Foto: Canva
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De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços das carnes no Brasil caíram 1,22% em fevereiro. Essa é a maior queda registrada desde novembro de 2021 no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Essa nova queda representa a redução mais intensa em 15 meses. Em novembro de 2021, as carnes já haviam recuado 1,38%, que conforme lembrou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, os preços desses produtos já vinham em uma trajetória de trégua após as altas durante a pandemia.

Conforme aponta Pedro, esta nova baixa pode ter sido intensificada devido ao impacto inicial do embargo às exportações brasileiras para a China após a confirmação de um caso de vaca louca no Pará, o que resultou em um aumento da oferta no mercado interno.

Uma análise semelhante foi feita pela economista Luciana Rabelo, do Itaú Unibanco. “Pode ter tido algum impacto [do embargo], mas é uma inflação que já vinha desacelerando”.

Picanha mais barata

O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – é o índice oficial de inflação do país, onde a variação das carnes reflete os preços de 18 subitens. Em fevereiro, a picanha foi o corte pesquisado com a maior queda, de 2,63%, a maior redução desde fevereiro de 2022.

Os demais cortes com altas queda foram: fígado (-2,50%), alcatra (-2,50%), capa de filé (-2,37%) e costela (-2,28%).

No acumulado de 12 meses, as carnes passaram de uma inflação (alta) de 0,04% em janeiro deste ano para uma deflação (queda) de 1,63%, que segundo o IBGE, contribuiu para a desaceleração do grupo alimentação e bebidas no IPCA. De janeiro para fevereiro, a inflação do segmento passou de 0,59% para 0,16%. Em 12 meses, a alta de alimentação e bebidas saiu de 11,07% para 9,84%.