À esquerda, homem pilotando drone no Cemitério Nossa Senhora do Desterro; à direita, vista de cima do espaço.
Dados estão sendo colhidos através de drones. (Foto: Divulgação)

O mapeamento das quadras do cemitério Nossa Senhora do Desterro já começou. Através de drones, membros da Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun) vão captar dados e desenvolver um sistema de geolocalização, que será capaz de catalogar, com imagens, os jazigos.

O projeto é uma realização em conjunto com a Fumas – Fundação Municipal de Ação Social – administradora do Serviço Funerário Municipal, responsável pelos cemitérios públicos.

A utilização de drones e outras geotecnologias, segundo a Cijun, tem ganhado cada vez mais espaço em setores econômicos do país e no exterior. Queimadas, agricultura, inspeções de obras: são todos contextos em que o uso do equipamento pode ser inserido no trabalho.

Amauri Marquezi, diretor-presidente da Cijun, afirma que a Companhia já está preparada para realizar a automatização de dados do cemitério. Para isso, novos equipamentos e softwares foram adquiridos e treinamentos foram aplicados aos técnicos.

“Temos usado a tecnologia a serviço do cidadão e esse projeto tem essa característica. Quando um familiar ou um visitante precisa saber onde se encontra uma determinada sepultura, o sistema vai apontar exatamente onde ela está, dando o direcionamento exato a quem reivindica”, completou o diretor-técnico da Cijun, Celso Monteiro.

Nossa Senhora do Desterro

10 mil sepulturas formam o Cemitério Nossa Senhora do Desterro. Com 151 anos de existência, é o mais antigo da cidade. Estima-se que 100 mil restos mortais estejam enterrados no espaço.

“Por ser um cemitério muito antigo, no qual até a primeira metade do século os corpos eram sepultados diretamente na terra, não houve um planejamento para que as quadras tivessem um espaçamento adequado”, explicou a superintendente da Fumas, Solange Marques.

Solange explica porque a iniciativa da criação do sistema de geolocalização é tão importante. Segundo a superintendente, quando os enterros deixaram de ser realizados em covas e passaram para sepulturas, o espaço entre as quadras foi reduzido e isso, hoje, dificulta a localização de diversos jazigos. “Com o trabalho da Cijun, será possível, através das coordenadas, encontrar exatamente o túmulo que se deseja”.

QR Code

Essa não é a primeira vez que a história da cidade ganha contornos tecnológicos.

Com o objetivo de ampliar a visitação das sepulturas que guardam os corpos de personalidades que ajudaram na construção de Jundiaí, A FUMAS, em parceria com o Cijun, criou, em agosto de 2018, o projeto “Sepulturas que contam histórias”.

Nos jazigos de personagens emblemáticas foram instaladas placas de QR Code. Assim, quando uma pessoa faz a leitura do código pela câmera do smartphone, ela é redirecionada ao site da Fumas, tendo acesso a fotos e a um amplo histórico sobre os fatos que marcaram aquela determinada pessoa em vida.

“Esse é um projeto em constante andamento, porque nossa intenção é ampliar cada vez mais a quantidade de históricos com esses QR Codes, contribuindo com a preservação da história de nossa cidade”, destacou.

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