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Opinião

Educação de qualidade para todos é base da riqueza das nações

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Foto: Canva Pro

Um dos grandes enigmas para as pessoas que não tem conhecimento para revisar a teoria econômica está exatamente em entender a questão da riqueza das nações. E surgem algumas questões:

Por que alguns países são mais ricos, mesmo sem abundância de recursos naturais?

Por que alguns países crescem rapidamente, enquanto outros parecem presos em uma armadilha da pobreza?

Quais políticas podem ajudar a elevar as taxas de crescimento e padrões de vida em longo prazo?

Uma das perguntas às respostas está na obra de Gregory Mankiw um economista e professor na Universidade de Harvard. Ele enfatiza que as sociedades que investem na produção do capital humano, geralmente levam vantagens comparativas e competitivas sobre as que acreditam que a riqueza está na fartura de recursos naturais. Para tal confirmação basta observar a origem das empresas que exploram os produtos do conhecimento.

Os apontamentos de Mankiw demonstram que o capital humano para ser produzido é necessário professor qualificado, bibliotecas, brinquedos para despertar o cognitivo e uma massa de jovens motivados e com tempo disponível para se dedicar aos estudos. É a alavanca para a produtividade, o bem estar social e um desenvolvimento econômico sustentável. Resumindo a educação de qualidade e universal é a base para a riqueza das nações.

A abundância de capital natural pode deixar a sociedade atrasada, pois os recursos são controlados por uma casta e não tem interesses em aplicar politicas públicas para estimular a produtividade e a agregação de valor as matérias primas, mesmo porque o berço esplendido já está ao seu bel prazer. Isso justifica a pobreza endêmica em países como os do Oriente Médio, nos quais uma minoria se move em carros luxuosos e a maioria com os pés queimando no chão quente do deserto. A América Latina é outra referência para ilustrar que a abundância de recursos naturais aumentam a concentração e rendas e a opressão a maioria pobre.

O ultimo questionamento vou fazer uso das palavras de uma professora da Universidade da Califórnia Janet Yellen: “A teoria econômica não é apenas algo que se encontra nos livros. Nem é simplesmente uma coleção de modelos. Na verdade, passei da academia para o governo porque acredito que a política econômica pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a sociedade. Podemos – e devemos – usá-la para enfrentar a desigualdade, o racismo e as mudanças climáticas. Ainda tento ver minha ciência – a ciência da economia – da maneira como meu pai (um médico) via a dele: como um meio de ajudar as pessoas.”

Yellen é uma daquelas pessoas para quem a economia integra o campo das ciências humanas, apesar das interfaces com as ciências exatas. Entendo que a economia pode gerar felicidade para a humanidade, e o que presenciamos é a insistência nos modelos econômicos nos países periféricos que segregam a maioria das pessoas para beneficiar a minoria que controla os meios de produção, o capital e até os orçamentos públicos. A educação nessas regiões são programas fragmentados justamente para dificultar o acesso dos pobres ao topo da pirâmide social e evitar uma luta de classes.

É Inevitável confrontar o posicionamento de Yellen com o dos liberais e os economistas ortodoxos brasileiros, que se recusam a enxergar o que o mundo inteiro já viu, ou seja, o fracasso das políticas econômicas comandada exclusivamente para o mercado financeiro como promotores do bem-estar da sociedade. Esse tipo de capitalismo está dando certo pra quem?

Infelizmente, o Brasil está sempre atrasado em termos de apropriação das tendências. O mundo anda e a gente demora a da um passo e promover as transformações necessárias. A mudança é inevitável e o mundo rico segue seu rumo com suas estratégias de manutenção bem definidas. E a América pobre ainda está debatendo a ideia vaga de ausência do Estado na economia; com a tentativa de ressuscitar os modelos de Reagan e Margarete Thatcher já abandonados até por agências como o Fundo Monetário Internacional. Espero que o atual ministro da economia brasileira interrompa esse sistema que se arrasta desde a penúltima década do século passado, surrupiando o patrimônio público e também exigindo superávit primário elevado para pagamentos de juros.

Será que estamos necessariamente condenados à pobreza para sempre, ou vamos seguir o modelo de Cingapura que tinha rendimentos baixos no inicio da década de 1960 e agora são bastante elevados? Acredito que aplicar o ideal de desenvolvimento econômico compartilhado da China será um passo decisivo para equilibrar o jogo no continente americano, mas sem abrir mão da liberdade garantida pelo Estado Democrático de Direito.

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