Mapeamento aponta diversas falhas no atendimento à população

Mapeamento aponta diversas falhas no atendimento à população

Falta de profissionais, falta de estrutura para atendimentos, falta de acessibilidade para cadeirantes e demora no retorno de consultas.

 

Estes são apenas alguns dos pontos levantados pelo mapeamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Regional 3 - Caxambu, Colônia, Ivoturucaia, Jundiaí Mirim, Rio Acima, Rui Barbosa, São Camilo, Tamoio, Tarumã e Vila Aparecida - realizado pelo vereador e médico cardiologista Wagner Ligabó (PPS) e entregue ao prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado (PSDB), na última semana.

Durante quase três meses, o parlamentar conversou com gerentes e usuários destas dez unidades. Junto com os gestores observou os problemas e soluções apontadas em cada posto. E fez uma análise sobre as UBSs visitadas.

Sem data marcada, o gabinete do vereador aplicou uma entrevista com 14 perguntas a 297 pacientes destas UBSs, com questões sobre a qualidade do atendimento, desde recepção ao médico e tratamento de odontologia, tempo de espera para consultas, higiene e outros itens.

O documento, por exemplo, aponta a necessidade urgente de se implantar prontuários eletrônicos, projeto que a Plataforma de Gestão de Saúde planeja colocar em prática no próximo ano. Ou de se expandir os serviços de PSF (Programa de Saúde da Família) a todas UBSs – neste caso, o levantamento apontou que quase todas as unidades visitadas não atendem pelo programa em que deveriam ser desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.

O relatório ainda cita a necessidade de construção de novas unidades no Ivoturucaia, Jundiaí Mirim e Rio Acima, pois os prédios atuais são inapropriados para serviço médico ou estão sem espaço para expansão. E também mostra que cada unidade encontrou soluções próprias, muitas delas em conjunto com a comunidade, para melhorar o atendimento e que podem servir de exemplo para toda a Rede.

“O objetivo deste mapeamento não é o de fazer uma caça às bruxas, mas sim agregar valor ao município. Pois melhorando o cuidado primário com a saúde vamos conseguir desafogar os hospitais, além de dar mais qualidade de vida das pessoas”, afirma Ligabó.

Principais pontos

Dos problemas levantados pelo mapeamento, a demora de até um ano para o agendamento de uma consulta com especialistas é a principal reclamação dos pacientes confirmada pela pesquisa. Na UBS do Ivoturucaia, por exemplo, são dois anos de fila para a consulta com um neurologista, um ano para oftalmologista, além de sete meses para a realização de um ultrassom e quatro meses para a realização de um eletrocardiograma.

Já na unidade do Jundiaí Mirim, as consultas com o ginecologista demoram até dois meses para serem agendadas. O posto não tem acessibilidade, há apenas um banheiro para os pacientes homens e mulheres e o local ainda é inacessível para cadeirantes.

No Rio Acima, a unidade tem problemas estruturais. Segundo os pacientes ouvidos na pesquisa, chove dentro da área de atendimento. No mapeamento, foram apontados que o prédio tem rachaduras, computadores não funcionam e funcionários têm de pagar lanches do próprio bolso quando há trabalhos em grupo com a população.

No Sâo Camilo, a distribuição de medicamento dificilmente chega ao final do mês e não há maca ginecológica para a realização de exames. O exame papanicolau, que era anual, passou a ser feito a cada dois anos.

No Jardim Tarumã, a unidade estava com consultório odontológico montado, mas não funcionava porque as portas do abrigo para instalação do compressor tinham sido roubadas. Profissionais de odontologia já estavam contratados, porém, o consultório não atendia em virtude da falta de compressor.

O mapeamento completo, com as 37 Unidades Básicas de Saúde, deverá estar pronto até o fim do ano.

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