Nas eleições municipais deste ano em Jundiaí, a cidade elegeu 7 vereadores que, a partir de 2025, cumprirão seu primeiro mandato. De diferentes partidos e com distintas ideologias, essas sete pessoas, juntas dos outros 12 parlamentares eleitos, passarão os próximos quatro anos sendo vozes ativas na Câmara Municipal de Jundiaí, propondo ideias e fiscalizando a gestão municipal em prol dos jundiaienses.
O Tribuna de Jundiaí conversou com os vereadores que assumem pela primeira vez um mandato, revelando em matérias exclusivas suas ideias, planos e expectativas para o futuro de Jundiaí. Nesta edição, conheça Mariana Janeiro.
Quem é Mariana Janeiro?
Mariana Janeiro (33) foi eleita vereadora em Jundiaí pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Nascida e criada em Jundiaí, é uma mulher negra, jovem, mãe, ativista e articuladora política. Na cidade, fundou a Rede Valentes, que trabalha com mulheres vítimas de violência na região.
Além disso, Mariana é vice-presidente do Conselho Municipal de Políticas para Mulheres e uma das dirigentes políticas mais jovens do Brasil, sendo Secretária Nacional de Mobilização do PT. Neste ano, deu início à carreira internacional, assumindo o cargo de Secretária-Geral do Subcomitê da Juventude Negra do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da ONU, em Genebra, na Suíça.
Nas eleições municipais de 2024, foi eleita com 4.716 votos, sendo a primeira mulher negra eleita na história da cidade. Trabalha para a democratização da política e da luta feminista e antirracista.
Motivação e desafios
O que a motivou a se candidatar a vereadora e por que escolheu a política como caminho para atuar em prol da cidade?
“A política partidária me encontrou durante a gestação do meu primeiro filho. Ali, gerando uma nova vida, eu compreendi o privilégio da minha escolha e também senti o peso dessa escolha: a dificuldade de encontrar um local seguro para que eu tivesse um parto humanizado, as dificuldades com as vagas em creche, a dificuldade do mercado de trabalho para as mães… Tudo isso me fez compreender que era preciso fazer mais. E encontrei esse “mais”, na política partidária e me senti acolhida no PT. Eu escolhi a política porque, para além de modificar a minha realidade, eu conseguisse modificar a realidade de mais pessoas.”
Qual foi o maior desafio que enfrentou durante a campanha, e como pretende lidar com os desafios agora que assumiu o cargo?
“O maior desafio foi, sem dúvida, a tripla jornada. Sou mãe de dois filhos, dona de casa, secretária nacional do maior partido da América Latina e Secretária-Geral de um subcomitê na ONU. Nada disso parou para que eu fizesse a minha campanha e tudo isso precisava continuar funcionando. E tudo funcionou e elegemos este mandato! E esse deverá ser também o meu maior desafio durante os próximos anos, que é o mesmo desafio de milhões de mulheres brasileiras: conciliar, ou tentar conciliar, todas as tarefas do dia e continuar desempenhando um trabalho de excelência para o povo. Outro grande desafio que nos espera neste mandato, sem dúvida alguma, é a demanda represada por uma Câmara que, há 8 anos, não se prestou a fiscalizar o Poder Executivo. Temos muito trabalho nos esperando!“
Prioridades do mandato
Quais são as principais pautas que você pretende defender neste primeiro mandato?
“Este é um mandato preparado para cumprir o papel básico de um vereador: fiscalizar com rigor os atos do Poder Executivo e trabalhar com base na transparência e com muita participação popular. Acontece que este também é um mandato de esquerda, com os dois pés fincados nos direitos humanos, feminista e antirracista. Por isso, não irei fugir do papel político que se espera de um mandato como o meu: a ampla e inegociável defesa dos direitos humanos.”
Existem projetos ou áreas específicas, como saúde, educação, segurança ou meio ambiente, em que você acredita que Jundiaí precise de atenção?
“Nós organizamos este mandato com muitas pessoas envolvidas desde 2020. Desde então, sempre compreendemos que era necessário ter foco para entregar as propostas que apresentamos. Por isso, focamos a atuação do mandato em 5 áreas que nós acreditamos essenciais de serem trabalhadas detalhadamente em Jundiaí: Meninas, mulheres e crianças; Direitos Humanos, Educação, Valorização dos servidores públicos municipais; Transparência e Participação Popular.”
Representação da comunidade
Como você pretende se conectar com a população de Jundiaí e garantir que as demandas da comunidade sejam ouvidas e atendidas?
“Eu acredito que devemos encerrar esse ciclo de ‘vereadores de bairro’. Não serei a vereadora do meu bairro – muito embora eu ame meu querido Vianelo, porque eu não posso me conectar apenas com as pessoas e as necessidades desse território. Eu serei a vereadora das pessoas que vivem em Jundiaí. Por isso, iremos manter um gabinete à postos, aberto, participativo e vivo, para que a população sinta que ela também faz parte desse espaço e desse mandato. E, para além disso, as minhas redes sociais que são bastante ativas, serão ainda mais!”
Há grupos específicos (jovens, idosos, trabalhadores, etc.) que você pretende representar mais diretamente?
“Eu desejo representar mais diretamente aquelas pessoas que são muito parecidas comigo e que dificilmente se sentiram amplamente representadas na Câmara Municipal nos últimos anos: os trabalhadores, as pessoas negras, as mulheres e as mães com suas crianças. E, além disso, existe um grande grupo de pessoas vulneráveis socialmente que precisam de uma representação, de uma voz aliada na Câmara, como a população LGBTQIAPN+ e as pessoas idosas.”
De olho no futuro
Como você enxerga Jundiaí nos próximos quatro anos, e como suas ações na Câmara podem contribuir para esse futuro?
“Eu gosto de pensar na política de longo prazo – o que é muito complicado de trabalhar junto da população que tem pressa e com razão. Mas, se for para falar em apenas quatro anos, eu enxergo uma Jundiaí com uma Câmara Municipal mais qualificada, com debates que falam realmente dos interesses das pessoas, com projetos de lei que façam sentido e que ajude a vida de quem realmente precisa. E faço essa fala focada na atuação da Câmara porque, se pensando apenas neste curto espaço de tempo, enxergo poucas mudanças substanciais na cidade como um todo, especialmente se considerarmos a “alternância” no Poder Executivo, que pouco, ou nada, mudará. Toda pequena ou grande mudança será através de muita luta e muita articulação na Câmara Municipal.”
Quais são as mudanças que você gostaria de ver implementadas na cidade durante seu mandato?
“Meu objetivo é continuar um legado de justiça social construído pelo PT em nossa cidade e que foi interrompido por longos 8 anos. E as mudanças que eu desejo ver implementada na cidade, por meio do meu mandato, é um lugar onde as pessoas consigam viver sem tanto medo, sem tanto aperto financeiro, sem o constrangimento de estar num lugar que parece que não pertence a elas.”
Transparência e participação popular
Em sua visão, qual é o papel da transparência no trabalho de um vereador? Como você pretende garantir que seu mandato seja acessível e transparente para a população?
“É importante a gente ter uma coisa sempre em perspectiva: nenhum vereador ou vereadora está ali por decreto ou por imposição. Todos estão ali através do voto das pessoas que confiaram um mandato a cada um. Logo, a transparência deveria ser um dever, mas, como infelizmente não é, a gente precisa pautar como um compromisso de campanha… E eu pretendo garantir a transparência não apenas como um princípio básico de ofício público, mas com compromissos em ter ações concretas para que a população saiba para onde caminham as decisões e ações do mandato como: declarar e justificar os votos nas redes sociais em todos os projetos de lei, manter o gabinete aberto e levar o gabinete para os bairros.”
Que medidas ou iniciativas você planeja implementar para aumentar a participação popular nas discussões e decisões da Câmara?
“Por uma série de fatores a população está muito distante do que acontece na política da cidade. Infelizmente esse é o resultado de anos de vereadores que pouco ou nada se preocupam com a participação popular. Com o meu mandato, a realidade será outra, a começar pelo Conselho do Mandato e Assembleia do Mandato, onde iremos reunir pessoas para pensar as nossas ações junto da minha equipe.”
“Além disso, irei criar oficinas na Câmara Municipal para aproximar as pessoas do espaço e da prática política, para que entendam o que é um projeto de lei e como ele tramita pela casa, por exemplo; realizar audiências públicas a cada dois meses e criar uma plataforma digital para que a população possa apresentar seus próprios projetos de lei para a cidade. O povo me confiou esse mandato e precisa estar presente de verdade nele, não apenas na hora do voto. O mandato é uma responsabilidade compartilhada entre vereadora e população.”
Considerações finais
Qual é a mensagem que você gostaria de deixar para os eleitores de Jundiaí que confiaram seu voto a você?
“Cumprimos mais uma tarefa importantíssima na nossa luta por justiça social aqui na cidade: elegemos um mandato popular, feminista e de esquerda. E o nosso trabalho não para aqui, muito pelo contrário. Para nós, um mandato não é um fim, mas sim um caminho, uma ferramenta de luta para os trabalhadores, para as mulheres, para o povo negro e para os grupos mais vulneráveis da nossa cidade.”
Como os cidadãos podem acompanhar seu trabalho e entrar em contato para contribuir com ideias e sugestões?
“Todo o nosso trabalho será amplamente divulgado em nossas redes sociais, através do Facebook, Instagram e TikTok. E, para um contato mais direto, por enquanto, está disponivel o telefone da nossa assessoria (que já está ativa!) no WhatsApp: (11) 98485-0577. A partir de Janeiro teremos um website completo com toda a nossa atividade parlamentar e também uma plataforma para envio de propostas de projeto de lei.”
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