
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, reforçando sua postura conservadora diante do cenário econômico atual.
A decisão, divulgada em 5 de novembro e já esperada pelo mercado, reflete a estratégia da instituição de garantir a convergência da inflação para a meta de 3% ao ano.
Apesar de reconhecer que os preços vêm apresentando sinais de desaceleração, o Banco Central destacou em seu comunicado que as incertezas internas e externas ainda exigem cautela na condução da política monetária.
Comércio varejista sente os efeitos da taxa elevada
O economista do Sincomercio Jundiaí e Região, Jaime Vasconcellos, avalia que a Selic deve permanecer em 15% na próxima reunião do Copom e que a redução dos juros só deve ocorrer em 2026, de forma gradual.
“O custo do dinheiro permanece elevado, restringindo investimentos e reduzindo o consumo das famílias. Empresas enfrentam dificuldades para financiar capital de giro, e o crédito ao consumidor segue caro, o que limita a multiplicação da renda e impacta as vendas e o dinamismo da própria economia”, afirma Vasconcellos.
Com a Selic no maior patamar desde 2006, os reflexos sobre o crédito e a atividade produtiva continuam expressivos, atingindo principalmente os setores de comércio e serviços.
Sincomercio reforça alerta para empresários
Para Edison Maltoni, presidente do Sincomercio Jundiaí e Região, o cenário exige prudência redobrada dos empresários varejistas.
“O controle de caixa, a busca por eficiência e a reavaliação de investimentos tornam-se prioridades para este fim de ano, assim como, também para 2026”, ressalta Maltoni.

A entidade recomenda que os empreendedores adotem estratégias de gestão financeira e planejamento de longo prazo, a fim de atravessar o período de juros elevados com segurança e sustentabilidade.