Galeria Quebrada Viva. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)
Galeria Quebrada Viva. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)

Uma galeria a céu aberto está sendo projetada no bairro do São José, em Campo Limpo Paulista. Chamado de “Galeria Quebrada Viva”, o projeto iniciou no último final de semana pelo muro da Escola Estadual Frei Dagoberto Romag com grafites que levam referência a diversos nomes do Rap nacional.

A iniciativa da galeria é da grafiteira e moradora do bairro, Bruna Santos, mais conhecida como Bru Yeah (@bruyeah). Já a curadoria ficou por conta da Dona Nice Crew: que além de Bru Yeah, conta com Centavo (@gucentavo) e Dario Gordon (@dariogordon_), amigos de longa data que se unem de tempos em tempos para revitalizar espaços periféricos da região.

Para esse painel de 140 m² no muro da escola Romag, o grupo de artistas se juntou com mais seis grafiteiros: Cleo (@cleo.tamojunto), Simon (@naovemque_naotem), Guetus (@guetus1.sp.br), Imortal (@imortal_finetrace), KalinS (@daikalinsqui), Crédo (@acidletters) e John (@john_tamojunto), unindo artistas da região e artistas de SP e realizando um intercâmbio artístico na cidade.

“A ideia foi convidar alguns grafiteiros da região que fazem parte da história do grafite, mostrar que artistas com importância estão mais próximos do que as pessoas de Campo Limpo imaginam. E ainda, trazer artistas de fora, colocando Campola no mapa, mostrando que nossa cidade é mais que uma cidade dormitório. Há pessoas e ideias incríveis aqui, só esperando uma oportunidade”, afirma Bru.

Grafiteira Bru Yeah. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)
Bru Yeah é a idealizadora do projeto. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)

Quebrada Viva

A “Galeria Quebrada Viva” é inspirada em projetos como a Favela Galeria, do grupo OPNI de São Mateus, zona leste da cidade de São Paulo, onde grafiteiros resgataram as raízes da arte de rua, levando a arte de grafiteiros premiados de volta para a periferia.

Em Campo Limpo Paulista, o projeto foi viabilizado com recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc de incentivo à cultura.

“Moro nesse bairro quase a vida toda e o uso da arte como entretenimento, comunicação e educação é muito recente na cidade. É diferente de regiões mais próximas da capital, as quais a arte urbana já chegou a outros patamares. Aqui é preciso mostrar que a arte de rua pode ser uma forma de expressão e reflexão”, comenta a idealizadora do projeto.

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Parcerias

Bruna já havia feito uma parceria anteriormente com a diretora da escola Romag, Erica Machado, para uma oficina de grafite com os alunos, onde eles próprios transformaram seus desenhos em arte no muro da escola. A diretora afirma que quando Bruna propôs a parceria para o projeto, ela topou na hora.

Ela é moradora do bairro e sabe o quanto a arte urbana, o grafite ajuda no incentivo aos alunos para se dedicar aos estudos e a um projeto de vida para o futuro. Como somos uma escola em um bairro de periferia, o grafite dá vida para os sonhos dos alunos e deixa o bairro muito mais bonito, vivo”, declarou.

A diretora ainda agradeceu aos artistas pela arte que agora estampa o muro da escola. “Além de arte, os grafites feitos por eles destacam a importância da cultura da cultura do hip-hop, do rap e da valorização do negro em nossa sociedade. São projetos assim que mostram a importância da escola estar engajada nas questões sociais do país e fazer disso assunto de reflexão com nossos alunos. Agradeço a Bruna e todos os demais artistas que se empenharam, com certeza vocês deixaram a escola e a nossa comunidade do São José mais bonita“, comenta Erica Machado, diretora da escola.

Um vídeo que mostrará a construção do painel está previsto para ser lançado na primeira quinzena de abril pela conta no instagram do projeto @galeriaquebradaviva. É só seguir e acompanhar.

Galeria Quebrada Viva. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)
Os grafites na escola Romag fazem referência ao rap nacional. (Foto: Divulgação/@traphouseestudios)