Barzinhos de Jundiaí marcaram época com muita música e agitação
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Sextou com S de Saudade

Barzinhos de Jundiaí marcaram época com muita música e agitação

Vamos relembrar como rolava a vida noturna de Jundiaí no tempo em que o equipamento mais cobiçado era o rádio de um carro

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Bar Neanderthal reunia um enorme público, que curtia uma boa conversa e músicas ao vivo

Olá! Tudo bem com você? Na edição desta sexta (2) vamos relembrar como rolava a vida noturna de Jundiaí no tempo em que o equipamento tecnológico mais cobiçado era o rádio de um carro, o tape marca Roadstar com um amplificador da marca Tojo acoplado.

Esse tape era de “gaveta” e podia ser retirado do veículo pra não ser furtado. O status da época era andar com ele nas mãos, circulando por aí. Quem lembra disso?

rodstar

Símbolo de status, os equipamentos de som eram retirados do carro e levados pelos donos

Em que pese o fato de que toda a tecnologia de hoje tornou-se indispensável, mas nossos maiores presentes nessa época eram justamente o que fica em segundo plano: o tempo e a convivência harmoniosa e direta com as pessoas. Nossa rede de relacionamentos era real, palpável, mais espontânea e direta.

As crianças dos anos 1960 cresceram e com elas o desejo de liberdade e diversão. Dessa demanda, começaram a surgir os bares, chamados de “barzinhos”, para suprir toda aquela vontade e energia que até então se restringia aos únicos cinemas que restaram: o Ipiranga e o Marabá, além de alguns bailes em clubes.

Eram os mais variados possíveis:

Zé do Papagaio, na Rua São Bento: o nome foi dado em homenagem a um bar dos anos 1950 com o mesmo nome e que ficava na esquina das ruas Engenheiro Monlevade com a Senador Fonseca.

comanda

Comanda usada pelo antigo Pelicano’s, em Jundiaí: relíquia de uma época em Jundiaí

Depois, surgiram: MPBar, na Vila Arens; Pelicano´s; Biri Nigth´s, perto do antigo Quartel; Neanderthal, que foi montado pelos amigos Zé Carlos Manhe e o ator Carlos Mariano (Glub Glub e Trair e Coçar), na mansão dos Picchi, na rua Barão de Teffé, no Anhangabaú e foi sucesso imediato; o Chico´s Bar, na rua Major Sucupira e depois mudou-se para o Clube Acre; o Bella Bella, na Siqueira; o Carinhoso, que era pequeno mas muito agitado por trazer cultura e diversão com Chorinho, Karaokê , Samba e MPB – idealizados por Aníbal e Vânia; o Dobrão, na rua Carlos Gomes, que tinha um ambiente lúdico e garçonetes com roupas de época, cadeiras antigas e manequins pendurados no teto – esse bar foi criado e dirigido por Wilson De Fiori e João Augusto Junior.

Tinha também o Quiosque, na avenida Jundiaí, com sucos, porções inusitadas e a primeira casa que fez caipirinhas com outras frutas; Neguinho´s Bar, na avenida Antônio Segre; Bar Brasileirinho, na rua Brasil; o SAX, na esquina das ruas Anchieta e Onze de Junho; o CQ Sabe, próximo à Escola Padre Anchieta; Mistura Fina, na rua Dr. Almeida; Choise de Loque, na rua Bela Vista; o Bella Bella, na rua Siqueira; o Bar da Tabuada; o Sandi, onde foi criado o bloco carnavalesco Refogado do Sandi – iniciativa do saudoso Erazê Martinho e amigos; o Camaleão, na rua Brasil, que fazia à terças apresentações teatrais; o Barroco’s/Bar do Rô, na rua União; Armazém; 88 Piano’s Bar; Chopp Horse; Cantagalo; Barracão, na rua 23 de Maio; Segunda Época; Tom & Kal; Lilli & Tito; e o Acordo´s Bar.

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Blue Lake era um dos points da cidade, na avenida Jundiaí

Tivemos também a Blue Lake e o inesquecível Groovy´s, que não era bem um barzinho – estava mais para um boteco, que era também conhecido como Bar do Português, na Praça Ruy Barbosa, perto do Gabinete de Leitura – local muito frequentado por estudantes, jornalistas, pessoas ligadas às artes e outros “bichos-grilos” que entre um gole de cerveja e uma tragada no cigarro, jogavam xadrez e falavam sobre a abertura política, piadas e amenidades.

música

Apresentações musicais faziam sucesso naquela época e reuniam muitas pessoas

Os músicos da cidade se revezavam em apresentações nesses lugares. Tínhamos o Zambelli; Neguinho; Grupo Escaravelho (composto por Clarina, Venâncio, Carlinhos, Dráuzio e Jansen), Martinha; Sombra e Água Fresca; Fofão; Kid; Banda Transport; O Trio Betinho; Serginho e Vassoura, entre tantos outros que embalaram conversas, danças, namoros, abraços, sorrisos e muitos sonhos de uma época diferente – nem pior e nem melhor que agora, mas foi NOSSA e vivida intensamente.

Espero que tenha gostado e peço que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.

Até a semana que vem!

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Clube 28 de Setembro carrega histórias de resistência e luta contra a discriminação racial em Jundiaí

Até hoje, o Clube 28 é referência de entretenimento, recreação e um marco na história negra de Jundiaí e do Brasil.

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Foto de antiga entrada do Clube 28 de Setembro, em Jundiaí
O nome do clube foi dado em homenagem à Lei do Ventre Livre, instituída em 28 de setembro de 1871 (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

Quem passa pela área central de Jundiaí já deve ter reparado naquele toldo preto, com o número 28 em vermelho e a sigla CBCRJ: Esse é o Clube 28 de Setembro. O centro cultural foi inaugurado no dia 1º de janeiro de 1895, a partir da iniciativa de um grupo de ferroviários negros, que se uniram para fundar uma agremiação…

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Mário Milani, o craque jundiaiense que ia aos treinos pilotando um avião

Apesar do destaque em grandes clubes brasileiros, a carreira dele não é muito conhecida. Por isso, prestamos essa homenagem

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Mário Milani
Jundiaiense era considerado um grande profissional do futebol, além de contabilista e também aviador (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

O termo "voar em campo", muito usado nas resenhas do futebol, nunca serviu tão bem para contar a história desse jundiaiense que brilhou em muitos gramados com a camisa de alguns dos principais clubes brasileiros. Estamos falando de Mário Milani, jogador de futebol e contabilista que aprendeu a pilotar avião para não perder tempo nas viagens de trem entre Jundiaí…

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Pipoqueiros marcaram época em Jundiaí: você conhece algum deles?

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Pipoqueiro Caxambu
Pipoqueiro na estrada de terra, no bairro Caxambu, na década de 1960: parte da história de Jundiaí (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Algumas profissões ou determinados tipos de trabalho estão cada vez mais difíceis de serem vistos por aí, não é? Nos anos 1980, quem nunca aproveitou para amolar a faca ou afiar a tesoura quando ouvia aquele tilintar da bicicleta passando pela rua? Com a chegada da tecnologia, muitas dessas funções passaram a ser feitas pelas pessoas em casa, mesmo, graças…

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Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas

Geralmente as bombas pertenciam a algum comércio próximo: você pagava e abastecia ali mesmo, na rua

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Tempo em que se podia abastecer os carros e caminhões sem a necessidade de um posto de combustíveis (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Você imagina o mundo, hoje, sem postos de combustíveis? A gente teve um exemplo claro disso quando houve a greve dos caminhoneiros, em 2018: ninguém conseguia abastecer e o país virou um caos, não é? Mas já houve uma época em que nem se pensava em ter estabelecimentos assim e a gasolina era vendida nas esquinas. Nessas duas imagens que…

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Meu amado avô Zeca: exemplo de cidadão a serviço da população

Era um homem com pouco estudo, muito trabalhador, detentor de espírito público e respeito pelo que pertencia ao povo

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zeca
Com meu avô e o primo Eduardo Massagardi (à direita) numa foto dos vários momentos juntos que passamos (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Nasci literalmente no interior da Prefeitura de Jundiaí, mais precisamente no Depósito Municipal que funcionou durante décadas na avenida Dr. Amadeu Ribeiro, no Anhangabaú, entre o Bolão e o Parque da Uva. Meu avô Zeca Ferreira e meu pai Ferreirinha (José Antônio) eram funcionários públicos e moravam nas casas da Prefeitura. Vim ao mundo, numa dessas moradias, pelas mãos de…

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