O “Outubro Rosa” é um lembrete poderoso de que o diagnóstico precoce salva vidas e que a prevenção do câncer de mama deve começar antes do que se imagina. Dados do Painel Oncologia Brasil, analisados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), revelam que entre 2018 e 2023 mais de 108 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com a doença no país.
O número crescente mostra que o câncer de mama não é mais uma preocupação apenas para faixas etárias mais altas, exigindo atenção especial das mulheres jovens.
Diagnóstico precoce salva vidas
Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) não inclua mulheres abaixo de 50 anos nas recomendações padrão de exames preventivos, qualquer sinal suspeito deve ser encaminhado para avaliação médica.
De acordo com o oncologista Dr. Arthur Maia Filho, do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), os sintomas mais comuns do câncer de mama incluem:
- Nódulo ou caroço na mama, geralmente indolor;
- Alterações na forma ou tamanho das mamas;
- Vermelhidão, retração ou aspecto de “casca de laranja” na pele;
- Saída de secreção pelo mamilo, especialmente com sangue;
- Inversão súbita do mamilo;
- Inchaço na axila, devido ao aumento dos linfonodos.
Mudanças de estilo de vida e fatores genéticos
O aumento dos casos em mulheres jovens não tem uma única causa.
“Hoje há mais acesso a exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia e ressonância, o que faz com que tumores sejam detectados mais cedo. Isso dá a impressão de aumento, mas, em parte, é reflexo da melhoria na detecção. Outro fator importante é a mudança no estilo de vida: hábitos como alimentação ultraprocessada, consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo e ganho de peso contribuem para o risco de câncer, inclusive em idades mais jovens”, explica o especialista.
Fatores genéticos e hereditários também aumentam significativamente as chances de desenvolver a doença precocemente. Além disso, a exposição a agentes ambientais como poluição, disruptores endócrinos (presentes em plásticos, cosméticos e pesticidas) e outras substâncias químicas também está sob investigação.
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Tratamento e cuidados no HSV
Atualmente, 1.051 pacientes realizam tratamento no Hospital São Vicente de Paulo, que oferece quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, com acompanhamento de uma equipe multiprofissional.
O tratamento varia conforme o estágio do câncer e pode envolver cirurgia, terapias-alvo, imunoterapia e tratamentos combinados.
“Quando a doença é diagnosticada precocemente, geralmente é possível realizar cirurgias menores e reduzir a necessidade de tratamentos mais agressivos, aumentando muito as chances de cura. Já em casos mais avançados, os tratamentos sistêmicos, como quimioterapia e terapias modernas, ganham maior importância, e o objetivo pode ser controlar a doença e preservar a qualidade de vida”, informa Dr. Arthur.
A importância do autocuidado
Mais do que exames, a prevenção passa por hábitos saudáveis e atenção ao próprio corpo. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, evitar o consumo de álcool e cigarro e cuidar da saúde mentalsão atitudes que reduzem os riscos e fortalecem o organismo.
No Outubro Rosa, e em todos os meses do ano, a mensagem é clara: nunca é cedo demais para se cuidar.
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