Acredito que muitos economistas ficaram perplexos, com as suposições apontadas pelo do Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, quanto ao comportamento da taxa de juros básica no Brasil. Obviamente não faltaram oportunidades pra ele aprender os fundamentos básicos desse precioso instrumento de politica monetária fundamental para estabilizar a economia.
Ocupou vários cargos na elite da politica nacional tanto no Legislativo como no Executivo, nos quais foi auxiliado por inúmeros economistas de várias correntes de pensamentos. Essa ignorância em temas fundamentais sustentam as repetidas promessas dos postulantes a cargos de execução, em fazer governos técnicos ou até mesmo governar para o mercado. Essa premissa deixa claro que os nossos governantes são comandados pelos burocratas, muitos sem nenhuma sensibilidade social e com objetivos privados. Fica também evidente que todos sem exceção têm um “Posto Ypiranga” pra chamar de seu, mas não tem a coragem de revelar.
O antigo Partido do Alckmin conduziu com êxito a aplicação do Plano Real, inclusive com a substituição da moeda em circulação. Esse Plano Econômico levou o país à estabilidade da economia e forçou o Estado brasileiro a promover mudanças em suas estruturas. Seguindo a Cartilha do Consenso de Washington, o Estado deveria privatizar as empresas estatais e a justificativa central era a necessidade de modernização e inovação nos parques produtivos por intermédio da iniciativa privada, para alcançar níveis elevados de produtividadedos meios de produção e amenizar a crise de oferta na economia e permitir equilíbrio nos fundamentos macroeconômicos.
Gustavo Franco presidente do Banco Central do Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso apontava com sabedoria a necessidade de melhorar os níveis de produtividade para reduzir o impacto da taxa de juros na economia. No ano 1999 a taxa de juros (Selic) chegou a 49%, o que estimulou todos os tipos de mecanismos de especulação financeira e na esteira a degradação dos Títulos do Tesouro Nacional, que infelizmente entrou na dança. O ambiente turbulento com juros elevados e moeda valorizada artificialmente devido ao regime de câmbio fixo forçou a mudança na Politica Cambial e escancarou a necessidade de estimular a inovação e a educação como pilar elementar para conquistar a tão sonhada eficiência produtiva,a qual é o único instrumento permanente de estabilidade econômica e social.
O vice-presidente demonstrou desconhecer totalmente a função da produtividade na economia ao levantar essas hipóteses sobre a alta da taxa básico de juros: “O que justificaria? É imposto? É cunha fiscal? É falta de concorrência? a incompreensão é tão grande que chega a apontar que nos Estados Unidos tem 2 mil bancos, dando a entender que o bancos aqui vão ofertar crédito abaixo da remuneração dos Títulos do Governo, vale lembrar que no EUA a taxa de referencia não chega a 2%.
E o obscurantismo continua com mais suposições marginais: É insegurança econômica? Questão fiscal? Insegurança política? Dificuldade de reaver o crédito? Spread alto? O bom pagador paga pelo mal pagador?”. Fico indignado como pessoas que dedicam toda a sua vida a Gestão Pública, a qual a economia é o centroe não tem interesse algum em entender os fundamentos básicos da ciência econômica. Acredito que o conhecimento básico poderá facilitar o direcionamento do País e facilitar as exigências aos seus subordinados, digo alto escalão e alicerça o relacionamento com o parlamento.
Então Excelentíssimo Senhor Vice Presidente da Republica Federativa do Brasil, recomendo a leitura de algumas literaturas sobre a produtividade dos meios de produção e as consequências na macroeconomia. Ou se achar muito difícil interpretar os manuais de Gregory Mankiw ou os artigos científicos de Ricardo Carneiro, promova um encontro com Gustavo Franco, Maria da Conceição Tavares ou chama o Mercadante na sala ao lado e aborda o tema. Pronto falei!
Autodidata é um ignorante por conta própria. Mario Quintana, escritor.
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Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.
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