No topo da lista de países com maior número de infectados no mundo, o Brasil atingiu e ultrapassou recentemente a marca de 100 mil óbitos pelo novo coranavírus.

Através de uma postagem em sua página no Facebook, o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, voltou a minimizar as mortes por Covid-19 e criticou o isolamento social, principal medida preventiva de contágio do vírus.

“Lamentamos cada morte, seja qual for a sua causa, como a dos 3 bravos policiais militares executados em São Paulo”, postou Bolsonaro.

O caso mencionado se refere à morte de um sargento e dois soldados da Polícia Militar durante uma troca de tiros na região do Butantã, em São Paulo, no sábado, dia 8.

Ainda em sua postagem, Bolsonaro compartilhou um link de uma matéria do jornal britânico Daily Mail, com o título “Lockdown matou duas pessoas para cada três que morreram de coronavírus”, ao qual o Presidente complementou “No Brasil, mesmo ainda sem dados oficiais, os números não seriam muito diferentes”.

Os números publicados pelo artigo apresentam 16 mil mortes durante o lockdown no Reino Unido: acredita-se que 6 mil mortes ocorreram devido ao medo das pessoas de saírem de casa e serem infectadas, e 10 mil mortes em casas de repouso, após a alta demanda de hospitais por causa do vírus, o que acarretou em falta de acesso e cuidados.

Os comentários feitos por Bolsonaro neste post refutam as indicações feitas por especialistas e pesquisadores, que mostram como o isolamento social é uma solução eficaz na redução da transmissão do vírus. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) apresentada no Estadão, mostra que a medida pode ter poupado 118 mil vidas e evitado 9,8 milhões de pessoas contaminadas por covid-19 em maio no Brasil.

Em uma parte do post, Bolsonaro afirmou que “[…] não faltaram recursos, equipamentos e medicamentos para estados e municípios. Não se tem notícias, ou seriam raras, de filas em hospitais por falta de leitos UTIs ou respiradores”.