Dia de Finados: como falar sobre a morte com as crianças?
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Dia de Finados: como falar sobre a morte com as crianças?

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Dia de Finados como falar sobre a morte com as crianças
Foto: Canva

No Dia de Finados, muitas famílias se reúnem para lembrar entes queridos que já partiram. Este é também um momento em que pais, avós e responsáveis podem se deparar com perguntas de crianças sobre a morte. Falar sobre o tema com os pequenos pode ser desafiador, mas especialistas apontam que a conversa, conduzida de forma adequada, ajuda a criança a lidar com perdas e a entender a vida de maneira mais saudável.

“É comum que crianças, especialmente entre os 4 e 8 anos, comecem a fazer perguntas sobre o que significa morrer”, explica a psicóloga Laís das Dores Cunha. “Elas percebem a ausência de pessoas e animais de estimação, e podem se assustar com a ideia de que isso aconteça com elas ou com os pais. Por isso, quanto mais sincera e cuidadosa for a abordagem, mais confortáveis elas se sentirão para enfrentar o assunto.”

A forma de falar sobre a morte varia conforme a faixa etária. Para crianças mais novas, até os 6 anos, é sugerido usar uma linguagem simples e lúdica. Evitar metáforas é importante, como dizer que alguém “foi dormir” ou “virou uma estrela”, isso pode gerar confusão, fantasias e medo, aumentado os pensamentos.

Já com crianças mais velhas, que têm uma compreensão melhor, pode ser tratada de forma mais natural, podendo colocar a espiritualidade conforme os valores da família, vale ressaltar que cada família tem uma dinâmica diferente da forma lidar com o luto, sendo importante respeitar o momento da criança independente da sua faixa etária, se ela tem o desejo de ir ou não ao velório. “Para algumas crianças, saber que as pessoas vivem em nossas lembranças ou que existe uma continuidade espiritual pode ser reconfortante”, explica a psicóloga.

Falar sobre as emoções também é importante

Laís explica que o conceito de morte do adulto é diferente do conceito de morte para a criança, e é essencial falar sobre as emoções que acompanham a perda. Crianças muitas vezes não conseguem identificar ou expressar o que sentem, e podem se deparar com sentimentos de tristeza, medo ou até mesmo raiva. Ao conversar sobre essas emoções, a criança aprende que esses sentimentos são normais e que ela pode falar sobre eles com um adulto de confiança.

Os pais também podem se abrir para mostrar suas próprias emoções de forma equilibrada. Seja honesto sobre a tristeza, mas transmita que é possível lidar com a dor e que o amor e a lembrança do ente querido continuam presentes. Isso ajuda a criança a entender que é normal sentir falta, mas que a vida continua.

Atividades podem ajudar no entendimento e conforto

Para ajudar no processo de luto e entendimento da perda, algumas atividades podem ser bastante úteis. Criar uma lembrança ou um ritual em homenagem ao ente querido, como acender uma vela, escrever uma carta ou fazer um desenho, são formas de a criança expressar o que sente e se sentir mais próxima daquele que se foi.

Além disso, ler livros infantis sobre o tema, que ajudam a introduzir o assunto de maneira lúdica e compreensível. Entre as obras recomendadas estão “O livro do adeus”, de Todd Parr e “O pato, a morte e a tulipa” de Wolf Erlbruch.

A importância de criar um ambiente de apoio

Para as famílias que estão passando por um luto recente, Dra. Laís ressalta a importância de manter um ambiente acolhedor e de suporte. Permitir que a criança faça perguntas, respeitar o momento de cada uma e não forçá-la a entender tudo de imediato são atitudes fundamentais para ajudá-la a lidar com a situação. “Também rever fotografias, lembrar de momentos que viveram jutos, conversar sore a pessoa, e sempre perguntado se criança deseja, sem forçá-la.”

Dia de Finados

No Dia de Finados, ao prestar homenagens e lembrar os entes queridos, é possível também abrir espaço para diálogos sinceros e confortáveis com as crianças, que podem aprender sobre a finitude da vida com acolhimento e segurança.

“Esse dia pode ser feito atividades que o ente querido realizada com a família, ou que gostava de fazer, lembrar de passeio, comidas, trazer uma lembrança saudável de algo que é triste, resgatando as memórias boas”, finaliza a psicóloga.

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