Entrega do grafitte inclusivo.
Foto: Divulgação/ Instituto Luiz Braille

Quem passar pela avenida Dr. Sebastião Mendes Silva, no bairro Anhangabaú, em Jundiaí, vai se deparar com uma obra de arte que vai além do visual. Um novo mural, criado pelo grafiteiro jundiaiense Estranho — nome artístico de André Fernandes de Oliveira — agora embeleza o muro do Instituto Jundiaiense Luiz Braille de Assistência ao Deficiente da Visão.

A obra integra o projeto “Graffiti Pra Cego Ver”, idealizado pela produtora Mosaiky, que percorre o interior paulista com o objetivo de promover a acessibilidade à arte por meio do tato e da audição.

Grafite acessível é destaque em Jundiaí com projeto “Graffiti Pra Cego Ver” (Foto: Divulgação/ Instituto Luiz Braille)

Arte acessível e permanente

Diferente da primeira intervenção do projeto em Jundiaí, instalada no Mundo das Crianças e deteriorada pelo tempo, a nova obra no Instituto Braille utiliza uma tecnologia mais durável. “Utilizamos uma resina rígida de alta temperatura”, explica o diretor de Criação da Mosaiky, Murillo Denardo. Com isso, o mural será permanente.

O projeto surgiu durante a pandemia e ganhou forma em 2023, com estreia no icônico Beco do Batman, em São Paulo. Segundo Murillo, o objetivo é oferecer uma vivência artística completa. “Mais que uma adaptação, é uma vivência artística completa, onde o toque e a escuta ganham protagonismo e permitem a todos explorar os sentidos para ‘ver’ de outra forma”, afirma.

Participação ativa dos assistidos

Os próprios assistidos do Instituto Luiz Braille participaram da montagem do mural e puderam experimentar a obra por meio de texturas e inscrições em braille. O psicólogo da Reabilitação e ex-assistido Gilson Modesto destacou a relevância da iniciativa: “Foi excelente. Ter o texto em braille, em alto relevo, traz acessibilidade”.

Projeto leva grafite sensorial ao Instituto Braille e emociona (Foto: Divulgação/ Instituto Luiz Braille)

Além do relevo tátil, o mural conta com um QR Code que oferece audiodescrição da obra, ampliando ainda mais a inclusão.

Apoio da instituição e contribuição para a terapia

O presidente do Instituto Luiz Braille, Dr. José Carlos de Lima, acompanhou de perto a realização do projeto e ressaltou sua importância terapêutica e simbólica. “É uma forma de trazer a arte para perto dos assistidos, o que vai ajudar nas terapias realizadas pela Reabilitação. A escolha pelo Braille também mostra a importância da nossa instituição, uma referência há quase 84 anos”, avaliou.

Arte com propósito e inclusão

Com 15 anos de atuação, Estranho é conhecido por seu trabalho em murais e por sua contribuição na formação de novos artistas na região de Jundiaí. Para essa obra, ele criou uma composição lúdica e sensorial, misturando elementos naturais e imaginários com traços marcantes e cores vibrantes, inspiradas no entardecer.

O grafite foi pensado especialmente para ser tocado e sentido. “Trabalhar com texturas, com relevo, pensar na inclusão, tudo isso foi uma experiência transformadora como artista”, relatou Estranho. Ele afirmou que, apesar de já conhecer a instituição, a experiência o levou a uma nova compreensão sobre a importância da acessibilidade. “Comecei a prestar mais atenção em como a acessibilidade é importante.”

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