Levar amor, carinho e atenção para crianças em tratamento contra o câncer: esse é o intuito da jundiaiense Mara Gisele. Para isso, ela criou há 4 meses o projeto Fios Encantados, que confecciona toucas e perucas para essas crianças, que muitas vezes perdem os fios de cabelo por conta do tratamento quimioterápico.
Desde a sua criação, já foram doadas mais de 900 toucas, não apenas no Grendacc, mas também em entidades de Santos, Campo Limpo Paulista e Campinas. Mara diz que, entre as meninas, a touca preferida é a da Frozen. Já as adolescentes gostam da Moana e da Mulher Maravilha. Os meninos já preferem Hulk, Batman e Homem-Aranha.
As voluntárias se encontram semanalmente na Vila Arens e, lá, confecionam as toucas e perucas. Há uma média de 50 participantes por semana, que já fazem a base do crochê em suas casas e, na oficina, realizam a montagem. "Aí adicionamos flores, fitas, pedras, uma série de outros elementos na base de crochê", conta Mara Gisele.
E o material para a confeccção dessa touca é todo doado: apenas no começo Mara precisou investir no material, mas logo as pessoas passaram a contribuir com o projeto, que só vêm crescendo.
Em conversa com a reportagem, a idealizadora do Fios Encantados ainda chegou a brincar que foi um pouco "abusada", já que não sabe fazer crochê, apenas a montagem das toucas. "Mas eu tinha certeza que eu queria fazer o projeto, sabia que o Senhor ia mandar anjos para me ajudar e foi o que aconteceu", contou.
Mas não pensem que ela para por aí: Mara também ajuda em uma série de outros projetos. "Sou palhaça também, vou alegrar os pacientes. Trabalho com morador de rua, clínicas de recuperação, asilo. Tudo que é projeto que eu posso levar amor, eu estou presente".
E, dentre tantas crianças atendidas, ela garante que uma delas lhe marcou bastante: a pequena Gabriela, de cinco anos de idade. A foto que ilustra esta matéria é um dos momentos que Mara garante não esquecer.
"Eu gosto muito dessa foto que ela está de touca vermelha com marca de beijo no rosto. Ela pediu para eu dar o meu batom para ela passar, pediu para eu beijar a bocheca dela e pediu a touca vermelha", contou.
Recentemente, Mara encontrou a pequena Gabriela novamente, e disse ela não estava tão radiante. "Ela só queria ficar no quarto dormindo. Eu fiquei muito triste e falei para as voluntárias, mas elas me disseram que o que estava ao meu alcance eu fiz. Mas é isso, saber que dei amor, carinho e atenção para ela, me fortalece para continuar lutando", finalizou.
Mais informações sobre o projeto, horários de oficina e como ajudar podem ser encontradas na página do Facebook, neste link.
