A possibilidade de a Seleção Brasileira adotar a cor vermelha em seus uniformes esportivos gerou forte debate entre os vereadores de Jundiaí durante a sessão ordinária desta terça-feira (6). O tema foi introduzido por uma moção do vereador Tiago da El Elion em apoio ao Projeto de Lei 1936/2023, do deputado federal Zé Trovão, que propõe tornar obrigatória a presença das cores da bandeira nacional — verde, amarelo, azul e branco — nos uniformes que representam o Brasil.
A proposta escancarou divergências ideológicas e levantou questionamentos sobre as prioridades da Câmara Municipal diante de temas mais urgentes para a cidade.
Defesa das cores como símbolo nacional
Para o vereador Tiago da El Elion, o uso de qualquer cor que fuja das oficiais da bandeira nacional representa um desrespeito ao principal símbolo da pátria. “A camisa deve preservar as cores da bandeira. A discussão não é sobre partido ou patrocinador, mas sobre defender as cores da nação”, declarou. Tiago citou ainda o Estatuto da CBF, que estabelece a obrigatoriedade do uso das cores da bandeira, salvo em casos comemorativos — o que, segundo ele, não se aplica à possível adoção do vermelho.
A moção recebeu apoio de outros parlamentares. Juninho Adilson reforçou que “a seleção pertence a todos os brasileiros” e que a tradição deve ser mantida. João Vitor, por sua vez, afirmou que mudar as cores “não tem sentido nenhum” e que a camisa verde e amarela está “impregnada do nosso sangue”.
Rodrigo Albino foi mais incisivo, classificando a possível mudança como “uma maneira silenciosa de impor valores” ligados à esquerda. Ele comparou a situação a debates sobre linguagem neutra e banheiros unissex, afirmando que a camisa da Seleção representa um valor nacional que deve ser preservado.
Já Madson Henrique destacou o caráter político da pauta, especialmente em ano eleitoral. “A tentativa de mudança é totalmente política”, disse, citando o ex-presidente Jair Bolsonaro como responsável por resgatar o uso do verde e amarelo como símbolo de patriotismo.
Críticas à relevância do tema
Na outra ponta, a vereadora Mariana Janeiro criticou duramente a inclusão da moção na pauta da Câmara. “É um absurdo usar tempo e recurso público para discutir cor de camiseta”, afirmou. Ela também relembrou que a camisa amarela foi utilizada em atos considerados antidemocráticos e defendeu com orgulho os símbolos e cores do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual pertence.
O vereador Zé Dias também questionou a relevância do tema: “O Brasil tem várias cores. Por que alguém não poderia usar uma camisa vermelha em um evento?”, indagou, embora tenha votado a favor da moção.
Romildo Antonio teve uma posição mais ambígua. Embora tenha declarado respeito pelas cores da bandeira, disse que usaria, sim, uma camisa vermelha da Seleção, caso fosse lançada. “Ninguém vai me impedir de usar a cor que eu quiser”, afirmou, mencionando que o atual uniforme “não está essas coisas”.
A vereadora Carla Basílio destacou que utiliza a camisa do Brasil em respeito à bandeira, e não por associação a qualquer político. Dika Xique Xique, por sua vez, atribuiu a proposta de mudança a uma jogada de marketing da Nike, com objetivo de lucrar com a polarização política. Ele sugeriu que parte dos lucros com a possível camisa vermelha seja destinada a projetos sociais.
Patriotismo ou polarização?
A moção foi colocada em votação e aprovada, revelando como até símbolos esportivos podem se transformar em objeto de disputas ideológicas. O debate demonstrou que, mesmo em esferas legislativas municipais, questões de identidade nacional e polarização política encontram espaço para embates acalorados.
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