
Um estudo da GO Associados aponta que o Brasil enfrenta desafios críticos na eficiência do saneamento básico, com ênfase nas perdas de água. Segundo o levantamento de 2024, baseado em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2022, uma parcela significativa da água produzida no país não chega ao consumidor final. Assim, resultando em prejuízos financeiros, ambientais e sociais.
Brasil perde 7 bilhões de m³ de água por ano
Os números são alarmantes: em 2022, as perdas no faturamento atingiram 32,62%, enquanto as perdas na distribuição chegaram a 37,78%. Isso significa que grande parte da água tratada não foi cobrada ou consumida.
No total, o volume perdido é estimado em 7 bilhões de m³ por ano, o suficiente para abastecer 54 milhões de brasileiros no mesmo período.
A pesquisa detalha que as perdas de água podem ser perdas reais (físicas), caracterizadas como vazamentos, rompimentos de tubulações e extravasamentos; ou perdas aparentes (comerciais), como fraudes, erros de medição e ligações clandestinas.
Para quantificar esses problemas, o estudo utiliza a metodologia da International Water Association (IWA). Isso permite uma visão abrangente sobre como e onde ocorrem essas perdas.

Desigualdade regional: Norte e Nordeste lideram perdas
As perdas de água variam drasticamente entre as regiões do Brasil. O Norte e o Nordeste enfrentam os maiores desafios, apresentando os piores índices de desperdício, agravados por problemas no fornecimento de água e esgoto. Em contrapartida, Sul, Sudeste e Centro-Oeste demonstram um desempenho relativamente melhor, mas ainda abaixo do ideal.
Ao analisar os 100 maiores municípios do país, o estudo destaca que, embora apresentem índices de perdas percentuais inferiores à média nacional, enfrentam desafios específicos. Um dos principais problemas nesses centros urbanos é o índice de perdas por ligação (IN051), que se mostra mais alto devido à verticalização das cidades.
Impacto financeiro: perdas de água custam R$ 15,77 bilhões ao Brasil
Além disso, o desperdício de água também gera impactos significativos na economia. Em 2022, estimava-se que os custos totais das perdas estariam em R$ 15,77 bilhões. O estudo projeta diferentes cenários de redução de perdas até 2034.
Em um cenário otimista, haveriam ganhos brutos de até R$ 72,9 bilhões e ganhos líquidos de R$ 36,4 bilhões. Já em um cenário realista (com base nas metas da Portaria 490/2021), os ganhos brutos seriam de R$ 40,9 bilhões e ganhos líquidos de R$ 20,4 bilhões.
Se o Brasil reduzir as perdas na distribuição para o patamar de 25% previsto pela regulação, a economia de água seria suficiente para abastecer 22 milhões de pessoas.
 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		