Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas
Foto: ONU News/Daniel Johnson

Durante videoconferência com Javier Moreno, diretor do jornal EL PAÍS, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, comentou sobre a pandemia na vida das mulheres pelo mundo. De acordo com Bachelet, mesmo sendo mais atingidas pelos impactos econômicos e sociais, “dos 12 países que melhor enfrentaram a pandemia, nove são dirigidos por mulheres”.

Michelle destacou que além das que estão na linha de frente do combate ao Covid-19, as mulheres também são expostas à números maiores de violência familiar no confinamento da pandemia. Na conversa, foram destacados fatores que estão acontecendo em países da América Latina, como a situação de violência na Colômbia e a libertação de 110 presos políticos e perseguidos na Venezuela. Além disso, a convidada destacou a importância de reconhecer um grande problema que ocorre no México: a violência de gênero.

A discussão foi abordada após o comentário sobre o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, se recusar a reconhecer o feminicídio como um problema estrutural no país. Bachelet, que já foi presidente do Chile duas vezes, diz que os líderes devem assumir a realidade do crime contra as mulheres. “Como ex-chefe de Estado, acredito que mais vale assumir e dizer que temos um problema e que vamos ver como o enfrentaremos”, disse.

Bachelet alertou que os Estados devem apoiar os grupos mais vulneráveis, principalmente após a pandemia. De acordo com ela, muitas regiões irão sair da crise mais desigual, mais pobre e com taxas de desemprego maiores.

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