Em Jundiaí, candidato ao Senado fala sobre a Serra do Japi e 'devolução' de impostos à cidade

Em Jundiaí, candidato ao Senado fala sobre a Serra do Japi e 'devolução' de impostos à cidade

Deputado federal pelo PSDB e candidato a senador por São Paulo, Ricardo Trípoli esteve em Jundiaí e Várzea Paulista nesta quarta-feira (12).

Em reunião no escritório do também deputado federal e candidato à reeleição, Miguel Haddade (PSDB), ele falou sobre os projetos que, como ambientalista, pretende emplacar em Brasília.

Também comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo candidato do seu partido, Geraldo Alckmin, na corrida presidencial. E disparou sobre o rival do PSL, Jair Bolsonaro, que hoje lidera as pesquisas: "Ele tem uma visão retrógrada e ultrapassada".

Confira a entrevista na íntegra:

Tribuna de Jundiaí - Na sua campanha de TV, o senhor enfatiza sempre "o que faz um senador". Isso acontece porque as pessoas ainda não entendem a atuação deste e de outros cargos?

Ricardo Trípoli - As pessoas as vezes confundem o que faz um vereador, o que faz um deputado estadual, um senador. E às vezes até confundem com funções do Executivo. Por isso fiz questão de dizer pra que serve: o senador representa o Estado como um todo, 645 municípios, no caso de São Paulo.

Tribuna - Qual seria a sua principal atuação, então, caso eleito?

Trípoli - Brasília tem sido injusta com São Paulo. Em 2017, nós (São Paulo) passamos de impostos federais pra Brasília R$ 550 bilhões e recebemos de volta apenas R$ 37 bilhões. Menos de 7%. Nós deveríamos ter pelo menos 21% destes recursos. Jundiaí, por exemplo, colaborou em 2017 com R$ 3,2 bilhões e recebeu de volta apenas R$ 120 milhões. Menos de 5%. Investimento em transporte público zero. Não é correto que você sacrifique uma população que trabalha tanto em detrimento de um governo central que não é transparente. Este pacto federativo será o carro-chefe do nosso mandato.

Tribuna - O senhor sempre enfatiza a própria trajetória política, degrau a degrau, como destaque. Mas como convencer hoje uma população avessa à política, que muitas vezes prefere candidatos fora desse círculo, a votar no senhor?

Trípoli - Eu entendo que democracia se faz com política. Você tem que entender as diferenças que existem hoje. O contraditório é fundamental. Mas, mais do que isso, eu diria pra você que só constrói futuro quem teve passado. Se você não tiver coerência no seu mandato, você vai pagar um preço caro. E isso a população cobra. O slogan da minha campanha é "pesquise e compare". Sou ficha limpa, contra o foro privilegiado. Isso me dá condições, depois de 34 anos de vida pública, a pleitear uma vaga no Senado.

Tribuna - Como ambientalista, o que você acredita que possa fazer para melhorar na legislação ambiental em Brasília?

Trípoli - Uma das questões é o licenciamento ambiental, que deve atender a questão do meio ambiente e da sustentabilidade. Precisa de mais celeridade nos procedimentos. Espero que isso seja aprovado em breve. Aqui em Jundiaí nós temos um privilégio, que é a Serra do Japi. Ela é responsável, por exemplo, pelas chuvas da região. Tendo chuva, você tem água. Nós vivemos sem petróleo, mas não vivemos sem água.

Tribuna - Qual a sua intenção ao apresentar o Código Federal de Bem Estar Animal?

Trípoli - Nós temos uma visão nova. É pra propiciar para os animais, seja silvestre, doméstico ou exótico, mais qualidade de vida. Eu aprovei na Câmara Federal o projeto de lei que aumenta a pena dos crimes de maus tratos aos animais. Está parado no Senado. E essa é uma das coisas que me estimulam muito a ir para o Senado pra aprovar essa medida.

Tribuna - O senhor também trabalha pela eleição de Geraldo Alckmin a presidente. Como acredita que podem tirar votos do centro-direita do líder nas pesquisas Jair Bolsonaro?

Trípoli - O Brasil precisa ter estabilidade. Mais que isso, precisamos de segurança jurídica. O investidor que vem de fora e quer investir no Brasil quer ter segurança jurídica para investir. O Geraldo já foi govrenador quatro vezes do maior Estado da América Latina. Eu convivo há 12 anos com o Bolsonaro na Câmara Federal. Ele é uma pessoa que quer terceirizar o país. Eu entendo a revolta da popoulação, mas chegou o momento de decidir, não podemos ter instabilidade e ele é instabilidade. Ele entra, como vai se comportar com o Congresso? Na porrada? Vai isolar as mulheres e os LGBTs? Ele tem uma visão muito retrógrada, muito ultrapassada. Como você vai tocar o governo se você mal conhece. Se ele fosse um expert em segurança, por exemplo, não tinha acontecido este desastre que aconteceu com ele. Se ele tem a grande fórmula da segurança pública, não tinha acontecido nada com ele. Não é na bala que nós vamos resolver o problema do Brasil.

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