
Kleber Fernandes nasceu em 1982 – 47 anos depois do primeiro fusca ser lançado por Ferdinand Porsche. O Volkswagen já não era o mesmo do que aquele projetado no início da década de 30 em uma garagem na Alemanha, mas tinha os mesmos traços que conquistaram o Brasil e parte do mundo.
Quando Kleber tinha quatro anos, o veículo parou de ser fabricado no Brasil. Mas com a interferência do então presidente brasileiro Itamar Franco, em 1993, o carrinho popular voltou e permaneceu até 1996, quando, permanentemente, a Volks interrompeu a produção.
A indústria parou, é verdade – mas os milhões de carros comercializados continuaram rodando pelo país, até que em 2016 um deles saltou aos olhos do publicitário e fotógrafo jundiaiense.
“Eu e minha esposa sempre gostamos de carro antigo. E em uma busca na internet, encontrei um fusca bordô, ano 1970, em Sorocaba. Decidi que era hora de buscar meu sonho”, conta.
O desejo de Kleber e Susana Adoni Fernandes, sua esposa, que também tinha uma relação familiar com o fusca, era de pegar um veículo que precisasse de reparos e pouco a pouco, deixa-lo com a cara da família, e assim aconteceu.
Malbec, como era para ser chamado, seria o novo xodó de Kleber.

Gerações
Kleber só não contava que seus filhos iriam gostar tanto do novo agregado. O nome Malbec, cuidadosamente escolhido pelo publicitário, não pegou. Assim que a filha mais velha, Olívia, na época com dois anos, apelidou o carro de “puca”, não teve mais jeito.
“Ela o chamava de fusca, mas por conta da idade, ela não conseguia pronunciar. Então era puca”, brinca.
O amor da esposa pelo carro, que tinha uma paixão antiga despertada pelo fusca do avô e precisou ser vendido pela família, era grande. Mas o de Olivia, surpreendeu.
“Ela se sente muito à vontade no carro e sente como se fosse dela mesmo”, detalha Kleber.
O amor não só passou de geração para geração, como de irmão para irmão.
Depois de Olívia, hoje com 5 anos, vieram Emanuel, com 4, e o caçula, Caetano, com menos de um ano. Todos compartilham o sentimento pelo “puca”.
“Eles me pedem para dar uma volta. Os coloco no carro e saio dirigindo, nem que seja por cinco minutos no bairro. O fusca traz uma conexão só dele”, garante.
Nem futebol, nem Carnaval. Será o fusca paixão nacional?

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