
Uma pesquisa do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, formado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o Governo Estadual e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), apontou que oito em cada dez adolescentes entre 12 e 19 anos afirmam terem presenciado casos de violência nas escolas.
O levantamento ouviu 747 estudantes no início de 2021, na Grande São Paulo, e também apontou que a percepção da violência nas redes sociais ainda é maior: nove em cada dez jovens disseram ter visto situações de violência virtualmente.
Ruas e bairros também são ambientes em que os adolescentes presenciaram casos de violência. Além disso, de acordo com a pesquisa, mulheres e jovens da comunidade LGBTQIA+ citam a própria casa como ambiente mais recorrente onde presenciam violência.
Prevenção de homicídio
Segundo a presidente do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, deputada Marina Helou (Rede), é necessário que o poder público e a sociedade civil devem se unir para um esforço coletivo, para assegurar a criação de políticas de prevenção de violência e homicídios de adolescentes em São Paulo.
“Apenas no Estado de São Paulo, em média, morrem 400 adolescentes – de 10 a 19 anos – vítimas de mortes violentas letais intencionais todos os anos. De 2014 ao final do primeiro trimestre de 2020, 3.562 adolescentes tiveram suas vidas perdidas por crimes de homicídio, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e morte decorrente de intervenção policial. Prevenir essas mortes é possível”, disse.
Além disso, Helou destaca a importância de garantir a segurança dos adolescentes. “Não podemos deixar as múltiplas violências paralisarem os jovens, fazendo com que eles deixem de se desenvolver e de aproveitar oportunidades. Estar na escola ou acessar um serviço de saúde ou assistência deveria ser sempre sinônimo de proteção”.
Dessa forma, o Poder Legislativo, o Executivo, o Judiciário e a sociedade civil são atores estratégicos na garantia desse direito de segurança dos adolescentes. O comitê foi criado como oportunidade para que as entidades assumam as responsabilidades e atuem na construção de uma agenda de prevenção à morte e a violência de adolescentes do Estado.
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