'Compartilhar minha história': Jundiaiense vive com síndrome rara de câncer de mama
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Saúde

‘Compartilhar minha história’: Jundiaiense vive com síndrome rara de câncer de mama

Conscientizar sobre o tratamento precoce e dar apoio para todas as mulheres que passam por isso.

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Priscila para a campanha outubro Rosa

Que outubro é mês da Campanha de Conscientização para o combate do câncer de mama, todos nós já sabemos. Em todo o mundo, acompanhamos movimentos e campanhas em prol da conscientização.

Mas, a história que o Tribuna de Jundiaí conta hoje vai além da conscientização, é um caso de superação e inspiração para todas as mulheres que já passaram, passam ou ainda vão passar por essa experiência.

Priscila Porcari, administradora e estudante de Educação Física, de 36 anos, sempre teve o câncer de mama presente na sua família e infelizmente chegou a perder avó, mãe, primas e tias-avós. Por isso, já desconfiava da predisposição a ele. “Há 6 anos fiz meu mapeamento genético e descobri uma mutação no gene TP53 no DNA (chamada Síndrome de Li-Fraumeni)”

Priscila tem essa alteração no gene que é responsável por fazer o “controle de qualidade” da célula. Esse tipo de mutação é muito rara no mundo, mas infelizmente é frequente no Brasil, principalmente no Sul e no Sudeste.

Mutação Genética

O TP53 é um gene chamado de guardião do genoma, ele codifica uma proteína que é fundamental no reparo das nossas células para qualquer problema, é como se fosse um mecanismo de defesa para combater alguma coisa errada na célula.

 Assim, quando temos algum problema nesse gene estamos mais vulneráveis para o desenvolvimento de tumores, pois perdemos o nosso sistema de reparação celular, a característica é que aumenta muito o risco de tumores primários (independentes um do outro), podendo acontecer em idade mais jovem.

Após resultado do teste genético, como medida preventiva em 2018 e com orientação de mastologistas e oncogenetecistas, ela resolveu fazer a cirurgia. “Fiz a adenomastectomia bilateral com reconstrução imediata (lembram-se do caso da atriz Angeline Jollie que possui a mutação BRCA1? É a mesma linha de pensamento. Claro, essa conduta é para casos específicos e hereditários comprovados”, contou Priscila.

Priscila em uma palestra explicando sobre o seu caso. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com a cirurgia a prevenção já era de 95% de ter um câncer de mama. Porém, ao realizar a cirurgia os médicos foram surpreendidos e encontraram o início de tumor microscópico. “Era bem pequeno mesmo, da grossura de um fio de cabelo. No auge dos meus 33 anos, eu estava livre e curada por uma “coincidência” da vida e, claro, pelos planos de Deus, pois havia feito a cirurgia preventiva na hora exata!”

No final do ano de 2020 os médicos ainda encontraram duas áreas suspeitas, um nódulo e uma lesão, que estava no pouco de tecido mamário que ela ainda tinha, porque, afinal, o procedimento era 95% de “garantia de prevenção”, foram retirados dessa vez alguns linfonodos axilares para ajudar a prevenir ainda mais. 

“Era um novo câncer de mama em meados dos meus apenas 35 anos e lá fui eu para mais uma cirurgia dessa vez, mais assustada, é verdade, mas com a fé e gratidão em Deus, por sempre poder me cuidar com hábitos saudáveis e exames de prevenção que me possibilitaram descobrir em um estágio inicial.”

Tratamento Atual

Hoje a Priscila faz tratamento via oral com hormônio-terapia, porque o câncer que ela teve é do tipo positivo para receptor de hormônio estrógeno, nódulo e a lesão. Serão 5 anos de um pontinho de luz que faz a proteção.

Depois que passou por tudo isso, ela acredita que a sua história de vida pode ajudar e mudar a vida de outras pessoas mulheres que descobriram ou podem descobrir um câncer. “Tenho sentido cada vez mais em meu coração um enorme chamado de Deus, que eu seja instrumento para atingir outras mulheres. Talvez, para ser um canal de informação, inspiração, exemplo, apoio, conhecimento e fortaleza”.

Campanha outubro rosa. (Foto: Arquivo Pessoal)

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres porém, apenas 5% a 10% são hereditários, e se descoberto e tratado precocemente, tem cura. O teste genético é direcionado apenas para quem é considerado de alto risco, levando-se em consideração alguns critérios como: mais de dois ou três familiares próximos com histórico de câncer, irmã ou mãe que tiveram câncer de mama antes dos 45 anos, histórico de lesões malignas prévias.

A mutação genética não é uma doença, mas é um alerta para que assim consigamos prevenir e sendo uma possibilidade de descobrir mais cedo algo que pode ser curado. Infelizmente, poucas pessoas têm o conhecimento e acesso aos testes genéticos.

Conselho Médico

Segundo a médica mastologista Alicia Marina Cardoso, hoje em dia não se fala mais em auto-exame, porque desta forma descobrimos o câncer tarde já, falamos hoje em autoconhecimento. 

Alicia Marina Cardoso, mastologista. (Foto: Arquivo Pessoal)

“É o momento de você conhecer a sua mama, qual é o seu normal? Qual é o tamanho normal da sua mama? Se o seu bico é pra frente, ou é invertida, para trás. se tem alguma manchinha na pele, se tem alguma coisa diferente, se tem alguma coisa que mais endurecida. Conhecendo a sua mama porque se entre um ano e outro você sentiu alguma coisa endurecida só aí você procura por ajuda, mas a gente tem que sempre pensar no diagnóstico precoce, antes de conseguir sentir o câncer de mama”, informou a médica.

Dessa forma os médicos conseguem descobrir mais cedo, possibilitando ainda mais a cura do câncer de mama. “Hoje em dia a gente tem como monitorar desde o princípio em que descobrimos o câncer de mama quando ele ainda não é sensível, quando já é possível sentir ele na mama é porque ele já está em nódulo, para a gente começar a sentir na mão dele vai ser acima de 16cm”, afirmou Alicia.

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