Pela primeira vez em 22 anos, Enem terá “supervisão” do governo

Pela primeira vez em 22 anos, Enem terá “supervisão” do governo

Mais uma polêmica envolvendo o Ministério da Educação aconteceu nesta quarta-feira (20). A pasta criou uma comissão com três pessoas escolhidas para “avaliar” as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O jornal O Estado de S. Paulo revelou que o grupo inclui um ex-aluno do ministro Ricardo Vélez Rodríguez.

O grupo terá acesso à área restrita de segurança máxima onde ficam guardadas as provas. Os nomes escolhidos pelo ministro vão verificar se as perguntas do exame são pertinentes com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame.

Os membros da comissão são Marco Antônio Barroso Faria, ex-aluno de Vélez, que é secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior no MEC; o representante do Inep, Antônio Maurício Castanheira das Neves, que é diretor de estudos educacionais do Inep; e um membro da sociedade civil, Gilberto Callado de Oliveira, procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, também indicado por Vélez.

Mesmo os membros da comissão tendo o poder de vetar questões, o MEC nega que a ação seja censura. O presidente Jair Bolsonaro já havia criticado questões do Enem. Ele não gostou de uma pergunta no último exame que falava de um dialeto usado por transexuais e afirmou que neste ano, primeira vez que o exame acontece em seu mandato, ele verá a prova antes de ser feita pelos alunos.

Desde a sua criação, em 1998, o Enem foi desenvolvido e pensado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, que é uma autarquia com independência para a elaboração de suas avaliações. Até então, nem o Ministério da Educação e nem o próprio presidente da República haviam interferido na elaboração das provas.

Fonte: Carta Capital

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