Dra. Vanessa Pesciotto, médica cardiologista do AME Jundiaí, usando jaleco branco com o logotipo do ambulatório.
Foto: Arquivo pessoal/Vanessa Pesciotto

Em entrevista exclusiva ao Tribuna de Jundiaí, no Dia Mundial de Combate ao AVC, 29 de outubro, a cardiologista Dra. Vanessa Pesciotto, que atua no Hospital Regional de Jundiaí e no AME Jundiaí, fez um alerta sobre a importância de reconhecer os primeiros sinais do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e buscar ajuda imediata. Segundo ela, o tempo é o fator mais determinante para salvar vidas e evitar sequelas permanentes.

Regra “SAMU”: método simples para reconhecer um AVC

Para facilitar o reconhecimento dos sintomas, a médica recomenda o uso do mnemônico SAMU, uma forma prática de identificar o AVC e agir sem demora.

“S de sorriso — peça para a pessoa sorrir e observe se há desvio na boca;
A de abraço — veja se há dificuldade em levantar os braços de forma simétrica;
M de música — peça para falar ou cantar e perceba se a voz mudou ou desapareceu;
U de urgência — em qualquer desses sinais, chame o SAMU”, explicou.

Dra. Vanessa reforça que os sintomas variam conforme a área do cérebro afetada, podendo ser confundidos com tontura ou dor de cabeça.

“Em pessoas com hipertensão, diabetes, doença renal crônica, tabagismo ou AVC prévio, a atenção deve ser redobrada”, alerta.

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Tempo é cérebro: a importância da janela terapêutica

A cardiologista destaca que o tratamento rápido é essencial. A chamada janela terapêutica — o período ideal para tratar o paciente — é de até 4 horas e meia após o início dos sintomas.

“Cada minuto perdido representa células cerebrais em sofrimento. O atraso pode causar sequelas irreversíveis”, alerta.

Entre os tipos de AVC, o isquêmico (causado por entupimento) costuma ter evolução mais lenta, enquanto o hemorrágico (rompimento de vaso) apresenta piora súbita, com perda de consciência e risco de morte.

Ao presenciar sinais de AVC, a médica orienta:

  • Ligar imediatamente para o SAMU (192);
  • Não deixar a pessoa sozinha;
  • Não oferecer alimentos, líquidos ou remédios;
  • Levar o paciente à emergência mais próxima, caso não haja resgate disponível.

Estrutura hospitalar e prevenção: pilares no combate ao AVC

Embora o Hospital Regional de Jundiaí não possua pronto-socorro, a instituição está preparada para emergências em pacientes internados.

“Temos exames 24h, leitos de UTI e equipe treinada. Um protocolo rápido de atendimento faz toda a diferença”, destaca a cardiologista.

Os dados reforçam a gravidade: a cada seis minutos, uma pessoa morre de AVC no Brasil. Até outubro de 2025, o país já havia registrado mais de 64 mil mortes. Ainda assim, tratamentos como trombólise e trombectomia aumentam as chances de recuperação quando aplicados dentro da janela terapêutica.

Fatores de risco e o papel do autocuidado

Segundo Dra. Vanessa, a maioria dos AVCs pode ser evitada. Os principais fatores de risco são hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e obesidade.

“Reduzir o consumo de sódio, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e não fumar são atitudes simples que salvam vidas”, orienta.

Ela ressalta que a hipertensão é o fator mais negligenciado.

“A pressão alta é uma doença silenciosa e grave. Quem tem histórico familiar deve medir a pressão com frequência e buscar orientação médica se estiver acima de 120×80 mmHg”, explica.

Conhecer o histórico familiar e procurar atendimento diante de dores de cabeça recorrentes, alterações visuais ou de equilíbrio também são medidas fundamentais para prevenir o AVC.

Um alerta no Dia Nacional da Prevenção ao AVC

No Dia Nacional da Prevenção ao AVC, celebrado em 29 de outubro, Dra. Vanessa reforça a importância do autocuidado:

“O AVC é a doença que mais mata no Brasil, superando os infartos. O mais triste é que, na maioria das vezes, ele poderia ser evitado com autocuidado. Precisamos agir antes que aconteça: cuidar das doenças crônicas, manter bons hábitos e viver com mais saúde e independência”.

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