"O melhor programa social para o jovem é o emprego", diz assessor de políticas para a juventude

"O melhor programa social para o jovem é o emprego", diz assessor de políticas para a juventude

Ontem (13) foi comemorado o Dia do Jovem, fase transitória de amadurecimento e decisões para a vida adulta. Em Jundiaí, de acordo com o último Censo do IBGE, 25% da população tem entre 15 e 29 anos, o que torna os jovens uma população expressiva.

O Tribuna de Jundiaí conversou com Diego Eduardo da Silva, que ocupa o cargo há uma semana da Assessoria para Políticas Públicas para a Juventude. Ele falou sobre suas expectativas frente à pasta, sobre as políticas públicas adotadas pela Prefeitura de Jundiaí e também sobre o conceito de juventude. Confira a entrevista:

Tribuna de Jundiaí: Em primeiro lugar, como assessor de políticas para a juventude, como você definiria o conceito da juventude?

Diego Eduardo: O conceito da juventude é um conceito amplo, mas gosto de definir da seguinte forma: juventude não é uma finalidade, ela é um meio para chegar a fase adulta. E quando se tem um meio bom, se chega melhor à esse finalidade. Há uma concepção de glamourizar demais a juventude, no sentido de aprisionar a pessoa por muito tempo nessa fase. O que a juventude tem de exuberante é a beleza, mas não a sabedoria, não comumente. O ideal é que o jovem chegue na fase madura o mais rápido possível. Não devemos aprisiona-los na juventude e sim fazer com que a superem, já que é uma fase transitória.

Tribuna de Jundiaí: E qual a faixa etária englobada pela definição?

Diego Eduardo: Não há um consenso. Há uma emenda constitucional de 2010 que define de 15 a 29 anos, mas cada país fala uma coisa, o próprio IBGE define outra. Eu me baseio pela emenda constitucional.

Tribuna de Jundiaí: Você chegou no cargo há uma semana. Quais são as expectativas para a área?

Diego Eduardo: A expectativa é de aproximar o jovem do Governo, transmitir a visão positiva mais favorável possível do Governo para os jovens e estar disponível para eles. Somos empregados deles, precisamos deixar claro. A nossa política é de aproximar o máximo possível. Eu não sou um diretor, sou um assessor e o meu trabalho visa interagir com as unidades de gestão, cobrando, apoiando, ajudando naquilo que for possível e se refira ao meu público.

Tribuna de Jundiaí: Em Jundiaí, 25% da população tem entre 15 e 29 anos, de acordo com o último censo do IBGE, de 2010. Esse é um número positivo?

Diego Eduardo: É um fato que me deixou feliz, porque temos mais jovens do que idosos. É um sinal de que aqui em Jundiaí as pessoas estão tendo filhos e isso é muito importante para a economia. Existem países que estão em degradação sem crianças e jovens, com menos mão de obra para trabalho, e nós estamos bem nesse quesito.

Tribuna de Jundiaí: Quais são os principais projetos oferecidos para os jovens por meio da Assessoria de Políticas para a Juventude?

Diego Eduardo: O Samuel [ex-assessor] tinha desenvolvido muita coisa o Senac, várias palestras. Ele estava desenvolvendo um ciclo de palestras chamado Jovem Empreendedor, que apontava as profissões do futuro. O jovem naturalmente tem facilidade com tecnologia, então é natural que se aponte esse caminho para ele. É algo que ele gosta naturalmente e o expõe a possibilidades grandes, de um futuro promissor. As articulações vão continuar acontecendo, principalmente com o CIEE e o programa Menor Aprendiz, que são as duas maiores potências no sentido de empregar o jovem. Eu acredito que o melhor programa social para o jovem é emprego. O jovem aprende a ser responsável, a respeitar o princípio da hierarquia e a cumprir horários.

Tribuna de Jundiaí: No sentido da cultura e do entretenimento, quais serão os próximos eventos sediados em Jundiaí neste ano? E qual a importância desses eventos culturais para a juventude?

Diego Eduardo: Pretendo promover um evento de música caipira, restaurar essa nossa tradição e passar a importância dessas músicas. É bonito que se mantenha a tradição. Tem algo de concreto que eu posso dizer que está viabilizado, que talvez não se encaixe no entretenimento, mas é uma palestra sobre o que o jovem deve esperar da reforma da previdência. Uma grande preocupação do jovem é que fazer para aposentar. Uma pessoa que contribuiu por muito tempo, embora esteja ressabiada, ela sabe ainda alguma coisa. Mas o jovem, o que ele pode pensar diante de uma situação dessa? Então eu achei importante esclarecer isso. Será na semana que vem. Já irei me apresentar também ao Conselho da Juventude. Nos termos culturais, estamos tocando a possibilidade de um projeto de oficina de teatro por meio de um convênio.

Tribuna de Jundiaí: Você acredita que em Jundiaí há boas opções de lazer para esses jovens? 

Diego Eduardo: Temos parques, alguns eventos. Mas a melhor opção de lazer para o jovem é o setor privado e um colabora com o outro - o setor privado com o jovem e o jovem com o setor privado e a economia local. Mas a mentalidade é sempre priorizar emprego, as coisas básicas de necessidade. O lazer é importante, no sentido da saúde mental e psicológica, mas nós buscamos respeitar a hierarquia das necessidades.

Tribuna de Jundiaí: Então o foco da pasta são os programas para tentar empregar esses jovens?

Diego Eduardo: Empregar e elevar o nível da expectativa. Fala-se jovem você já associa com coisas triviais e simplórias. O jovem não precisa ser trivial, ele pode ser genial. É esperar coisas boas. Fala-se de jovem e você já quer dar lata tinta para o cara fazer grafite. É nobre o grafite, eu respeito muito; Mas se ele puder ultrapassar isso e se tornar um grande pintor? É esperar mais deles. O jovem ele não é bobo, ele só é mais vulnerável, ele não tem a experiência do passado, ele não consegue associar situações que ele está vivendo com situações que ele já viveu. O adulto já tem essa experiência. Mas é isso, nós queremos esperar grandes coisas. Tudo que for nobre, belo e justo vai ser entregue para o jovem neste Governo.

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