Militares incentivavam e até obrigaram os brasileiros a se vacinar
Conecte-se conosco

Sextou com S de Saudade

Militares incentivavam e até obrigaram os brasileiros a se vacinar

Na década de 1970, no auge da meningite, Jundiaí também participou da campanha de vacinação

Publicado

em

Atualizado há

vacinação
Campanhas de vacinação foram incentivadas pelo governo militar, na década de 1970 (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

A pandemia do novo coronavírus fez com que um novo debate se instalasse no Brasil: a eficácia das vacinas. É preciso sempre lembrar que o Brasil é reconhecido mundialmente pelas campanhas de vacinação, que tiveram início em 1973 com o PNI (Programa Nacional de Imunizações) – gerido pelo Ministério da Saúde, com apoio dos Estados e municípios.

Em 1977, inclusive, o governo militar liderado por Ernesto Geisel incentivou a vacinação em massa no país. A ponto de transformá-la em obrigatória em todo o território nacional – sim, naquele tempo já existiam os negacionistas. Quem não se vacinasse, sofreria uma série de sanções.

Uma animação foi produzida e veiculada nacionalmente, em que um médico explica a importância da imunização para o Sugismundo, personagem muito popular naquela época (veja vídeo abaixo).

Vídeo: Arquivo Nacional

Raiz

Gosto de brincar que a nossa geração tinha uma “vacinação raiz”, em que o Zé Gotinha não tinha vez. Com a gente era na base do tiro, mesmo!

Na década de 1970, no auge da meningite, todos os alunos da rede escolar do Estado de São Paulo foram vacinados nas escolas. Em Jundiaí e região, isso não foi diferente.

Me lembro que na escola formávamos longas filas, todos chorosos e apavorados, obviamente. Um após o outro, quase que sem parar de andar, éramos imunizados com uma pistola – o famoso “revolvinho” – que nos remetia à vacinação praticada no gado.

Quem aplicava era o pessoal do Exército, apertando um pedal para que um pequeno jato de medicação em alta pressão penetrasse na pele. Contrariando o que muitos pensavam, inclusive, de que havia agulha naquele equipamento.

Tenho certeza absoluta que se você não lembra deste episódio, pode perguntar aos pais e avós que eles vão até contar as histórias que marcaram esse dia.

O famoso “revolvinho”, que causava pavor: basta olhar as reações na foto (Acervo Professor Maurício Ferreira)

O dispositivo para a aplicação das doses tinha várias denominações: Jet Injector Gun, Ped-O-Jet, Med-E-Jet ou apenas Munji. O médico americano Robert Andrew Hingson (falecido em 1996) alegou ter inventado o equipamento, que chamou de “arma da paz” para a vacinação em massa e de forma rápida.

Segundo alguns estudos, o uso deste jato de alta pressão – inclusive no Brasil, em 1984/85 – causava Hepatite B, pois não se fazia a desinfecção da parte que ficava em contato com a pele ao vacinar o próximo paciente. Por fim, a OMS (Organização Mundial de Saúde) proibiu o uso dele em 1992.

E aí, gostou da história desta semana? Meu agradecimento especial por nos acompanhar nessa viagem no tempo e aproveito para te pedir que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.

Até semana que vem!

Sextou com S de Saudade

Clube 28 de Setembro carrega histórias de resistência e luta contra a discriminação racial em Jundiaí

Até hoje, o Clube 28 é referência de entretenimento, recreação e um marco na história negra de Jundiaí e do Brasil.

Publicado

em

Foto de antiga entrada do Clube 28 de Setembro, em Jundiaí
O nome do clube foi dado em homenagem à Lei do Ventre Livre, instituída em 28 de setembro de 1871 (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

Quem passa pela área central de Jundiaí já deve ter reparado naquele toldo preto, com o número 28 em vermelho e a sigla CBCRJ: Esse é o Clube 28 de Setembro. O centro cultural foi inaugurado no dia 1º de janeiro de 1895, a partir da iniciativa de um grupo de ferroviários negros, que se uniram para fundar uma agremiação…

Continuar lendo

Sextou com S de Saudade

Mário Milani, o craque jundiaiense que ia aos treinos pilotando um avião

Apesar do destaque em grandes clubes brasileiros, a carreira dele não é muito conhecida. Por isso, prestamos essa homenagem

Publicado

em

Mário Milani
Jundiaiense era considerado um grande profissional do futebol, além de contabilista e também aviador (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

O termo "voar em campo", muito usado nas resenhas do futebol, nunca serviu tão bem para contar a história desse jundiaiense que brilhou em muitos gramados com a camisa de alguns dos principais clubes brasileiros. Estamos falando de Mário Milani, jogador de futebol e contabilista que aprendeu a pilotar avião para não perder tempo nas viagens de trem entre Jundiaí…

Continuar lendo

Sextou com S de Saudade

Pipoqueiros marcaram época em Jundiaí: você conhece algum deles?

Publicado

em

Pipoqueiro Caxambu
Pipoqueiro na estrada de terra, no bairro Caxambu, na década de 1960: parte da história de Jundiaí (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Algumas profissões ou determinados tipos de trabalho estão cada vez mais difíceis de serem vistos por aí, não é? Nos anos 1980, quem nunca aproveitou para amolar a faca ou afiar a tesoura quando ouvia aquele tilintar da bicicleta passando pela rua? Com a chegada da tecnologia, muitas dessas funções passaram a ser feitas pelas pessoas em casa, mesmo, graças…

Continuar lendo

Sextou com S de Saudade

Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas

Geralmente as bombas pertenciam a algum comércio próximo: você pagava e abastecia ali mesmo, na rua

Publicado

em

Posto
Tempo em que se podia abastecer os carros e caminhões sem a necessidade de um posto de combustíveis (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Você imagina o mundo, hoje, sem postos de combustíveis? A gente teve um exemplo claro disso quando houve a greve dos caminhoneiros, em 2018: ninguém conseguia abastecer e o país virou um caos, não é? Mas já houve uma época em que nem se pensava em ter estabelecimentos assim e a gasolina era vendida nas esquinas. Nessas duas imagens que…

Continuar lendo

Sextou com S de Saudade

Meu amado avô Zeca: exemplo de cidadão a serviço da população

Era um homem com pouco estudo, muito trabalhador, detentor de espírito público e respeito pelo que pertencia ao povo

Publicado

em

zeca
Com meu avô e o primo Eduardo Massagardi (à direita) numa foto dos vários momentos juntos que passamos (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Nasci literalmente no interior da Prefeitura de Jundiaí, mais precisamente no Depósito Municipal que funcionou durante décadas na avenida Dr. Amadeu Ribeiro, no Anhangabaú, entre o Bolão e o Parque da Uva. Meu avô Zeca Ferreira e meu pai Ferreirinha (José Antônio) eram funcionários públicos e moravam nas casas da Prefeitura. Vim ao mundo, numa dessas moradias, pelas mãos de…

Continuar lendo
Publicidade