Para que haja o correto entendimento sobre os mecanismos de degradação do concreto, em especial, os que podem gerar sua fissuração, anteriormente, faz-se necessária a apresentação de alguns conceitos importantes sobre anomalias, mencionadas constantemente neste trabalho, e outros relacionados a estas. Anomalia é qualquer irregularidade ou anormalidade de um corpo, objeto, fenômeno, estrutura, formação, etc. De acordo com Knapp e Olivan (2019), as anomalias em construções podem ser classificadas em:
a) Anomalia endógena ou congênita: originária por fatores inerentes à própria edificação, como projetos, materiais empregados e execução;
b) Anomalia natural: originária de fenômenos da natureza, previsíveis ou não;
c) Anomalia funcional: originária do seu uso;
d) Anomalia exógena: originárias por fatores externos à edificação, provocados por agentes terceiros.
Heuko e Klassen (2019), determinam que o desempenho de uma edificação é a premissa de que o empreendimento atenderá a todas as necessidades do público para o qual foi projetado, que incluem, além de segurança, durabilidade, economia, habitabilidade e salubridade, o dever de exercer a sua função principal como moradia, hospital, escola, etc. Segundo Gutierrez e Maccagnan (2017), a patologia das construções civis é a área que estuda qualquer fenômeno que afeta o desempenho de uma edificação.
Tais fenômenos causam manifestações patológicas ou irregularidades, também denominadas anomalias, ou seja, sintomas resultantes de falhas em algumas das etapas do processo construtivo da edificação e mecanismos de degradação (RODRIGUES, 2013, apud GUTIERREZ; MACCAGNAN, 2017). Assim, por analogia com a ciência médica, a patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos de ocorrência, as causas e origens das doenças ou defeitos que ocorrem nas construções, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema (HELENE, 2011)
As estruturas e o seu material constituinte, concreto armado ou concreto protendido, assim como as criaturas humanas podem padecer de males congênitos e adquiridos, bem como podem sofrer acidentes ao longo da sua vida (NORONHA, 1980, apud TOMAZELI, 2019). O tratamento das estruturas exige, do técnico dele encarregado, atributos e conhecimentos semelhantes daqueles exigidos do médico. Antes que qualquer outro atributo, o profissional que se propõe a “curar” estruturas deve a elas dedicar carinho, amizade e respeito. Ainda é indispensável, ao mesmo, que conheça a fundo as manifestações patológicas que ocorrem nas estruturas, em função do meio inserido e dos efeitos mecânicos que ela sofre, as causas geradoras dos males, e que saiba, também, através dos sintomas visíveis ou auscultáveis por meio de ensaios tecnológicos, emitir um diagnóstico seguro (TOMAZELI, 2019).
Conforme preconiza a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÈCNICAS, 2014), as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob condiçes ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme projetado, conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o prazo correspondente à sua vida útil.
O item 6.3 da NBR 6118 considera os principais mecanismos de envelhecimento e deterioração, seguir relacionados:
a) Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto:
a.1) Lixiviação: decorrentes da ação na superfície do concreto, carreando os compostos cimentícios por ação de águas puras, carbônicas agressivas, ácidas e outras;
a.2) Expansão: decorrente do ataque por águas ou solos que contenham ou que estejam contaminados por sulfatos, resultando em reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado. A prevenção pode ser feita pelo uso de cimento resistente a sulfatos;
a.3) Reação álcali-agregado: é uma expansão por ação das reações entre os álcalis do concreto e agregados reativos. O projetista deve identificar no projeto o tipo de elemento estrutural e sua situação quanto à presença de água, bem como deve recomendar as medidas preventivas, quando necessárias.
b) Mecanismos preponderantes de deterioração relativos a amadura:
b.1) Despassivação por carbonatação: é a despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da atmosfera sobre o aço da armadura. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendável um concreto de baixa porosidade.
b.2) Despassivação por ação de cloretos: consistente na ruptura local da camada de passivação, causada por elevado teor de íons-cloreto. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento de armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendado o uso de um concreto de pequena porosidade. O uso de cimento composto com adição de escória ou material pozolânico é também recomendável nestes casos.
c) Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita São todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações térmicas, impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que atuam sobre a estrutura.
d) Agressividade do meio ambiente: A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origens térmicas, da retração hidráulica e de outras previstas no dimensionamento das estruturas.
Conforme preconiza a Norma Brasileira através da NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto – Procedimento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), em seu item 6.4, Agressividade do ambiente, a agressividade ambiental deve ser classificada e pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
Ainda segundo a NBR 6118, item 6.4, a agressividade do meio ambiente ao qual está inserida uma construção e sua estrutura está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre estas, independentemente de ações mecânicas, variações volumétricas de origem, retrações hidráulicas e demais ações previstas no dimensionamento de estruturas em concreto armado.
Considerando tais fatores, a referida norma dispõe em sua Tabela 6.1, Classes de Agressividade Ambiental (CAA), tais classes de dividas em níveis I, II, III e IV, e suas respectiva agressividades, classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto e risco de deterioração da estrutura, apresentada através da Tabela 1. Tabela 6.1 – Classes de agressividade ambiental (CAA) (ABNT NBR 6118, 2014).
De acordo com Tomazeli (2019), para o caso de concretos aparentes a ação do meio ambiente é mais agressiva, portanto, cuidados especiais devem ser tomados quanto à qualidade do projeto, da execução, da proteção e manutenção ao longo da vida útil da edificação. Pode-se elencar que os principais mecanismos de deterioração para estes tipos de concreto são:
a) Carbonatação;
b) Lixiviação;
c) Retração;
d) Fuligem e fungos;
e) Ataque químico por cloretos, sulfatos ou outro tipo de contaminante.
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