Produtividade não é presença online constante. Sucesso não é trabalhar 14 horas por dia. E sua saúde não deveria ser moeda de troca para conquistas profissionais.
Ainda assim, nós, empreendedores e profissionais criativos, continuamos ignorando nosso recurso mais valioso: nosso próprio corpo.
Aqui em na nossa região, conversas com clientes e colegas me revelaram um padrão claro: o preço do sucesso tem crescido bem rápido – e a fatura chega em forma de problemas de saúde física e mental.
Nosso corpo, esse instrumento incrível, sempre manda sinais antes da queda. A questão é: estamos prontos para ouvi-los?
Os 5 alarmes que seu corpo dispara (e você insiste em ignorar)
1. Dor de cabeça persistente
Aquela dor que surge quase todos os dias e que você resolve com remédios não é normal. Não é apenas “coisa do trabalho”. É seu cérebro literalmente protestando contra a sobrecarga.
Em minha prática como designer e estrategista, observo constantemente como as jornadas exaustivas afetam a criatividade. A dor de cabeça é geralmente o primeiro sinal de que algo precisa mudar, muito antes que problemas mais sérios comecem a se manifestar.
Faça isso para resolver: Tenha pausas intencionais e não-negociáveis. A cada duas horas de trabalho intenso, reserve 10 minutos para fechar os olhos, respirar profundamente e permitir que seu cérebro processe informações sem novos estímulos. Essas pausas não apenas aliviam a tensão daquele momento, mas previnem o acúmulo de estresse.
2. Insônia criativa
Quando seu cérebro se recusa a desligar às 23h mas está completamente exausto às 9h da manhã seguinte, não estamos falando de “mente empreendedora ativa”. Estamos diante de um sistema nervoso extremamente sobrecarregado.
Já passei por essa experiência pessoalmente. Tinha muito orgulho de ter ideias brilhantes durante a madrugada ou nos meus momentos de descanso fora do trabalho, até perceber que minhas manhãs estavam cada vez menos produtivas, me forçando a trabalhar até mais tarde para compensar, o que piorava ainda mais meu sono.
A solução: Implemente um “brain dump” antes de dormir. Separe 10 minutos, para passar para o papel todas as ideias, preocupações e pendências que estão circulando em sua mente. Este simples ritual ajuda seu cérebro a “arquivar” pensamentos pendentes, permitindo que você adormeça com maior facilidade e tenha um sono mais profundo e restaurador.
3. Dor nas costas
Quando sentimos dore nas costas constantemente, não estamos apenas lidando com uma questão ergonômica, sabe? Muitas vezes, estamos carregando o peso de responsabilidades que poderíamos delegar ou até eliminar.
Aqui em Jundiaí, onde muitos empreendedores gerenciam seus negócios sozinhos ou com equipes enxutas, isso acontece o tempo todo. Quando estou focada nos meus projetos, percebo como a postura física muitas vezes reflete nossa postura mental diante dos negócios – a tendência de carregar tudo sozinho se manifesta no corpo.
Faça o essencial: Além de investir em ergonomia adequada, aprenda a fazer a pergunta crucial: “É realmente essencial que EU faça isso?” No livro “Essencialismo”, Greg McKeown revela que líderes eficazes conseguem eliminar até 50% de suas tarefas ao fazer essa pergunta. Exercite a delegação não como fraqueza, mas como estratégia. E para tarefas que não podem ser delegadas, pratique a técnica de “batching” – agrupar tarefas semelhantes para reduzir a carga mental e física.
4. Procrastinação
Quando nos pegamos scrollando o Instagram infinitamente em vez de trabalhar, a tendência é a gente se culpar pela falta de disciplina. Mas e se esse comportamento for, na verdade, um mecanismo de autoproteção?
Aprendi isso da maneira mais difícil em meu próprio negócio. Quanto mais me cobrava, mais procrastinava. Não era preguiça ou falta de comprometimento – era meu corpo dizendo que o caminho que eu estava seguindo era insustentável.
Dica: Adote a técnica Pomodoro (25 minutos de trabalho, 5 de pausa completa) e, principalmente, defina apenas três tarefas essenciais por dia. Três. Não mais. O resto é bônus. Greg McKeown destaca no livro “Essencialismo” que as pessoas mais produtivas do mundo não gerenciam o tempo – elas gerenciam a energia, priorizando períodos onde há foco intenso seguidos por momentos de recuperação adequada. Essa abordagem reduz a ansiedade de performance e aumenta significativamente seus ‘resultados’.
5. Visão embaçada
Quando precisamos apertar os olhos para enxergar o que estamos criando ou fazendo, mas ainda insistimos que “só mais uma hora” não vai fazer mal, estamos ignorando um dos sinais mais claros de exaustão.
Como designer, vivencio este desafio diariamente. Projetos de identidade visual exigem atenção meticulosa aos detalhes, o que significa horas diante das telas. Com o aumento do trabalho remoto aqui na região de Jundiaí, observo que essa questão está se tornando cada vez mais comum entre profissionais criativos e empreendedores, de forma geral.
O Pomodoro também funciona aqui: Implemente a técnica não apenas para produtividade, mas como proteção para sua visão. A cada 25 minutos de trabalho, faça uma pausa de 5 minutos LONGE da tela. Nesses intervalos, olhe para longe, se movimente, hidrate-se. Essa prática simples ajuda a reduzir a fadiga ocular e prevenir problemas de visão relacionados ao uso excessivo de telas (dica de quem tem miopia graças ao trabalho hehe).
A essência da questão
O essencialismo não é apenas uma filosofia de design ou de organização – é uma abordagem de vida que reconhece que o verdadeiro impacto vem da qualidade, não da quantidade. Do foco, não da dispersão. Do descanso intencional, não do trabalho incessante.
Como disse Greg McKeown, autor do livro “Essencialismo: A disciplinada busca por menos”, o essencialista distingue o vital do trivial. No livro, ele enfatiza que “se você não prioriza sua vida, alguém vai fazer isso por você.” E esse “alguém” muitas vezes é seu próprio corpo, que eventualmente vai impor limites que você se recusou a estabelecer antes.
Ele também apresenta dados relevantes: executivos de alto desempenho que adotam princípios essencialistas conseguem reduzir sua carga de trabalho em até 40%, enquanto mantêm ou até aumentam seus resultados. O segredo? Distinguir entre o que é “apenas esforço” e o que é “progresso significativo”.
Empreendedores de sucesso – verdadeiro sucesso, sustentável a longo prazo – não são aqueles que trabalham mais. São os que sabem quando parar. Que entendem que a criatividade e a inovação florescem não no esgotamento, mas no equilíbrio entre esforço e recuperação.
Aqui em Jundiaí e em outras regiões que estou inserida, como a grande São Paulo, vejo uma crescente conscientização entre profissionais sobre esse tema. Não por modismo, mas por necessidade e inteligência estratégica. Porque o autocuidado não é egoísmo, é o investimento mais inteligente que um empreendedor pode fazer.
Então, da próxima vez que seu corpo der um sinal, lembre-se: ele está tentando proteger não apenas sua saúde, mas seu negócio, seus sonhos e seu legado.
A pergunta que deixo para você é: qual desses alarmes está soando na sua vida agora?
Lais Lumes é designer especialista em branding essencialista e fundadora do Lais Lumes Brand Studio. Com uma década de experiência, desenvolveu a metodologia “Iconic with Less“, focada em criar marcas memoráveis através da simplicidade estratégica.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.
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