Nesta terça-feira (1º), uma decisão do Ministério da Saúde indicou que a vacina da empresa Pfizer estaria fora do perfil de imunizante desejado para o Brasil. De acordo com o órgão, as vacinas contra Covid-19 que serão incluídas no Plano Nacional de Imunização deverão poder ser armazenadas em temperaturas de 2ºC a 8ºC.
No entanto, a vacina da Pfizer exige condições especiais de armazenamento em temperaturas de -70ºC. Portanto, dificilmente o imunizante será aplicado por aqui. O anúncio foi feito pelo secretario da Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, mas ele não citou nenhuma vacina ou empresa específica no comunicado.
“O que nós queremos de uma vacina? Qual o perfil de uma vacina desejada? Claro, que ela confira proteção contra a doença grave e moderada, que ela tenha elevada eficácia, que ela tenha segurança, que ela seja capaz de fazer uma indução da memória imunológica, que ela tenha possibilidade de uso em diversas faixas etárias, e em grupos populacionais”, disse o secretário. “E que idealmente ela seja feita de dose única, embora muitas vezes isso talvez não seja possível, só seja possível em mais de uma dose, mas fundamentalmente que ela seja termoestável por longos períodos, em temperaturas de dois a oito graus. Por quê? Porque a nossa rede de frios, nessas 34 mil salas ela é montada e estabelecida com uma rede de frios de aproximadamente dois a oito graus”.
Além disso, o secretário também comentou que “do ponto de vista ideal”, a fabricação da vacina deve apresentar uma tecnologia de baixo custo.
Plano Nacional de Imunização
Durante a coletiva de imprensa, Medeiros também afirmou que o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil só será concluído depois do registro de uma das vacinas pela Anvisa. Ainda nesta terça-feira, o grupo técnico de trabalho deverá participar de uma reunião. Assim, é provável que ainda esta semana seja divulgada uma versão prévia do plano.
No anúncio, o secretário reforçou que a primeira etapa da vacinação em massa não deve imunizar a população brasileira toda. Com isso, devem ser priorizados os grupos de risco – como idosos e portadores de doenças crônicas – e trabalhadores de serviços essenciais. Um dos exemplos dados por Medeiros foram os profissionais da área da saúde.
De acordo com Medeiros, o Brasil tem o principal programa de imunização do mundo. Essa estrutura será utilizada para a aplicação da vacina. Ele explicou que essa estrutura conta com 114 mil vacinadores e 34 mil salas de vacinação, mas em épocas de campanha de vacinação, o número pode subir para 50 mil.
Eficácia da Pfizer
Ainda hoje, a americana chegou a pedir a autorização do uso emergencial da vacina para o órgão de regulação de medicamentos na Europa. Esse processo já foi iniciado nos Estados Unidos. Segundo os estudos clínicos divulgados pela empresa, seu imunizante tem um índice de 95% de eficácia contra o coronavírus.