"Jundiaí é a cidade que mais investe em saúde"

"Jundiaí é a cidade que mais investe em saúde"

Há mais de 70 anos, no dia 7 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, sob o patrocínio da Organização Mundial de Saúde e outras organizações relacionadas, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a saúde.

Para falar mais sobre o assunto, conversamos com o Gestor de Promoção da Saúde, Tiago Texera, que falou sobre a situação dos órgãos de saúde em Jundiaí.

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Tribuna de Jundiaí - Neste domingo é comemorado o Dia Mundial da Saúde. Durante sua gestão frente à pasta da Saúde, qual você acredita que foi o maior e mais importante investimento até agora?

Tiago Texera: Em saúde não há um investimento mais ou menos importante. Todos são igualmente relevantes. A administração do Prefeito Luiz Fernando Machado é pautada na transparência e na austeridade com os gastos públicos.

Conseguimos, adequar as contas da pasta, quitar os débitos com credores nos primeiros meses, organizar mutirões para a eliminação de filas de consultas e exames, ampliar em até 50% algumas ofertas de exames de diagnóstico, e, mesmo com pouca margem para investimento, garantimos a implantação do conceito Nova UBS e duas Unidades Básicas de Saúde com os programas ‘Posso Ajudar’ e ‘Guardião da Saúde’, direcionados para a humanização, conforto e qualificação dos serviços.

Conseguimos inaugurar a Clínica da Família, operacionalizar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) Vetor Oeste. Ainda registramos a contratação de mais profissionais para recompor os quadros, além de já organizar e colocar em prática outras ações que irão melhorar ainda mais o atendimento da população, como a mudança do Ambulatório de Saúde da Mulher para o prédio do Núcleo Integrado de Saúde (NIS), que contará com equipamento de ultrassom para exames no local.

O atendimento do Centro de Atenção Psicossocial III mudou para um novo espaço, mais adequado aos trabalhos desenvolvidos para a reintegração social dos atendidos. Isso sem falar nas melhorias conquistadas para os Hospitais São Vicente de Paulo e Universitário.

Segundo dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), do Ministério da Saúde, Jundiaí é a cidade que mais investe em saúde entre os Municípios com mais de 300 mil habitantes, sendo matéria registrada no Bom Dia Brasil.

O investimento per capta em 2017 foi de R$ 926,59, com um orçamento de R$ 489.684. O levantamento do ano de 2018 ainda não foi disponibilizado pelo MS, mas com valor crescente (mais de 25% do Orçamento do Município) as melhorias seguem a mesma curva.

Tribuna de Jundiaí - Logo no início da atual administração, foi formado um comitê de crise para avaliar a situação do Hospital São Vicente. Por meio desse comitê, quais resoluções foram alcançadas a fim de melhorar o atendimento no hospital?

TT: O comitê foi fundamental para que o Hospital São Vicente de Paulo (HSV) alcançasse o caminho do equilíbrio financeiro, a partir de controles austeros, organização orçamentária, negociação com credores e cortes de gastos. Conseguiram economizar R$ 2 milhões por mês e ampliar a produtividade em mais de 10%. No ano passado, em alguns meses, foram registrados picos de mais de 600 cirurgias por mês. Esse número foi possível a partir de melhorias nas práticas de higienização dos centros cirúrgicos, para reduzir o tempo entre um procedimento e outro, de forma a otimizar o uso, que hoje tem a ocupação de 95% do tempo.

As medidas administrativas propiciaram cerca de 80 pequenas reformas para a melhoria do espaço físico do hospital, que é centenário, e único para atender alta complexidade para toda a região de Saúde de Jundiaí. Ainda é importante lembrar que o HSV foi habilitado pelo Ministério da Saúde para a Rede de Urgência e Emergência (RUE). O repasse adicional auxilia no custeio dos atendimentos que já eram prestados.

Agora, com o lançamento do programa “Acolha um Quarto, Conforte Vidas”, com a participação da sociedade civil, será possível promover a reforma dos 72 quartos de internação do prédio e oferecer ambiente confortável para o paciente e seu acompanhante no equipamento que é mais resolutivo de toda a Central de Regulação de Ofertas de Serviço de Saúde (Cross) do Estado de São Paulo, com 95% de resolutividade.

Tribuna de Jundiaí - Algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade foram reformuladas com o conceito de 'Nova UBS'. O que é esse conceito? E como ele melhora o atendimento destes espaços?

TT: O conceito Nova UBS trata não somente da melhoria da ambiência do equipamento – com a reforma, pintura, ampliação, instalação de cortinas, acessibilidade e mobiliário moderno -, como da humanização e qualificação do atendimento.

A NOVA UBS é embasada no acolhimento à população que busca por uma consulta com médico, atendimento odontológico, medicamentos, exames, terapias, já que a Nova UBS conta com o quiosque para a ampliação das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS).

Juntamente com o conceito, são implantados os programas ‘Posso Ajudar’, que nada mais é que uma espécie de anjo da guarda do usuário, que o acompanha desde o momento que entra na unidade até ter a sua demanda resolvida; como o ‘Guardião da Saúde’, que é um totem disponível não somente nas Novas UBSs como na Clínica da Família e na UPA 24h Vetor Oeste, para que as pessoas atendidas possam classificar o serviço.

A partir desses dados é possível adotar medidas para a solução de demandas. Conseguimos identificar problemas que antes não eram conhecidos, como a liberação do estacionamento para os usuários na Nova UBS Maringá, além da disponibilização de medicamentos no horário do almoço.

Tribuna de Jundiaí - No início de 2017, a Prefeitura conseguiu zerar 96,5% das filas para exames. Quais as especialidades que foram mais atendidas no programa 'Saúde em Dia' e como foi feita essa redução das filas? Quais ainda precisam ser reduzidas?

TT: O Saúde em Dia foi aplicado no início da gestão em forma de mutirões, com ofertas de atendimento em dias e horários ampliados.

Conseguimos reduzir filas para os exames de Tomografia, Radiografia, Ultrassom, Duplex Scan e análises clínicas. Entre as especialidades que foram contempladas pelo programa estão ortopedia, dermatologia, cirurgia geral, cirurgia vascular e pneumologia.

Nas próximas semanas lançaremos edital para a aquisição de consultas de especialidades, para todas as especialidades. Serão 30 mil consultas, para zerar toda a demanda reprimida. Ainda estamos contratando médicos especialistas para o NIS.

Já foram contratados Reumatologistas, endocrinologista e alergologista. Ainda estão em processo de contratação mais reumatologista, proctologista, neurologista adulto e nefrologista.

Tribuna de Jundiaí - Jundiaí também recebeu ampliação no atendimento de especialidades como ortopedia e odontologia. Por que houve esse olhar especial para essas especialidades na cidade?

TT: A odontologia na atenção básica está sendo ampliada para que todas as Unidades Básicas de Saúde contem com o cardápio completo de atendimento, inclusive com o atendimento universal, ou seja, todos os pacientes adscritos para aquela unidade poderão fazer uso do serviço odontológico.

O atendimento especializado também ganha investimentos com a ampliação do número de salas de atendimento do Centro de Especialidades Odontológicas, passando de um CEO II para CEO III, que passará a contar com sete consultórios.

A ortopedia é uma demanda crescente em qualquer cidade, não somente pelo envelhecimento da população como por conta os acidentes, um dos motivos para o investimento e destinação de recursos de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da Prefeitura, de aproximadamente R$ 430 mil, para a reforma e construção do Ambulatório de Ortopedia no Hospital São Vicente. Com o espaço, que terá entrada separada do Pronto-Socorro de Ortopedia, será possível oferecer maior conforto para os usuários.

Tribuna de Jundiaí - No final do ano passado foram entregues os dois maiores equipamentos de saúde da gestão do prefeito Luiz Fernando: a UPA Vetor Oeste e a Clínica da Família. Qual foram os investimentos para a construção? E qual a importância deles para a saúde pública de Jundiaí?

TT: Construir um prédio é relativamente simples. O custo para a construção do prédio que hoje abriga a UPA 24H Vetor Oeste e a Clínica da Família foi de R$ 7,5 milhões, sendo R$ 2 milhões do Governo Federal.

No entanto, o custeio do equipamento é o que representa o grande investimento para a administração. O custo para a manutenção dos serviços será em torno de R$ 20 milhões por ano, para o atendimento de 140 mil vidas. Os dois serviços representam resolutividade para o atendimento de demandas em saúde de uma população que está distante do Centro quase 20 km.

A Clínica da Família é uma UBS resolutiva. O modelo implantado para o atendimento garante a resolutividade de 85% dos casos, a partir da disponibilização dos exames de eletrocardiograma, raio-x, ultrassom e análises clínicas disponíveis. Esse serviço é referência para 40 mil pessoas que moram no Novo Horizonte, CDHU, Residencial Jundiaí e Almerinda Chaves.

Já a UPA 24H Vetor Oeste é o atendimento de Urgência e Emergência para toda a população da Região Oeste. Pela distância, o equipamento conta com uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), responsável por fazer todo o atendimento daquela região, cortada por rodovias de grande fluxo e de intensa demanda por atendimento.

Esse serviço tem resolutividade de 95%, o que significa que apenas 5% daquela população necessitará se deslocar para o Centro em busca de atendimento ou exames.

Um diferencial que não é exigido para uma UPA Porte II, como essa, e que a Prefeitura de Jundiaí incluiu foi a inclusão de um ortopedista para o atendimento dos dois equipamentos. Também facilitando o tratamento e acompanhamento de toda aquela população.

Tribuna de Jundiaí - Jundiaí alcançou também, neste ano, o menor índice de mortalidade da sua história, com 7,23 mortes em cada mil nascidos vivos, um número 31,45% menor em relação ao do ano anterior. Que ações de saúde pública foram tomadas para que esse número recorde fosse alcançado?

TT: A Taxa de Mortalidade Infantil é um dos principais indicadores de saúde de um município.

A queda na taxa de mortalidade comprova que direcionar mais de 25% do orçamento do município para a Saúde garante melhoria direta para a população. Foram entregues duas Novas UBSs, a Clínica da Família e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) Vetor Oeste, com orçamento de R$ 509.739.

Já neste ano, com R$ 558.135 previstos e mais entregas para o fortalecimento da atenção básica (NOVAS UBSs Jardim do Lago, Traviú, Corrupira e Comercial), mais ofertas de exames e melhoria na ambiência dos serviços, a meta é manter a queda no índice de mortalidade, assim como buscar a excelência no atendimento para toda a população.

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