Fernando de Noronha está hoje na vanguarda da descarbonização. As fontes de energia, o transporte e até mesmo os aviões que pousam em seu aeroporto, reduziram a zero ou a quase zero a emissão de gases do chamado Efeito Estufa. Os veículos que circulam na ilha são, em quase sua totalidade, movidos a eletricidade. São Paulo, Florianópolis, Curitiba, Brasília e Vitória têm se destacado pela implementação de medidas, embora incipientes, visando a maior eficiência de seus serviços. 

Por último, mas não em último lugar, é preciso destacar que a transformação em cidade inteligente pode ser uma nova fonte geradora de recursos para os municípios, na medida em que permite a geração de Créditos de Carbono – um certificado que atesta a não emissão de gases poluentes – que podem ser negociados no mercado internacional. 

Criado em 2015, na Conferência das Nações Unidas realizada em Paris, somente agora esse mercado começa a se firmar. Para se ter uma ideia da velocidade do seu crescimento, dados da consultoria Refinity – especializada na análise do mercado financeiro – mostravam em 2020 um crescimento de 20%, o que corresponde a uma movimentação de US$ 227 bilhões. No presente, segundo a empresa de consultoria McKinsey & Company, o mercado global de créditos de carbono movimenta US$ 1 bilhão.

Transformar os municípios brasileiros em cidades eficientes tem tudo para dar certo. E isso virá acompanhado de investimentos, geração de empregos e recursos que farão a diferença para as suas populações.

Artigo por Miguel Haddad, político brasileiro e deputado federal por São Paulo.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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