
A taxa de desemprego encerrou o ano de 2023 em 7,8%, atingindo o menor índice desde 2014 e registrando uma redução de 1,8 ponto percentual em relação a 2022, quando estava em 9,6%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua nesta quarta (31).
“A queda da taxa de desocupação ocorreu fundamentalmente por uma expansão significativa da população ocupada, ou seja, do número de pessoas trabalhando, chegando ao recorde da série iniciada em 2012”, conforme explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
Essa melhoria no cenário de empregabilidade ao longo do ano de 2023 reforça a tendência de recuperação do mercado de trabalho após os impactos da pandemia da COVID-19. O índice atual se aproxima do início da série histórica, em 2012, quando a média da taxa de desemprego foi de 7,4%, sendo que a menor taxa registrada foi em 2014, com 7%.
A redução na população desocupada média de 2022 para 2023 foi significativa, alcançando 17,6%, totalizando 8,5 milhões de pessoas. Por outro lado, a população ocupada atingiu o patamar recorde de 100,7 milhões de pessoas em 2023, um aumento de 3,8% em comparação com 2022.
Comparado à média de 2012, que era de 89,7 milhões de pessoas ocupadas, o dado atual representa um crescimento de 12,3%. O nível médio de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, também registrou aumento, alcançando 57,6% em 2023, em comparação com os 56% de 2022.
Adriana Beringuy ressalta que “a queda da taxa de desocupação ocorreu fundamentalmente por uma expansão significativa da população ocupada, chegando ao recorde da série iniciada em 2012.”
Renda média em alta
O rendimento real habitual anual foi estimado em R$ 2.979, apresentando um aumento de 7,2% em comparação com 2022. Este resultado se aproxima do maior patamar da série, registrado em 2014 (R$ 2.989). Ademais, massa de rendimento real habitual anual atingiu R$ 295,6 bilhões, o maior valor da série, representando um aumento de 11,7% em relação a 2022.
Formal e informal: crescimento sustentado
A estimativa anual do número de empregados com carteira assinada teve um crescimento de 5,8%, alcançando 37,7 milhões de pessoas, o maior da série histórica. O contingente anual de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou em 5,9%, atingindo 13,4 milhões de pessoas, o maior registrado na série histórica.
“O aumento do número de vagas com carteira assinada chega ao maior nível da série”, complementa Adriana. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exceto os trabalhadores domésticos) teve uma alta de 1,6% no trimestre e de 3% no ano, atingindo o ápice da série da PNAD Contínua, com 37,973 milhões.
Além disso, o número de trabalhadores domésticos cresceu 6,2%, atingindo 6,1 milhões de pessoas. A taxa anual de informalidade teve uma ligeira redução, passando de 39,4% para 39,2%, enquanto a população desalentada diminuiu 12,4%, alcançando 3,7 milhões de pessoas.
Indicadores favoráveis em diversos segmentos
A pesquisa destaca um aumento disseminado nas vagas de emprego em vários grupamentos de atividade. Adriana observa que houve expansão em diversos setores, com destaque para o crescimento significativo nos segmentos de indústria e construção no trimestre encerrado em dezembro.
Comparado ao trimestre anterior, o grupamento de Indústria Geral cresceu 2,5%; Construção 2,7%; Transporte, armazenagem e correio 4,3%; Outros serviços 5,8%, e Serviços domésticos 3,9%. Apenas o grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve uma redução de 4,8%.