
Pelo menos 15 homens fortemente armados roubaram uma empresa especializada em joias, localizada no bairro Água Preta, em Jarinu. Para ter sucesso no crime, o grupo ateou fogo em carros e espalhou pregos (chamados de miguelitos) com objetivo de impedir a aproximação de viaturas policiais. Fuzis e bombas também foram usados na ação, que durou pelo menos uma hora e aterrorizou moradores. Não houve feridos e a Polícia Civil já iniciou as investigações para tentar localizar os responsáveis.
Logo no início da madrugada, tiros foram ouvidos por quem morava próximo à empresa. A missão do grupo criminoso era roubar ouro existente no estabelecimento. Logo a rede social passou a ser usada para que as pessoas pudessem descobrir o que estava acontecendo.
“Moro no Estância São Pedro, próximo da avenida dos Parentes, e estou ouvindo muitos tiros…. moro aqui há um ano e nunca me deparei com isso… estou ficando assustada…. fugi de SP por causa violência… e agora isso?”, escreveu uma mulher. “Estou no (bairro) Maracanã e também estou ouvindo muitos tiros e explosões”, comentou outra moradora.

A princípio, as pessoas acharam se tratar de roubo a caixas eletrônicos. Uma mulher que fez contato pelo telefone de emergência da Polícia Militar também teria recebido essa informação, logo no início do tiroteio. “Eles não estouraram caixa eletrônico, só colocaram a barreira sentido Primavera para os policias não fecharem eles. Pois foram roubar a firma de ouro que tem na Água Preta. Só que no centro do Maracanã acabaram encontrando a polícia e por isso houve grande tiroteio”, comentou outro morador. “Estou no Roseiral e tbm ouvi os tiros daqui… e balas traçantes cortando o céu que deram para ser vistas aqui perto”, reforçou outra moradora.

Tecnologia e poder de fogo
Vigilantes noturnos que presenciaram a ação criminosa também trocaram mensagens por aplicativo, logo após os tiros serem ouvidos. “Os caras estão todos armados aqui no trevo do Maracanã, próximo ao mercado Catroque, positivo? Tomem cuidado aí, a gente passou e viu os caras todos armados de fuzil, aqui”, avisou um dos profissionais. “Muito tiro no bairro que eu trabalho, muito tiro, mesmo, muita explosão. Estamos aqui, averiguando, e aparentemente tem de cinco a seis caras fortemente armados na entrada do bairro”, declarou outro vigilante.

Para executar a ação, há relatos de que o grupo utilizou pelo menos quatro veículos de grande porte (SUV), um fuzil .50 (usado para romper blindagens e capaz de derrubar até um avião) e um drone que serviu para monitorar os acessos até a empresa atacada. Bombas foram usadas pelos criminosos para explodir um cofre onde estariam metais valiosos (não foi divulgado pelas vítimas o que e quanto foi levado). Uma delas foi abandonada no local do roubo – o artefato foi desarmado por integrantes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da Polícia Militar.
Fuga
Depois do crime, uma troca de tiros teria ocorrido na rodovia Edgard Máximo Zambotto, que liga Jarinu a Campo Limpo Paulista. Uma câmera de segurança flagrou pelo menos quatro veículos grandes deixando a cidade. O destino, segundo a polícia, foi a rodovia Fernão Dias – que liga São Paulo a Minas Gerais.
Os veículos usados para bloquear a estrada municipal Santo Gastaldi, que dá acesso à empresa, teriam sido roubados um dia antes, em Campinas. Segundo a Guarda Municipal, o fogo foi contido por moradores.
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Quem tiver informações sobre o paradeiro dos criminosos pode ligar para o telefone 181 (Disque Denúncia) e fazer o relato sem necessidade de se identificar.