Habitação coletiva para idosos é tendência internacional
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Opinião

Habitação coletiva para idosos é tendência internacional

Artigo por Miguel Haddad.

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Idosos em mesa
Foto: Canva

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial até quase o final do século passado, a faixa etária – ou seja, o agrupamento por idade – da população mundial que crescia mais rapidamente era a dos jovens. Desde então esse perfil mudou: hoje, e cada vez mais, a faixa etária que mais cresce é a dos idosos. Segundo a ONU, nos próximos 43 anos o número de pessoas com mais de 60 anos de idade será três vezes maior do que o atual. 

A verdade é que os idosos de hoje não são iguais aos de antigamente. Mais descolados, têm, via de regra, acesso aos avanços da medicina e podem viver de forma mais independente. 

Indo ao encontro dessa nova realidade, já na década de 1970, surgiu na Dinamarca, um país com forte sentimento comunitário, um movimento que propunha a criação de comunidades de idosos em vilas, que compartilhariam a sua administração e a sua economia. Desde então essa ideia, denominada cohousing, – no Brasil tem sido denominada de co-lares – popularizou-se na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, e é hoje uma tendência mundial.

A vida em comunidade e a garantia à privacidade, características do cohousing, representam um real avanço dos padrões atuais. O forte senso de comunidade oferecido pelo novo sistema é um antídoto ao isolamento, acentuado no modelo vigente, que comumente afeta a chamada terceira idade. Além disso, a convivência comunitária, pela economia que proporciona, permite fazer mais com menos. Como resultado, a vida no sistema cohousing tende a ser mais segura e saudável.

No Brasil esse novo estilo de vida dos idosos começa a ganhar corpo a partir de iniciativas tanto do poder público – como o programa “Viver Mais Paraná” e as “Repúblicas dos Idosos”, de Santos – quanto da própria sociedade civil.  

Um exemplo de ação comunitária nesse sentido é o projeto “Vila Conviver”, de Campinas, iniciado em 2020 e que está prestes a ser concretizado. Como acontece com toda ideia nova, teve, no começo, os seus percalços, como relata um de seus idealizadores: “Quando foi inaugurada a placa de ‘Futuras Instalações da Vila Conviver’, em janeiro de 2020, alimentamos o sonho de que mudaríamos para nossas casas em 2022. A caminhada desde então teve momentos de turbulência, perdas, desistências pela estrada, não foi fácil, mas a Comunidade seguiu amadurecendo e fortalecendo os seus laços nos encontros e festas, ainda que virtuais, nas conversas de apoio mútuo, nas lutas para chegar vitoriosa a este momento”.

Atualmente, em nosso País, o cohousing começa a se expandir. Já há, inclusive, escritórios de arquitetura voltados para atender essa demanda e projetos em andamento em várias regiões. E não é difícil entender porque, afinal para a turma da terceira idade as vantagens são inúmeras. 

A arquiteta Lilian Avivia, que em 1988 foi uma das primeiras vozes a falar sobre arquitetura para a terceira idade, salienta que a característica colaborativa do cohousing vai ao encontro das necessidades dessa população. Segundo ela, “geralmente, nesse tipo de lugar, as pessoas são próximas umas das outras e podem se apoiar mutuamente em momentos de instabilidade”. 

Outro ponto a favor, diz a arquiteta, é que em um condomínio comunitário as pessoas moram perto uma das outras e podem ter áreas de serviços, como lavanderias, quarto de hóspedes, biblioteca ou sala de jogos e convivência em comum, sem dúvida pontos positivos quando se sabe que um dos problemas dos idosos, em muitos casos, é a solidão.

A geração dos pós-guerra, os idosos de hoje, é uma geração reconhecidamente menos convencional, mais libertária e inovadora. Não há razão para deixarem de sê-lo só porque ficaram mais velhos.

Artigo por Miguel Haddad

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
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Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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Opinião

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Policiais Militares de SP
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo de São Paulo planeja lançar, até maio, um edital para a aquisição de 3.125 câmeras corporais portáteis para a Polícia Militar, visando incorporar tecnologias avançadas e melhorar a segurança pública. O anúncio vem após críticas direcionadas à Secretaria de Segurança Pública sobre possíveis abusos cometidos em operações da PM no litoral de SP. A Operação Verão terminou nesta…

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Opinião

A destruição criativa é o grande desafio para os gestores públicos e privados

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Foto: Canva Pro

São muitas as teorias para explicar, definir, entender, analisar, ensinar, antecipar e justificar os movimentos dos mercados. Porém nesse breve relato vou ousar em buscar nas leis da física uma reflexão para tais problemas. Isaac Newton físico inglês disse: “Todo corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme a menos que uma força…

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Artigo por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e Marcelo Cereser, o diretor-titular do CIESP Jundiaí.

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Marcelo Cereser e Rafael Cervone
Marcelo Cereser e Rafael Cervone (Foto: Divulgação/CIESP)

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